Restaurantes gaúchos pedem reedição de programa federal ainda em 2024

Em dois meses, o setor perdeu 3.800 empregos formais no estado. Os empresários estão enfrentando dívidas e a falta de medidas efetivas para a recuperação

As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul ainda causam reflexos negativos na economia local, inclusive entre bares e restaurantes. Segundo dados do Caged, divulgados na última segunda-feira , 29 de julho, mais de 3.800 funcionários formais do setor foram desligados nos últimos dois meses. 

Bares e restaurantes
Mais de 3800 funcionários perderam o emprego – Foto: Reprodução/Unsplash

Em um setor com muitos trabalhadores informais, acredita-se que o número seja ainda maior. Isso mostra que as empresas têm dificuldade em manter seus funcionários.

Bares e restaurantes pedem reedição de programa federal 

Em maio, a Abrasel pediu a reedição do programa BEM, que ajudou a manter empregos e renda durante a pandemia. O programa foi concedido pelo Governo Federal.

Esse programa ajudou empresas que precisaram fechar temporariamente. Ele garantiu um salário mínimo aos funcionários, sem que os empresários precisassem pagar a diferença.

No entanto, diante da crise causada pelas enchentes, o Ministério do Trabalho publicou a Portaria nº 991 em resposta à crise das enchentes. A portaria determina o pagamento de duas parcelas do salário-mínimo. Os funcionários das empresas afetadas serão beneficiados com essa medida.

Esse valor é inferior ao piso salarial do setor no estado e vem com a condição de que a empresa mantenha os funcionários empregados por, no mínimo, quatro meses. Os empresários não acharam a medida suficiente. Os custos continuam altos. Ainda há outras despesas para reestruturar os negócios.

“Durante as enchentes de maio, a Abrasel prontamente tomou medidas para auxiliar os empresários do setor e enfatizou a necessidade de iniciativas como a reedição do BEm. Apesar disso, para que o setor de bares e restaurantes possa realmente se recuperar, ainda é necessário um suporte federal mais consistente e direcionado. Esse apoio, somado a outras medidas, será importante para conseguirmos superar os desafios e assegurar a viabilidade dos negócios”, comenta o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci. 

A pesquisa da Abrasel no Rio Grande do Sul revelou que em maio, 39% dos restaurantes precisariam demitir funcionários. Desses, 46% teriam que demitir entre três e cinco pessoas. Essa pesquisa indicou, também, que quase metade dos estabelecimentos (49%) tinham dívidas em atraso. 

Movimento Retomada Gaúcha 

No contexto dessas dificuldades, a Abrasel desenvolveu o movimento Retomada Gaúcha, uma iniciativa que busca promover a recuperação do setor de bares e restaurantes no RS. 

Auxílio Bares restaurantes
Tragédia assolou o estados nos meses de abril e maio – Foto: Reprodução/Instagram

O movimento tem um plano de ação de longo prazo. Ele conta com equipes de apoio e cuidados com a saúde. Também inclui iniciativas com o governo e materiais de apoio. Além disso, oferece a solução UP – Análise de Necessidades e Plano de Melhoria para os Negócios.

“Nosso objetivo é proporcionar um suporte contínuo e eficiente para que os empreendedores possam superar esse momento desafiador. O trabalho deve ser constante por pelo menos dois anos. E não iremos restringir aos bares e restaurantes”, afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.

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