A Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou na sexta-feira, 14 de fevereiro, um dos seus maiores projetos de infraestrutura digital: o Projeto Waterworth. A ideia é instalar 50.000 quilômetros de cabos submarinos para conectar diferentes partes do mundo, atravessando oceanos e ligando continentes.
Com essa iniciativa, a Meta quer melhorar a qualidade da internet, tornando as conexões mais rápidas, estáveis e acessíveis para milhões de pessoas. Esses cabos submarinos são fundamentais para o funcionamento da rede, pois transportam quase todas as informações que circulam entre países. Sem essa estrutura, a comunicação digital seria mais lenta e menos confiável.
O projeto beneficiará diretamente países como Estados Unidos, Brasil, Índia, Austrália e África do Sul, que possuem um grande crescimento no mercado digital e precisam de mais infraestrutura para lidar com o aumento do tráfego de dados.
Ao instalar esses cabos de última geração, a Meta quer fortalecer a economia digital, facilitar o acesso à internet e impulsionar novas tecnologias, como inteligência artificial e computação em nuvem.
Além disso, a empresa busca reduzir sua dependência de outras companhias que controlam os cabos submarinos. Hoje, a transmissão de dados entre continentes é dominada por algumas grandes empresas especializadas nesse serviço. Mas gigantes da tecnologia, como Meta e Google, estão investindo em suas próprias redes para ter mais controle sobre suas operações e custos.
O Projeto Waterworth pode transformar como a internet funciona, trazendo mais velocidade, estabilidade e alcance para pessoas e empresas ao redor do mundo.
Por que a Meta está investindo nisso?
A internet funciona principalmente via cabos submarinos, que transportam mais de 95% das informações entre países. Sem esses cabos, as conexões serão muito mais lentas e instáveis. O objetivo do Projeto Waterworth é aumentar a capacidade e a confiabilidade da internet, permitindo que mais pessoas tenham acesso a uma conexão de alta qualidade.
A instalação desses cabos é um investimento de bilhões de dólares e levará vários anos para ser concluído. Com essa iniciativa, a Meta não só melhora sua própria infraestrutura, mas também ajuda a reduzir a desigualdade digital e a facilitar o desenvolvimento tecnológico em diferentes partes do mundo.
Como esses cabos funcionam?
Os cabos submarinos são fios gigantes de fibra óptica que transmitem dados em forma de luz. Eles estão instalados no fundo do mar e percorrem milhares de quilômetros entre diferentes países e continentes. O novo cabo da Meta terá 24 pares de fibras ópticas, o que significa que poderá transmitir uma quantidade enorme de dados ao mesmo tempo.
Para evitar problemas, a empresa vai usar técnicas avançadas de proteção, inserindo os cabos em áreas de alto risco. Isso é importante porque esses cabos podem ser danificados por características naturais, como terremotos e tsunamis, ou até mesmo por acidentes causados por navios.
Quem controla os cabos da internet?
Atualmente, existem cerca de 450 cabos submarinos espalhados pelo mundo, somando 1,2 milhão de quilômetros no total. Esse mercado é dominado por quatro grandes empresas:
- SubCom (EUA)
- Redes Submarinas Alcatel (França)
- Nippon Electric Company (Japão)
- Tecnologias HMN (China)
No entanto, grandes empresas de tecnologia, como Meta e Google, estão investindo para construir seus próprios cabos. Isso dá mais autonomia para elas e reduz a necessidade de depender dessas companhias.
O problema da segurança dos cabos submarinos
Apesar de serem essenciais para a internet, os cabos submarinos também são vulneráveis. Eles podem ser afetados por:
- Fenômenos naturais, como terremotos e tsunamis
- Danos acidentais, como âncoras de navios que cortam os cabos
- Ataques intencionais, como sabotagem e espionagem
Por causa disso, alguns países estão reforçando a segurança dessas infraestruturas. Em janeiro de 2025, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) aumentou a vigilância no Mar Báltico após ataques a cabos de telecomunicações, atribuídos à Rússia.
Como esse projeto afeta o futuro da internet?
Nos próximos anos, a quantidade de informações que circulam na internet deverá crescer muito, principalmente devido à inteligência artificial (IA). Modelos de IA, como aqueles que criam imagens e textos automaticamente, desativam muita capacidade de processamento de dados.
Por isso, a Meta quer garantir que a sua infraestrutura seja capaz de suportar esse crescimento. O Projeto Waterworth ajudará a tornar a internet mais rápida, estável e segura, beneficiando empresas, governos e usuários comuns.
Além disso, com uma conexão melhor e mais acessível, mais pessoas poderão usar a internet para estudar, trabalhar e se comunicar, ajudando no desenvolvimento econômico e social de diversas regiões.
O Projeto Waterworth é um dos maiores investimentos já feitos pela Meta em infraestrutura digital. Ao instalar 50.000 km de cabos submarinos, a empresa busca melhorar a qualidade da internet ao redor do mundo e reduzir sua dependência de outras companhias.
Investimentos em inteligência artificial
A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou no dia 24 de janeiro um grande plano para investir até US$ 65 bilhões (cerca de R$ 384 bilhões) no desenvolvimento de inteligência artificial (IA) nos próximos anos. Segundo o CEO Mark Zuckerberg, esse investimento inclui a construção de um enorme data center e a ampliação das equipes que trabalham com IA.
A empresa quer atingir um poder computacional de 1 gigawatt em 2025, o que equivale a um bilhão de watts de potência. Além disso, pretende ter mais de 1,3 milhão de GPUs (processadores gráficos) até o final do mesmo ano. De acordo com Zuckerberg, essa iniciativa ajudará a melhorar os produtos da Meta, criar novas tecnologias e manter os Estados Unidos na liderança do setor de inovação.
Um dos principais investimentos será um novo data center, que custará cerca de US$ 10 bilhões e será construído no estado da Louisiana. Além disso, a empresa comprará chips avançados para tornar ainda mais eficientes ferramentas como o assistente de inteligência artificial da Meta e os óculos inteligentes Ray-Ban.
Esse anúncio vem em um momento de forte disputa no setor de IA. Recentemente, empresas como OpenAI, SoftBank Group e Oracle revelaram o projeto Stargate, uma iniciativa que pretende investir US$ 100 bilhões (cerca de R$ 591 bilhões) na criação de uma infraestrutura de inteligência artificial nos Estados Unidos.
Embora esse investimento seja muito alto e possa parecer exagerado no curto prazo, Zuckerberg acredita que ele é essencial para o futuro da empresa. “Se ficarmos para trás nessa área, perderemos espaço na tecnologia mais importante das próximas décadas”, afirmou o CEO em uma publicação no Facebook.
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