Gás natural: como a produção onshore pode mudar o mercado?

A produção de gás natural onshore pode tornar o mercado mais competitivo, reduzir custos e atrair novos investidores, aponta estudo da FGV

A introdução de novas fontes de gás pode não apenas diversificar a oferta, mas também tornar os portfólios mais competitivos, refletindo em benefícios tanto para os consumidores quanto para os produtores. É o que aponta o estudo “Acompanhamento do Processo de Abertura da Indústria do Gás Natural”, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), encomendado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) e pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Gás natural
Este mercado tem se tornado uma importante área de de investimento – Foto: Reprodução/Canva

O documento revela que uma das estratégias para impulsionar a diversificação é o incentivo a projetos onshore, incluindo aqueles relacionados à produção não convencional.

O relatório mostra que a viabilidade desses projetos pode ampliar iniciativas, com escalas de produção menores e estruturas de custo distintas e, consequentemente, atrair novos players para o mercado, aumentando a concorrência e potencialmente reduzindo os preços.

“Projetos offshore requerem maior investimento em infraestrutura, elevando custos fixos e a escala de produção necessária para a viabilidade do projeto, um dos parâmetros determinantes para a competitividade do setor energético. Os projetos onshore podem favorecer a entrada de uma diversidade maior de agentes, contestando o poder de mercado dos incumbentes. Nesse sentido, é importante incentivar os projetos onshore, incluindo os de produção não convencional, na medida em que podem viabilizar uma variedade mais ampla de projetos, com menor escala de produção e estruturas de custo distintas”, aponta o estudo.

Desafios da produção de gás natural

Contudo, o relatório explicita que o desafio da competitividade permanece presente, especialmente diante das limitações enfrentadas pelo gás nacional em comparação com insumos mais acessíveis de outros países.

Isso tem levado a um aumento nas importações, especialmente em setores intensivos em gás natural, como a indústria química, onde a ociosidade já atinge cerca de 30%, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

A composição do preço final do gás natural ao consumidor é complexa e influenciada por vários fatores, incluindo o preço da molécula, a tarifa de transporte, a margem de distribuição e os impostos.

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