O chocolate é uma paixão mundial e movimenta uma grande cadeia econômica. Presente em celebrações e no cotidiano, ele une tradição, inovação e sofisticação. Por trás das prateleiras de barras, bombons e trufas, há uma indústria global com países que oferecem tecnologia, expertise e matéria-prima de qualidade.
Segundo analistas da XTB, o chocolate pode se tornar um produto de luxo. O preço do cacau, sua principal matéria-prima, esteve entre US$ 2.500 e US$ 3.000 por tonelada, mas no final de 2023 subiu para cerca de US$ 4.000, e fechou 2024 em torno de US$ 11.000 por tonelada (aproximadamente R$ 68 mil).
O grande desafio da indústria do chocolate é que a produção de cacau não acompanha a demanda global, com as reservas atendendo apenas 40% a 50% do consumo. Caso não haja aumento na produção, o cacau pode se tornar mais escasso.
A safra 2023/2024 registrou o maior déficit já visto, devido à queda na produção nos países da África Ocidental, como Gana, que viu uma redução de 50%, e a Costa do Marfim, com uma queda de 30%.
Os cinco primeiros lugares do ranking são ocupados por países europeus. Confira a lista completa:
1. Alemanha
A Alemanha é o maior exportador mundial de chocolate, com exportações que somam impressionantes US$ 5,6 bilhões, representando 16,7% da quota global. Esse desempenho é resultado de uma indústria altamente avançada e eficiente, que combina produção em larga escala com padrões de qualidade elevados.
Marcas alemãs de renome internacional, como Ritter Sport e Milka, lideram o mercado, exportando seus produtos para consumidores em todos os continentes. O país se destaca tanto na produção de chocolates acessíveis, voltados ao consumo diário, quanto em linhas premium, que atendem a um público mais exigente e sofisticado. Essa diversidade contribui para a consolidação da Alemanha como uma referência global no setor.
2. Bélgica
A Bélgica, responsável por exportações de US$ 3 bilhões, o que equivale a 9% da quota global, é amplamente reconhecida por sua excelência na produção de chocolates artesanais, como trufas, pralines e barras refinadas.
Utilizando técnicas tradicionais que garantem um elevado padrão de qualidade, o país se destaca como referência no mercado de luxo. Além disso, a Bélgica também exporta uma ampla gama de produtos destinados ao consumo em massa, o que a torna altamente competitiva, especialmente no mercado europeu, além de conquistar importantes fatias nos mercados da Ásia e da América do Norte.
3. Itália
A Itália, responsável por exportações de US$ 2,5 bilhões, o que equivale a 7,3% da quota global, destaca-se por sua sofisticação e criatividade na produção de chocolates. O país incorpora ingredientes típicos da região mediterrânea, como avelãs e pistaches, para criar produtos únicos e de alta qualidade.
Marcas italianas renomadas, como a Ferrero, conhecida mundialmente pela Nutella e pelos chocolates Ferrero Rocher, conquistaram espaço no mercado global. Além disso, a Itália possui um mercado diversificado, atendendo tanto ao consumo em massa quanto ao segmento de chocolates exclusivos e gourmet, consolidando sua posição como um dos líderes mundiais na exportação desse produto.
4. Polônia
As exportações de chocolate da Polônia somam US$ 2,4 bilhões, representando 7,1% da quota global. O país se consolidou como um importante centro de produção e exportação de chocolates na Europa Oriental, destacando-se pela eficiência e competitividade em custos.
Isso permite que a Polônia produza chocolates acessíveis para o mercado de massa, com seus produtos sendo amplamente consumidos na Europa e em países vizinhos. Marcas locais apostam em embalagens atraentes e sabores tradicionais para conquistar os consumidores.
5. Países Baixos
As exportações dos Países Baixos totalizam US$ 2,1 bilhões, representando 6,3% da quota global. O país se destaca como um dos maiores processadores de cacau do mundo, o que proporciona uma vantagem competitiva significativa na produção de chocolates.
A indústria holandesa é reconhecida pela eficiência na produção e pela inovação em sabores e formatos. Marcas como Tony’s Chocolonely ganham destaque por seu compromisso com a sustentabilidade e o comércio justo, conquistando um público global cada vez mais consciente de suas escolhas de consumo.
6. Canadá
As exportações de chocolate do Canadá somam US$ 2 bilhões, representando 5,9% da quota global. O país se destaca por ter uma indústria de chocolates moderna, que atende tanto ao mercado doméstico quanto ao de exportações.
A maior parte das exportações canadenses vai para os Estados Unidos e mercados asiáticos, com ênfase em chocolates de alta qualidade, que atendem às preferências de consumidores em massa. Além disso, a indústria investe constantemente em inovação, desenvolvendo produtos com novos sabores e formatos para atrair ainda mais o mercado global.
7. Estados Unidos
As exportações de chocolates dos Estados Unidos somam US$ 1,7 bilhão, representando 5,1% da quota global. A indústria de chocolates dos EUA é uma das mais diversificadas do mundo, com marcas globais renomadas como Hershey’s, Mars e Ghirardelli, que produzem uma ampla variedade de chocolates, desde opções acessíveis até produtos premium.
Além disso, o mercado americano é forte em chocolates sazonais, especialmente durante datas comemorativas como Páscoa, Halloween e Natal. A maior parte das exportações norte-americanas de chocolates é destinada a países da América Latina, Ásia e Europa.
8. França
As exportações de chocolates franceses somam US$ 1,5 bilhão, o que representa 4,3% da quota global. A França, reconhecida por sua tradição culinária, também se destaca na produção de chocolates refinados. Marcas francesas apostam em sabores sofisticados e embalagens elegantes, com foco no mercado de luxo. Os chocolates franceses, frequentemente elaborados com ingredientes diferenciados como frutas e especiarias, conquistam consumidores que buscam qualidade e exclusividade.
9. Reino Unido
As exportações de chocolate do Reino Unido somam US$ 1 bilhão, o que representa 3% da quota global. O país é conhecido por produzir chocolates populares e acessíveis, que são amplamente exportados, especialmente para países da Comunidade Britânica e outros mercados globais. Marcas britânicas, como a Cadbury, têm um forte apelo internacional, oferecendo produtos que combinam preços acessíveis com sabores que agradam a uma variedade de paladares.
10. Suíça
As exportações de chocolate da Suíça somam US$ 900 milhões, o que representa 2,7% da quota global. Embora o volume de exportação seja menor em comparação com outros países, o impacto no mercado internacional é significativo devido à qualidade e ao prestígio das marcas suíças.
A Suíça é amplamente reconhecida pela excelência na produção de chocolates premium, com marcas renomadas como Lindt e Toblerone liderando o setor. Esses chocolates são fabricados a partir de leite e cacau de altíssima qualidade, utilizando processos que garantem uma textura aveludada e um sabor inconfundível. Esse cuidado na produção confere aos chocolates suíços uma posição de destaque no mercado global, consolidando sua reputação como sinônimo de luxo e sofisticação.
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