Meta demite 4 mil funcionários para focar em inteligência artificial

A Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou uma nova rodada de demissões nesta segunda-feira, 10 de fevereiro, resultando na dispensa de cerca de 4 mil funcionários. A medida faz parte de um realinhamento estratégico voltado para a inteligência artificial (IA), conforme enfatizou o CEO Mark Zuckerberg, que havia alertado que 2025 seria um “ano intenso” para a companhia.

Meta anuncia demissões em nova estratégia focada em IA.
Meta revela plano de investimento de US$ 65 bilhões (R$ 384,15 bilhões) em inteligência artificial em 2025 |Foto: Reprodução/Getty Images

A Meta anunciou demissões por e-mail para funcionários em vários escritórios pelo mundo, mas ainda não está claro se o Brasil será afetado. Segundo um comunicado interno, os cortes foram baseados no desempenho dos funcionários, e os acessos dos demitidos foram bloqueados em até uma hora após o aviso.

Na União Europeia, algumas demissões podem ser evitadas por conta das leis trabalhistas locais. A Diretiva 98/59/CE exige que as empresas que planejem demissões em massa consultem representantes dos trabalhadores antes, e busquem alternativas como realocação ou aposentadoria antecipada. Além disso, as autoridades devem ser notificadas para avaliar o impacto e possíveis soluções, e há prazos mínimos de aviso prévio, que variam de acordo com o país e o número de funcionários afetados.

Apesar dos cortes, a Meta pretende contratar novos especialistas em inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina. Num comunicado interno, a empresa destacou a importância de desenvolvimento de tecnologias inovadoras, como IA, realidade aumentada e novas redes sociais.

As missões vêm após a empresa extinguir equipes de verificação de conteúdo no Facebook, sob o argumento de priorizar a liberdade de expressão. No entanto, a decisão gerou preocupações sobre um possível aumento na desinformação e no discurso de ódio na plataforma.

Numa reunião com funcionários, cujo conteúdo vazou para a imprensa, Mark Zuckerberg afirmou que 2025 será um ano de grandes mudanças e desafios. Ele também alertou que os responsáveis ​​pelo vazamento poderiam ser demitidos.

Desde 2022, a Meta vem simplificando sua equipe para aumentar a eficiência. Agora, a empresa segue investindo pesado em infraestrutura de IA para competir com empresas como OpenAI e DeepMind na corrida pela inovação tecnológica.

Meta anuncia investimento bilionário em inteligência artificial para 2025

A Meta anunciou que pretende investir até US$ 65 bilhões (R$ 384,15 bilhões) em inteligência artificial (IA) nos próximos anos. O CEO Mark Zuckerberg revelou a estratégia em janeiro no seu perfil do Facebook e destacou planos como a construção de um grande data center (centro de processamento de dados) e a ampliação das equipes focadas nessa tecnologia.

A empresa espera ativar 1 gigawatt de poder computacional até 2025 e ter mais de 1,3 milhão de GPUs no mesmo período. Segundo Zuckerberg, esse investimento ajudará a melhorar os produtos da Meta, impulsionar novas inovações e manter os EUA na liderança tecnológica.

Parte desse valor, cerca de US$ 10 bilhões (R$ 57 bilhões), será usado para construir um data center no estado da Louisiana, nos EUA. Além disso, a Meta está comprando novos chips para aprimorar ferramentas de IA, como assistentes virtuais e os óculos inteligentes Ray-Ban.

A empresa tem se movimentado em um cenário de competição intensa. A OpenAI, SoftBank Group e Oracle anunciaram o projeto Stargate, um plano de US$ 100 bilhões (R$ 591 bilhões) para criar uma rede moderna de centros de processamento de dados, ampliando a infraestrutura de IA nos EUA.

Apesar dos altos custos, Zuckerberg acredita que esse investimento é fundamental para o futuro da empresa. “Se ficarmos para trás, podemos perder espaço na tecnologia mais importante das próximas décadas”, afirmou o CEO em uma publicação no Facebook.

A polêmica da checagem de fatos nas redes sociais

Em janeiro de 2025, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciou uma grande mudança na forma como o Facebook e o Instagram fazem a checagem de informações. Em um vídeo publicado no perfil oficial da empresa, ele explicou que a Meta deixará de usar serviços independentes para verificar fatos e passará a adotar um sistema baseado nas chamadas “notas da comunidade”. Nesse novo modelo, serão os próprios usuários que poderão ajudar a checar as informações, algo parecido com o que a plataforma X já faz.

A mudança foi bem recebida por defensores da liberdade de expressão, especialmente por apoiadores de Donald Trump, que consideraram a decisão uma forma de diminuir o que chamam de “censura” nas redes sociais da Meta. Zuckerberg explicou no vídeo publicado no Facebook, que os moderadores contratados anteriormente tinham uma “visão política específica” e que, por isso, seria importante dar mais liberdade para os usuários expressarem suas opiniões.

Por outro lado, a decisão gerou críticas de ativistas contra o discurso de ódio online e de organizações de checagem de fatos, que estão preocupadas com os impactos dessa mudança na luta contra a desinformação. A troca de profissionais qualificados por uma abordagem em que qualquer usuário pode opinar levanta preocupações sobre a qualidade das informações nas plataformas.

Especialistas em tecnologia e política acreditam que as motivações por trás dessa mudança podem ser políticas. Muitas empresas de tecnologia, incluindo a Meta, estão se adaptando ao novo governo de Donald Trump (Partido Republicano), que venceu as eleições presidenciais.

Leia também: Qual o futuro da inteligência artificial em 2025?

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