Brasil deve formar 14 milhões de profissionais até 2027

Nos próximos três anos, o Brasil enfrentará o desafio de formar e requalificar 14 milhões de profissionais para atender à crescente demanda da indústria e de outros setores da economia. A projeção foi divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e está baseada no crescimento econômico e nas transformações do mercado de trabalho que o país deve enfrentar até 2027. Desse total, 2,2 milhões de trabalhadores serão novos no mercado, enquanto outros 11,8 milhões precisarão passar por processos de atualização de competências.

Esse esforço de capacitação é crucial para que o país acompanhe as mudanças tecnológicas e as exigências do mercado global, assegurando competitividade e produtividade em um ambiente cada vez mais desafiador. A indústria, um dos setores mais impactados, exigirá profissionais qualificados para acompanhar novas tendências e tecnologias que transformam processos produtivos.

Demanda crescente por qualificação no Brasil

De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, divulgado pela CNI, os setores que mais demandarão profissionais qualificados até 2027 são logística e transporte, construção, operação industrial, manutenção e reparação, além de metalmecânica. Esses segmentos estão em constante transformação devido à automação e digitalização dos processos, o que torna a atualização de habilidades uma necessidade constante.

A criação de 2,2 milhões de novos empregos reflete o ritmo de crescimento da economia e a necessidade de repor profissionais que se aposentam ou deixam o mercado formal. Entretanto, o grande volume de requalificação — 11,8 milhões de trabalhadores — indica a importância de preparar os profissionais já inseridos no mercado para as novas exigências da indústria.

Com o avanço de novas tecnologias e a modernização das indústrias, muitas profissões estão sendo reformuladas, e isso exige que os trabalhadores desenvolvam novas competências técnicas e comportamentais.

Habilidades em alta: hard skills e soft skills

O estudo da CNI revela que, para atender às demandas do mercado até 2027, os trabalhadores precisarão desenvolver tanto hard skills quanto soft skills. As hard skills se referem às habilidades técnicas, como o domínio de máquinas, equipamentos e softwares que fazem parte dos processos produtivos modernos. Por exemplo, profissionais que atuam na operação industrial ou na manutenção de equipamentos precisarão ser capacitados no uso de ferramentas digitais e na compreensão de sistemas automatizados.

Já as soft skills são as competências comportamentais, que vêm ganhando destaque nos últimos anos. Características como pensamento crítico, inteligência emocional, criatividade e capacidade de inovação são cada vez mais exigidas pelos empregadores. Além disso, com o aumento da preocupação com o bem-estar dos trabalhadores, há uma maior demanda por ações voltadas para saúde e segurança no trabalho.

Essas novas exigências ressaltam a necessidade de um trabalhador flexível, capaz de se adaptar a diferentes funções e contextos, o que reforça a importância da educação continuada e da requalificação ao longo da carreira.

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O impacto da requalificação no mercado

A requalificação de 11,8 milhões de trabalhadores até 2027 será essencial para que o Brasil mantenha sua competitividade global. A modernização das indústrias brasileiras, impulsionada pela adoção de novas tecnologias como inteligência artificial, automação e Internet das Coisas (IoT), exige que a força de trabalho esteja preparada para essas inovações.

Se por um lado a digitalização traz a necessidade de uma mão de obra mais especializada, por outro ela também cria novas oportunidades. A adaptação às mudanças tecnológicas pode gerar aumento na produtividade e, consequentemente, impulsionar o crescimento econômico do país.

A CNI reforça que, para garantir esse processo de qualificação, é fundamental que governo, empresas e instituições de ensino trabalhem de forma integrada, oferecendo cursos e programas de capacitação que atendam às necessidades reais do mercado. O foco deve ser não apenas na formação de novos profissionais, mas também na reciclagem dos trabalhadores que já estão no mercado, garantindo que eles estejam aptos a acompanhar as transformações da indústria.

O papel da indústria na criação de empregos

Economia criativa. Foto: Canva

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CNI aponta para um cenário em que a educação e a qualificação profissional serão fundamentais para o desenvolvimento do Brasil nos próximos anos | Foto: Reprodução/Canva

A indústria tem um papel central na geração de empregos qualificados no Brasil. Além de ser um setor estratégico para a economia, é responsável por uma parcela significativa da inovação e do desenvolvimento tecnológico no país. Com a demanda por profissionais qualificados aumentando, o setor também precisa investir na capacitação de sua força de trabalho.

A formação de novos profissionais e a requalificação de trabalhadores é um fator-chave para que o Brasil continue competitivo no cenário global. O avanço da tecnologia, aliado ao crescimento da economia, cria um ambiente propício para a criação de novas oportunidades, mas exige uma preparação adequada por parte dos profissionais.

Em resumo, a CNI aponta para um cenário em que a educação e a qualificação profissional serão fundamentais para o desenvolvimento do Brasil nos próximos anos. O país precisa formar e requalificar milhões de trabalhadores para acompanhar as mudanças no mercado de trabalho, e isso exige um esforço conjunto entre governo, empresas e sociedade.

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