O ano de 2025 deve ser marcado pela expansão do setor de shoppings no Brasil, com a abertura de 17 novos empreendimentos, sendo 7 deles em cidades inéditas, conforme o Censo Brasileiro de Shopping Centers 2024-2025, publicado nesta terça-feira, 11 de fevereiro, pela Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).
Em 2024, o número de compras em operação aumentou significativamente, com a inauguração de novas unidades — quase o dobro das cinco do ano anterior. Isso elevou o total de shoppings no país para 648. Além disso, cinco novas cidades passaram a contar com esses centros comerciais, ampliando para 249 o número de municípios com shoppings. A Área Bruta Locável (ABL) também cresceu 1,8% em comparação a 2023, alcançando 18,1 milhões de metros quadrados, frente aos 17,8 milhões do ano passado.
Em 2025, os novos shoppings serão distribuídos por todas as regiões do Brasil, com destaque para o Sudeste, que terá uma maior concentração de inaugurações, com 7 shoppings previstos para o Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.
O Sul verá a chegada de quatro novos empreendimentos, concentrados no Paraná e em Santa Catarina. O Centro-Oeste contará com 3 shoppings, que serão localizados no Distrito Federal e em Goiás. No Nordeste, dois novos shoppings estão planejados para Sergipe, enquanto no Norte, Rondônia será o único estado da região a ganhar um novo centro comercial.
Essa expansão mostra o potencial crescente do setor e sua importância no cenário econômico nacional, com a geração de empregos e o fortalecimento do comércio em diversas regiões do Brasil.
Perspectivas de crescimento para 2025
Em 2024, o setor de shoppings no Brasil alcançou um novo marco, com um faturamento recorde de R$ 198,4 bilhões, representando um crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior, quando a receita foi de R$ 194,7 bilhões. Para 2025, a previsão é que o faturamento ultrapasse os R$ 201 bilhões, o que implicaria um crescimento mais modesto de 1,6%.
Apesar dos desafios macroeconômicos enfrentados pelo país, como a alta das taxas de juros e a inflação, o setor declarou uma recuperação significativa nas vendas em 2024. As regiões que mais se destacaram no ano passado foram o Nordeste e o Sul, com crescimentos de 2,9% e 2,4%, respectivamente.
Em nota, o presidente da Abrasce, Glauco Humai, afirmou que os shoppings no Brasil se transformaram em espaços “multisoluções”, oferecendo não apenas opções de compras, mas também serviços, gastronomia e entretenimento de qualidade. Isso tem contribuído para o desempenho positivo do setor, mesmo em um cenário desafiador.
Além disso, o setor gerou 1.073 milhões de empregos diretos em 2024, marcando um aumento de 1% em relação aos 1.063 milhões de postos de trabalho criados no ano anterior. Com a previsão de expansão de novos shoppings, o crescimento do número de empregos e a consolidação dos centros comerciais como polos de serviços, o setor continua a se mostrar uma peça fundamental na economia do país.
Alta taxa de ocupação
Em 2024, o setor de shoppings no Brasil apresentou resultados positivos, com a taxa de ocupação superando os 90%. A taxa de ocupação alcançou 95,3%, um aumento em relação aos 94,6% registrados em 2023.
Esse crescimento foi impulsionado pela diversificação das motivações de visita, que vão além das compras. O segmento de alimentação, por exemplo, experimentou um aumento significativo e passou a representar 19,1% do total de lojas, em comparação aos 17,5% do ano anterior. Os segmentos de conveniência e serviços também cresceram, de 9,8% para 10,4%, enquanto lazer e entretenimento avançaram de 2,2% para 2,4%.
Além disso, uma inadimplência terminou o ano em 3,8%, o menor índice registrado nos últimos anos, o que refletiu na recuperação do setor e na confiança no modelo de negócios dos shoppings. O fluxo de clientes também teve um desempenho positivo, com uma média mensal de 476 milhões de visitantes, representando um aumento de 2,9% em comparação com 2023, quando a média foi de 462 milhões de visitantes.
O crescimento também foi registrado nas vagas de estacionamento, que aumentaram 0,8%, totalizando 1.065.138 unidades. Já as salas de cinema, uma das opções de entretenimento mais procuradas, expandiram 0,9% em 2024, chegando a 3.102 salas no país, contra 3.073 em 2023.
Esses indicadores mostram um setor em crescimento, com compras cada vez mais diversificadas e adaptadas às novas necessidades dos consumidores, oferecendo não apenas opções de compras, mas também lazer, gastronomia e serviços, o que tem impulsionado tanto a ocupação quanto o fluxo de visitantes.
Investimentos em tendências para atrair clientes
O Censo 2024/2025 da Abrasce destacou duas tendências crescentes entre os shoppings no Brasil, que ganham destaque na busca pela diversificação e fidelização de clientes.
A primeira tendência é o investimento em avenidas gastronômicas. De acordo com o levantamento, 31% dos shoppings adotaram esse modelo e realizaram espaços dedicados a restaurantes que oferecem não apenas refeições, mas também experiências diferenciadas. Esses ambientes são específicos para atrair e fidelizar os consumidores, proporcionando uma experiência completa de lazer, gastronomia e convivência, além de se tornarem pontos de encontro para diversos públicos.
A segunda tendência é a implementação de programas de relacionamento e fidelidade, que se tornam cada vez mais comuns. Cerca de 26% dos shoppings adotaram esses programas para melhorar o entendimento sobre o perfil dos consumidores e otimizar suas estratégias de marketing. Essas iniciativas visam não apenas aumentar o engajamento dos clientes, mas também se beneficiar das vendas dos lojistas ao oferecer vantagens exclusivas e uma experiência personalizada para os consumidores frequentes.
Essas tendências mostram como os shoppings buscam se reinventar, com o objetivo de se adaptar às novas demandas do mercado e criar experiências mais completas e personalizadas para os clientes. O foco em gastronomia e fidelização é uma estratégia eficaz para fortalecer o relacionamento com o público e garantir a competitividade no setor.
Leia também: Carrefour quer comprar ações do Carrefour Brasil e retirar empresa da Bolsa