Funk brasileiro pode virar febre global, diz The Economist

O Brasil mais uma vez se vê no centro das atenções internacionais, desta vez pelo crescimento do funk como um dos principais produtos culturais do país. Em um artigo recente, a revista britânica The Economist destaca o potencial do gênero para redefinir a identidade musical brasileira no exterior, afastando-se da imagem tradicionalmente associada ao samba e à bossa nova.

A publicação divulgada na nesta quinta-feira, 6 de março, ressalta que, embora o sertanejo domine as paradas nacionais e reflita a ascensão econômica do agronegócio, o gênero tem pouca projeção internacional. Em contraste, o funk, nascido nas favelas do Rio de Janeiro nos anos 1980 e inspirado no Miami bass e no electro-funk, vem ganhando espaço no mercado global, impulsionado por artistas como Anitta e Ludmilla.

Funk brasileiro conquistando espaço no mercado internacional.
Para o The Economist, se embaixadores da música do Brasil costumavam ser artistas como Gilberto Gil, hoje o ‘mascote’ preferido é a Anitta Foto: Reprodução/Getty Images

A revista aponta que o funk brasileiro não apenas desenvolveu uma subcultura própria, com danças características como o “passinho”, mas também enfrentou resistência política e social devido às suas letras frequentemente explícitas. Apesar disso, grandes nomes da música internacional, como Beyoncé e Kanye West, já incorporaram batidas de funk em seus trabalhos mais recentes, sinalizando a crescente influência do gênero.

Outro ponto destacado pelo artigo é o desafio enfrentado pelos artistas brasileiros para alcançar o público global. Anitta, por exemplo, precisou aprender inglês e espanhol e adaptar seu repertório para conquistar relevância internacional. Esse esforço reflete a dificuldade de exportação da cultura musical brasileira, diferentemente do futebol, que há décadas projeta o Brasil mundialmente.

O crescimento da música latino-americana no mercado global também é abordado. Dados do Spotify indicam que a região, apesar de representar apenas 8% da população mundial, responde por quase um quarto da base de usuários ativos mensais da plataforma. Para The Economist, essa ascensão demonstra que o funk tem potencial para seguir o caminho do reggaeton e se tornar um fenômeno global.

Se o funk brasileiro conseguirá consolidar sua posição no mercado internacional ainda é incerto, mas o fato de já estar chamando a atenção de produtores influentes nos Estados Unidos indica que seu futuro pode ser promissor. O Brasil, antes conhecido como o país do samba, pode estar prestes a ser reconhecido como o berço de um novo movimento musical global.

Os MCs mais bem pagos do Brasil

O funk brasileiro tem se consolidado como um dos gêneros musicais mais populares do país, e alguns de seus principais representantes faturam alto com shows, publicidade e streaming. A seguir, conheça alguns dos MCs mais bem pagos do Brasil e saiba como eles construíram suas carreiras e diversificaram suas fontes de renda.

1. MC Kevinho

Kevinho se tornou um dos maiores nomes do funk ao lançar sucessos como “Olha a Explosão”, “Encaixa” e “O Bebê”, que viralizaram nas redes sociais e alcançaram milhões de visualizações no YouTube. Graças à sua popularidade, ele cobra um cache que pode ultrapassar R$ 150 mil por show, um dos valores mais altos do gênero.

Além das apresentações ao vivo, Kevinho também ganha bastante dinheiro com publicidade. Sua forte presença digital o torna um influenciador de peso, garantindo contratos lucrativos com marcas que desejam se conectar ao público jovem. O cantor também fatura com o streaming de suas músicas em plataformas como Spotify e YouTube, onde seus clipes acumulam bilhões de visualizações.

2. MC Hariel

Destaque no funk paulista, MC Hariel conquistou um grande público ao cantar sobre temas como a realidade das comunidades, superação e conquistas pessoais. Seu estilo autêntico e suas letras com mensagens de reflexão fazem dele um dos artistas mais respeitados do gênero.

Atualmente, o cache do cantor gira em torno de R$ 100 mil por apresentação, colocando-o entre os funkeiros mais bem pagos do Brasil. Além dos shows, Hariel também fatura alto com suas músicas nas plataformas de streaming, onde tem uma base fiel de ouvintes. Sua popularidade crescente faz com que ele seja convidado para colaborações com outros artistas e participe de grandes eventos do cenário musical.

3. MC Livinho

Outro nome de grande destaque no funk nacional, MC Livinho construiu sua carreira com músicas marcantes como “Cheia de Marra”, “Fazer Falta” e “Hoje Eu Vou Parar na Gaiola”. Seu estilo mistura o funk tradicional com influências do R&B e do pagode, tornando suas canções ainda mais envolventes e populares.

O sucesso de Livinho reflete diretamente em seu cachê, que atualmente chega a R$ 120 mil por show. Além da música, ele tem explorado outras áreas, como o futebol, demonstrando interesse em atuar profissionalmente no esporte. Ele também mantém colaborações com artistas de outros gêneros musicais, ampliando seu alcance e sua base de fãs.

4. MC Poze do Rodo

Diretamente do Rio de Janeiro, MC Poze do Rodo ganhou notoriedade ao cantar sobre a realidade das favelas e a vida nas comunidades cariocas. Suas letras, muitas vezes polêmicas, falam sobre dificuldades, conquistas e o cotidiano da periferia, o que o tornou um dos artistas mais autênticos do funk.

Mesmo sendo um dos nomes mais polêmicos do gênero, Poze do Rodo também está entre os mais bem pagos. Seu cachê pode chegar a R$ 80 mil por show, além dos ganhos que ele obtém com suas redes sociais e parcerias publicitárias. O funkeiro tem milhões de seguidores no Instagram e no YouTube, onde suas postagens e lançamentos costumam gerar grande engajamento.

5. Anitta (como MC Anitta)

Atualmente conhecida mundialmente como uma estrela do pop, Anitta iniciou sua trajetória no funk e nunca deixou suas raízes de lado. Sempre que se apresenta como MC Anitta em eventos especiais exclusivamente para o funk, ela consegue um cachê que ultrapassa os R$ 200 mil por show, sendo uma das artistas mais rentáveis ​​do país.

Seu sucesso global e seu talento para os negócios fizeram com que Anitta fechasse contratos milionários com marcas nacionais e internacionais. Além de sua carreira musical, ela também investe no mercado publicitário e em empreendimentos próprios, consolidando-se como um dos artistas mais influentes do Brasil.

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