Entenda os próximos passos da recuperação extrajudicial da Casas Bahia

A Justiça de São Paulo aprovou o pedido de recuperação extrajudicial do Grupo Casas Bahia, que implica na renegociação de R$ 4,1 bilhões em dívidas. O plano, divulgado no domingo (28), foi bem recebido pelo mercado, resultando em um aumento de 34,19% nas ações da empresa.

Por volta das 10h20, as ações subiram 16,91%, mas foram posteriormente suspensas para leilão devido a uma forte oscilação. Após o reinício das negociações, os papéis continuaram a subir. O leilão é acionado pela Bolsa quando há uma alta volatilidade em um determinado ativo.

Para analistas, a renegociação das dívidas traz alívio para uma empresa sobrecarregada por um alto endividamento e com seu caixa comprometido, especialmente em um cenário de juros elevados e desaceleração do varejo.

Essa reestruturação é parte de um processo iniciado em 2023, que incluiu o fechamento de lojas e a demissão de 8,6 mil funcionários.

A renegociação foi acordada com o Bradesco e o Banco do Brasil, que detêm 54,53% das dívidas, envolvendo quatro debêntures e duas Cédulas de Crédito Bancário. Com esse acordo, a varejista assegurou o quórum mínimo de 50% necessário para a aprovação da reestruturação.

No curto prazo, a reestruturação liberará espaço no caixa da Casas Bahia ainda este ano, quando venceria cerca de um terço das dívidas a serem renegociadas (R$ 1,5 bilhão).

A recuperação extrajudicial posterga os primeiros vencimentos para 2027, com a maioria a ser paga em 2029 e 2030.

De acordo com a empresa, o processo resultará em uma economia de R$ 400 milhões, com uma redução de 1,5 ponto percentual no custo da dívida. O prazo médio de amortização foi ampliado de 22 para 72 meses, ou seis anos, gerando um espaço adicional de R$ 4,3 bilhões no caixa nos próximos três anos.

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