A Seleção Feminina está em Paris e faz sua estreia no torneio de futebol das Olimpíadas 2024 na próxima quinta-feira, 25/7. Sendo o futebol responsável por uma indústria competitiva em que circula muito dinheiro, resolvemos apurar qual o valor de mercado da equipe que nos representará.
Segundo a Soccerdonna, plataforma do Transfermarkt para o futebol feminino, as convocadas que atuam fora do Brasil somam 1.120 milhões de euros em valor de mercado. Isso dá pouco mais de 6,5 milhões de reais, no câmbio atual.
A presença da atacante Kerolin na convocação fez subir o valor de mercado do grupo, já que só uma possível transferência dela está avaliada em 225 mil euros. As outras duas jogadoras com trabalhos mais bem avaliados, do ponto de vista financeiro, são a atacante Gabi Nunes e Tarciane, zagueira.

As jogadoras que atuam no futebol brasileiro não têm o valor de mercado divulgado em seus perfis no Soccerdonna. Para entender mais sobre isso e tentar acessar esses valores, entramos em contato com os clubes em que elas atuam.
Clubes de futebol
Dois clubes disseram não possuir a relação desses valores, mas que estão em busca de ter esse tipo de material. Outro, nos informou que não divulga tal informação sobre as atletas.
Só conseguimos o valor de transferência (não atualizado) da lateral Tamires, via reportagem da revista Forbes. Entendemos que a quantia referente às outras seis jogadoras que atuam no Brasil poderiam representar um aumento significativo no valor do grupo.
No entanto, seria difícil bater o valor presente do último grande evento. A seleção que representou o Brasil na Copa do Mundo de 2023, na Austrália e Nova Zelândia, valia mais de 10 milhões de reais, segundo a Forbes e a própria Soccerdonna.

Numa época em que vemos os números financeiros do futebol feminino aumentar de maneira vertiginosa, é curioso o fato da nossa seleção diminuir nesse sentido.
Transferência de jogadoras
Mas isso pode ser explicado pela disparidade que acontece nessa modalidade. Enquanto as transferências atingiram valores recordes entre uma e outra competição, no Brasil, existem jogadoras que precisam exigir que conste uma cláusula de multa de rescisão em seus contratos.
Isso para que o mercado entenda que são ativos de valor para o clube, quando são os clubes que deveriam se preocupar com essa valorização. Engrandecer o futebol feminino também passa por tratar com o mesmo profissionalismo dedicado ao masculino.
E sabe os recordes que citamos? Para se ter uma ideia, a época da Copa do Mundo 2023, a transferência mais cara do futebol feminino tinha sido de Keira Walsh, que foi do Manchester City ao Barcelona por cerca 400 mil euros. Esse ano, o Bay FC (EUA) pagou aproximadamente 796,6 mil euros para tirar Racheal Kundananji do Madrid CFF (Espanha).

E entre uma e outra operação, algumas mais foram realizadas, inclusive a transferência da brasileira Tarciane, do Corinthians, para o Houston Dash, por cerca 462 mil euros. Pode até ser que no momento da publicação deste texto novos recordes sejam batidos, assim como valores de mercado sejam alterados.
É, o futebol feminino está mudando. E os clubes brasileiros precisam acompanhar esse movimento se querem, realmente, contribuir para que a Copa de 2027 seja um evento histórico para o futebol mundial.
Seleção Brasileira Olímpica 2024:
GOLEIRAS
- Lorena (Grêmio)
- Tainá (América-MG)
LATERAIS
- Antônia (Real Madrid)
- Tamires (Corinthians)
- Yasmim (Corinthians)
ZAGUEIRAS
- Rafaelle (Orlando Pride-EUA)
- Tarciane (Houston Dash-EUA)
- Thais Ferreira (Tenerife-ESP)
MEIAS
- Ana Vitória (Atlético de Madrid-ESP)
- Duda Sampaio (Corinthians)
- Yayá (Corinthians)
ATACANTES
- Adriana (Orlando Pride-EUA)
- Gabi Nunes (Levante-ESP)
- Gabi Portilho (Corinthians)
- Jheniffer (Corinthians)
- Kerolin (North Carolina Courage-EUA)
- Marta (Orlando Pride-EUA)
- Ludmila (sem clube)
Veja a agenda de jogos da primeira fase da Seleção Feminina em Paris 2024:
- Brasil x Nigéria – Quinta-feira, 25 de julho às 14h (de Brasília)
- Brasil x Japão – Domingo, 28 de julho às 12h (de Brasília)
- Brasil x Espanha – Quarta-feira, 31 de julho às 12h (de Brasília)
Colaboração: Natália Silva