Inteligência Artificial impulsiona biotecnologia e sustentabilidade no agro

Startup americana utiliza biotecnologia e inteligência artificial na seleção genética de microrganismos com características desejadas para o desenvolvimento de novos produtos

A busca por uma produção de alimentos mais sustentável, eficiente e resiliente é, cada vez, um desafio urgente para o agronegócio, e que se apoia em crescente uso de biotecnologia, dentro e fora de campo. Nesse cenário, a Inteligência Artificial (IA) surge como uma ferramenta poderosa para impulsionar a biotecnologia e promover práticas agrícolas mais amigáveis ao meio ambiente. 

Biotecnologia
Uso da biotecnologia tem feito a diferença no agro – Foto: Reprodução/Indigo

Um exemplo nessa área é o trabalho da Indigo Ag, startup norte-americana que se destaca por sua inovadora abordagem que combina bioinformática, IA e microbiologia para desenvolver soluções inovadoras para o agro.

Investimento em biotecnologia

Considerada uma das mais inovadoras fabricantes de biológicos do mundo, a Indigo é uma das únicas no mundo desenvolvendo tecnologias a partir de endofíticos, bioinformática e data Science. Para isso, construiu o maior banco de microrganismos endofíticos de uso comercial do mundo. 

São mais de 36 mil cepas e 350 diferentes gêneros de bactérias e fungos, coletados de diferentes plantas e regiões geográficas em todo o planeta – e em constante expansão. Todo o material está catalogado digitalmente, e mais de 70% dele conta já com análise de sequenciamento genômico e definição de alta qualidade para cada tipo de stress. 

Reinaldo Bonnecarrere, diretor de Biológicos da Indigo na América Latina, explica que, com base em um conjunto único de dados e na análise detalhada das características de cada espécie microbiológica, um poderoso sistema de processamento de dados consegue identificar, com alta precisão, os microrganismos que têm as características desejadas para certos objetivos e contextos agrícolas. 

Isso inclui a variedade de planta cultivada, as condições climáticas e nutricionais da lavoura, ou o tipo de praga a ser combatida, por exemplo.

“A combinação de dados gerada por machine learning, aliada a ferramentas de biotecnologia, permite identificar rapidamente candidatos benéficos. Uma série de triagens e testes de campo complementam a identificação das cepas mais eficazes, permitindo a otimização de formulações e concentrações microbianas para garantir o máximo de sobrevivência destes organismos em sementes, trazendo assim maior benefício para a planta”, conta. 

Tais microrganismos selecionados podem influenciar ativamente a fisiologia do hospedeiro como resultado da produção de fitohormônios, fixação de nitrogênio, solubilização de fosfato inorgânico, fornecimento de micronutrientes, promoção da atividade fotossintética, indução do sistema de defesa da planta e produção de antibióticos.


“Em termos práticos, são tecnologias com máxima assertividade e sustentabilidade para a saúde e o crescimento das plantas, aumento da tolerância ao estresse, combate a pragas e doenças, e ainda, forte contribuição para a saúde do solo, beneficiando também novos plantios, com reflexos positivos para o meio ambiente, a saúde humana e à lucratividade do produtor”, resume Bonnecarrere.

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