Enquanto a população brasileira festejava o Carnaval de 2025, a Disney retirou seus canais da TV por assinatura no Brasil, reforçando sua estratégia de concentrar conteúdos no Disney+. A decisão, anunciada em dezembro de 2024, impactou canais como Disney Channel, Baby TV, Cinecanal, FX e Nat Geo. Apenas os canais esportivos da ESPN permanecem disponíveis na programação das operadoras de TV paga.
A decisão da Disney e sua justificativa
A Disney justificou a medida como parte da adaptação ao novo cenário do entretenimento digital. Em comunicado oficial, a empresa afirmou que a mudança tem como objetivo atender melhor os consumidores e se adaptar às transformações do mercado, que há algum tempo, foca no streaming.
“Para garantir que continuemos a evoluir e atender às necessidades de nossos consumidores com agilidade e inovação, decidimos descontinuar a operação de alguns canais lineares no Brasil a partir de 28 de fevereiro de 2025”, declarou a empresa.
O movimento segue uma tendência global de grandes produtoras de conteúdo migrarem para plataformas de streaming, reduzindo investimentos em TV por assinatura. Além do Brasil, outros países da América Latina também passaram pela descontinuação dos canais da Disney.
Atualmente, muitas emissoras estão com seus canais em aplicativos por assinatura, como, por exemplo, a GloboPlay e BandPlay. No entanto, a programação dos canais, seguem ativas.
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Impacto para assinantes de TV paga
Com a retirada dos canais, as operadoras de TV por assinatura passaram a exibir mensagens informando que a decisão foi tomada pela programadora. O que chocou alguns telespectadores, foi que após o encerramento do canal, a transmissão redirecionava para a programação da Nickelodeon, o que despertou certa curiosidade sobre possíveis movimentações no setor.
Para os assinantes que acompanhavam os conteúdos pela TV, a única alternativa agora é acessar o Disney+, onde séries, filmes e programas que antes eram transmitidos nos canais extintos continuarão disponíveis.
Essa mudança representa um novo desafio para as operadoras de TV paga, que já enfrentam a migração de usuários para serviços sob demanda. A perda de canais icônicos pode acelerar o cancelamento de pacotes tradicionais, pressionando o setor a buscar novas estratégias para manter a base de assinantes.
O impacto financeiro da mudança
A decisão de encerrar os canais lineares ocorre em um momento positivo para a Disney em termos financeiros. No último relatório divulgado pela empresa, referente ao ano fiscal de 2024, a companhia registrou uma receita de US$ 24,7 bilhões, equivalente a R$ 141,8 bilhões, um crescimento de 5% em relação ao ano anterior.
Além disso, o Disney+ encerrou 2024 com 124,6 milhões de assinantes globalmente. Com a migração dos conteúdos para o Disney+, a empresa acredita que fortalecerá ainda mais sua plataforma de streaming e aumentar a rentabilidade do serviço, reduzindo custos operacionais ligados à TV linear.
O futuro do mercado de entretenimento
A decisão da Disney reflete uma mudança no consumo de mídia, com os espectadores preferindo cada vez mais conteúdos on demand. Outras empresas do setor, como Warner Bros. Discovery e Paramount, também têm reavaliado suas estratégias para focar no streaming, um segmento altamente competitivo.
Para os consumidores, a tendência é um aumento na fragmentação dos serviços, com diferentes plataformas concentrando conteúdos exclusivos. No entanto, a transição também pode gerar desafios, como a necessidade de múltiplas assinaturas para acessar o mesmo volume de conteúdo que antes estava disponível em pacotes de TV por assinatura.
Você sabe quanto custa assinar todos os streamings de vídeo?
Com a crescente fragmentação do mercado de streaming, manter acesso a todas as plataformas de vídeo pode sair caro. Netflix, Disney+, Prime Video, HBO Max, Paramount+, Apple TV+ e outros serviços somam facilmente mais de R$ 200 por mês, dependendo dos planos escolhidos.
Com tantas opções, muitos consumidores precisam escolher quais serviços manter ou recorrer a assinaturas compartilhadas. Vale a pena pagar por tudo ou é melhor alternar assinaturas ao longo do ano?