Apple Pay completa 10 anos: o impacto da tecnologia nos meios de pagamento

Lançado em 2014, o Apple Pay revolucionou os pagamentos móveis ao permitir que os usuários realizassem transações com um simples toque em seus dispositivos, utilizando a tecnologia NFC (Near Field Communication). Em uma década, a plataforma se consolidou como a carteira digital mais popular do mercado, com uma impressionante participação de 92%, transformando a maneira como as pessoas pagam por produtos e serviços.

Cartão - NFC SUBCONSUMO COMPRAS
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A tecnologia NFC permite que o consumidor compre sem um cartão físico – Foto: Reprodução/Canva

A ascensão do Apple Pay

Desde sua criação, o Apple Pay se expandiu rapidamente, marcando presença em lojas, transporte público, restaurantes e uma variedade de outros setores. Integrado a dispositivos como iPhones, Apple Watches e até mesmo computadores, o serviço facilitou a vida de milhões de consumidores que preferem deixar os cartões físicos de lado.

No Brasil, a popularidade da plataforma também é notável, onde o NFC já é a principal escolha de pagamento para muitos usuários. Pesquisas revelam que 60% dos brasileiros que utilizam carteiras digitais afirmam usar o Apple Pay “sempre” ou “quase sempre”, sendo que 87% dos usuários preferem a tecnologia devido à sua praticidade.

Enquanto concorrentes como Google Pay e Samsung Pay enfrentaram desafios para ganhar tração no mercado, a Apple manteve uma trajetória estável, investindo continuamente em melhorias. Além do Apple Pay, a empresa lançou produtos complementares como o Apple Cash, Apple Card e Apple Pay Later, especialmente nos Estados Unidos, mas esses recursos tiveram impacto variado em termos de aceitação.

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Desafios regulatórios e antitruste

Apesar do sucesso, o Apple Pay não está isento de controvérsias. A maneira como a Apple controla o ecossistema de pagamentos chamou a atenção de reguladores, especialmente nos EUA. O Departamento de Justiça norte-americano acusou a empresa de limitar a concorrência ao bloquear o acesso de desenvolvedores a funções de pagamento por aproximação, restringindo o uso da tecnologia NFC em seus dispositivos.

A Apple, por sua vez, defende que essas medidas garantem maior segurança e privacidade para os usuários. No entanto, críticos afirmam que as limitações são uma maneira de proteger as taxas de transação que a empresa cobra dos desenvolvedores que utilizam o Apple Pay.

Em resposta às pressões regulatórias, a Apple anunciou uma mudança significativa com o lançamento do iOS 18.1. Agora, desenvolvedores de terceiros poderão habilitar transações por aproximação diretamente em seus aplicativos, permitindo que os usuários configurem outras opções de pagamento como padrão em seus dispositivos, alterando o comportamento ao clicar duas vezes no botão de energia dos iPhones.

O futuro do Apple Pay e o impacto da abertura

Com essa abertura, a Apple busca evitar futuras sanções regulatórias e, ao mesmo tempo expandir o uso do NFC para uma gama ainda maior de funcionalidades. Bancos, fintechs e outras empresas de tecnologia financeira poderão integrar diretamente suas soluções ao sistema da Apple, transformando potencialmente o Apple Pay em um hub mais flexível para transações móveis.

Contudo, essa diversificação também traz preocupações. Alguns especialistas temem que a fragmentação do sistema, com múltiplos aplicativos oferecendo funcionalidades distintas, possa complicar a experiência do usuário. Em vez de centralizar tudo no Apple Wallet, os consumidores poderiam ter que gerenciar diversos apps, cada um com suas próprias regras e interfaces, o que poderia afetar a simplicidade que o Apple Pay sempre buscou oferecer.

O dilema do controle x inovação

A crescente pressão regulatória levanta uma questão crucial para o futuro do Apple Pay e da própria Apple: até que ponto o controle rígido sobre o sistema de pagamentos era necessário para oferecer uma experiência perfeita ao usuário? Ou será que esse controle foi uma estratégia para manter os consumidores presos ao ecossistema da empresa?

Com dez anos de sucesso, o Apple Pay já se consolidou como líder no mercado de pagamentos digitais. No entanto, a abertura do sistema e as mudanças regulatórias que estão por vir serão determinantes para a próxima década da plataforma, que agora enfrenta o desafio de manter a inovação sem perder sua base fiel de usuários.

Enquanto isso, o Apple Pay continua evoluindo, redefinindo como os consumidores interagem com o dinheiro e moldando o futuro dos pagamentos digitais no mundo todo.

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