Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta um resultado mais favorável para médias e grandes empresas em agosto
A produção e o número de empregados na indústria aumentaram em agosto, pelo segundo mês consecutivo, conforme dados divulgados em um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira, 18 de setembro.
Na Sondagem Industrial, publicada semestralmente pela entidade, o índice de produção alcançou 52,2 pontos, enquanto o índice de número de empregados chegou a 50,7 pontos. O índice varia de 0 a 100, e valores acima de 50 indicam crescimento do setor.
O resultado de agosto foi impulsionado pelo desempenho positivo das médias e grandes empresas que superaram os 50 pontos. Em contrapartida, o indicador de produtividade das pequenas empresas ficou abaixo desse nível e apresentou uma queda. Todas as regiões do país registraram pontuações acima da linha divisória de 50 pontos.
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, ressalta que, apesar do crescimento dos pequenos negócios entre junho e julho, o setor enfrenta um processo de estabilização. Ele destaca a redução dos estoques como um fator importante para a percepção de aumento na demanda dos consumidores.
“Ao observarmos o aumento da produção registrado pela Sondagem Industrial nos últimos meses, notamos que os estoques continuam caindo, inclusive abaixo do planejado, o que reforça a percepção de crescimento da demanda”, avalia o especialista.
Houve também avanço na Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que atingiu 72% em agosto. Esse indicador já se encontrava em um patamar elevado desde as últimas medições e permanece acima da média histórica para o mês de agosto, com um possível aumento no uso da capacidade instalada do setor.
Otimismo permanece na indústria
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), há uma percepção de otimismo no setor, especialmente entre as médias e grandes empresas que reafirmaram os resultados positivos em agosto. Para setembro, a CNI projeta continuidade desse otimismo nas exportações do setor, mas com um pessimismo em relação à demanda e à compra de matéria-prima.
“Houve uma acomodação das expectativas em relação à demanda, compra de matérias-primas e número de empregados após dois meses de crescimento da produção, estoques em queda e percepção de aumento da demanda. Embora os índices tenham recuado um pouco, eles continuam em um patamar positivo, indicando que ainda há otimismo entre os empresários”, completou Azevedo.
O que é o CNI?
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) é a principal entidade de representação do setor no país. Fundada em 1938, atua como porta-voz dos interesses do setor e defende políticas e iniciativas que promovam o desenvolvimento econômico e a competitividade das empresas nacionais. A CNI reúne 27 federações estaduais e mais de 1.250 sindicatos patronais, abrangendo todos os segmentos.
A organização desenvolve atividades como a elaboração de estudos e pesquisas, a defesa de reformas econômicas, tributárias e trabalhistas, além de promover inovação e sustentabilidade nas indústrias. A CNI também desempenha um papel relevante na qualificação de mão de obra, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), e na promoção da educação básica, técnica e superior, por meio do Serviço Social da Indústria (SESI).
Além disso, a CNI participa ativamente do diálogo com o governo e outras instituições para criar um ambiente favorável ao investimento e ao crescimento do segmento. A entidade busca fortalecer a inserção do Brasil no mercado internacional, promovendo a exportação de produtos e serviços industriais e estabelecendo parcerias com organizações estrangeiras para fomentar a competitividade da indústria brasileira no cenário global.