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Nota de crédito mais alta deve chamar atenção para investimentos em leilões, diz Fazenda

Após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agência de risco norte-americana aumenta nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1

A agência de risco norte-americana Moody’s aumentou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1. Com isso, o Tesouro Nacional espera atrair novos investimentos estrangeiros por meio dos leilões da Dívida Pública Federal (DPF). Helano Borges, coordenador-geral de Operações da DPF, afirmou que essa será a tendência para os próximos meses.

Crédito
Brasil melhora classificação de crédito internacional – Foto: Reprodução/Canva

Nesta quarta-feira (02), durante entrevista coletiva sobre os resultados da DPF referentes ao mês de agosto, Borges ressaltou: “O conjunto das informações macroeconômicas que temos do país traz solidez. Temos, no cenário externo, um investimento estrangeiro direto e um nível elevado de reservas”.

Quanto aos preços, o Tesouro Nacional ainda encontra sinais de convergência da inflação em direção ao objetivo em um horizonte relevante. Além disso, um aumento na percepção de consolidação fiscal foi projetado. “Isso já está impactando a visão das agências de classificação. Percebemos uma percepção diferente ao tratarmos com não residentes”, destacou o coordenador.

No dia 23 de setembro, durante a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniram-se com representantes da agência Moody’s. O ministro observou que os investidores estrangeiros demonstraram uma boa percepção em relação ao Brasil.

Recuo da Dívida Pública em agosto

A DPF recuou 1,46% em agosto, fechando o mês em R$ 7,035 trilhões. Segundo o Tesouro, as taxas de emissão da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) apresentaram volatilidades que podem refletir as expectativas de queda nos juros dos EUA e a continuidade da restrição monetária no Brasil.

As emissões da DPF somaram R$ 107,89 bilhões, enquanto os resgates totalizaram R$ 271,33 bilhões no período. O destaque foi o pagamento de R$ 257,08 bilhões em Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), entre amortizações e vencimentos.

Sistema de crédito da Moody’s

A Moody’s Investors Service é uma das principais agências de classificação de risco de crédito do mundo. Ela oferece análises e ratings de crédito para empresas, governos e instituições financeiras, além de títulos de dívida, como bônus e obrigações. O sistema de classificação de crédito da Moody’s é amplamente utilizado por investidores e credores para avaliar o risco de inadimplência associado ao investimento ou empréstimo a um determinado emissor.

Dólar
A Moody’s Investors Service é uma das principais agências de classificação de risco de crédito do mundo – Foto: Reprodução/Canva

O rating de crédito fornecido pela Moody’s reflete a capacidade de um emissor de honrar suas obrigações financeiras. Em termos práticos, o rating indica o grau de risco de inadimplência. As classificações são divididas em duas grandes categorias:

  1. Investment Grade (Grau de Investimento): indica emissores ou títulos com baixo risco de inadimplência. As notas mais altas são Aaa, seguidas por Aa, A e Baa. Essas classificações refletem uma forte capacidade do emissor de cumprir suas obrigações financeiras.
  2. Speculative Grade (Grau Especulativo): engloba títulos considerados mais arriscados, conhecidos como junk bonds. As notas começam em Ba, seguidas por B, e se estendem até C, que representa o maior risco de inadimplência. Esses emissores são considerados menos confiáveis, e, portanto, o investimento neles implica um risco mais elevado.

A Moody’s também fornece uma classificação detalhada dentro de cada categoria, utilizando a adição de números (como A1, A2, A3) para indicar diferentes níveis de risco dentro do mesmo grupo de classificação.

Além dos ratings, a Moody’s emite perspectivas de rating (outlook) que indicam se um rating está sob observação para possível rebaixamento ou elevação. As perspectivas podem ser “positivas”, “negativas” ou “estáveis”, dependendo das tendências econômicas, financeiras ou operacionais do emissor.

O sistema da Moody’s é amplamente respeitado pela metodologia rigorosa adotada que inclui a análise de fatores como a saúde financeira do emissor, a qualidade dos ativos, a estrutura de governança corporativa e o ambiente econômico global.

Essas análises oferecem informações valiosas para investidores, ajudando-os a tomar decisões mais informadas sobre onde alocar seu capital. 

Além disso, empresas e governos utilizam as classificações da Moody’s para acessar os mercados de dívida com condições mais favoráveis de financiamento, visto que uma boa avaliação pode reduzir o custo do crédito e facilitar o acesso a capital.

Dessa forma, o sistema de crédito da Moody’s desempenha um papel crucial no mercado financeiro global, auxiliando tanto emissores quanto investidores na tomada de decisões financeiras com base em uma avaliação detalhada e confiável do risco de crédito.

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