Confiança na Indústria recua pela primeira vez nos últimos 4 meses 

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recua 1,2 ponto na comparação com o mês anterior e vai a 100,5 pontos

A confiança na Indústria brasileira voltou a recuar em setembro, a primeira vez que há uma queda desde março deste ano, devido à piora tanto na percepção atual quanto nas expectativas para os próximos meses, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira, 26 de setembro. 

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Confiança na Indústria cai pela primeira vez em 4 meses – Foto: Reprodução/Canva

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,2 ponto na comparação com o mês anterior e chegou a 100,5 pontos. 

“A confiança da indústria registrou, em setembro, sua segunda queda no ano de 2024. O resultado possui um caráter compensatório num ano caracterizado por melhoras na demanda e redução dos estoques, mas acende um alerta para os próximos meses”, explicou o economista do FGV/Ibre, Stéfano Pacini, em nota.

Confiança no futuro da Indústria cai 

O maior impacto da queda do ICI em setembro veio do Índice de Expectativas (IE), o indicador da percepção sobre os próximos meses caiu 1,7 ponto no mês: de 98,1 pontos para 97,6 pontos, interrompendo sequência de seis aumentos consecutivos. 

Para as expectativas, o principal destaque negativo foi o indicador que mede a tendência dos negócios nos próximos seis meses, com um registro 3,5 ponto menor, com a soma de 97,6 pontos, interrompendo sequência de seis aumentos consecutivos.

O Índice de Situação Atual (ISA) mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor Industrial, teve baixa de 0,6 ponto em setembro, a 103,0 pontos, acrescentando à queda de 0,1 ponto do mês anterior.

12 dos 19 segmentos cai

Em setembro, 12 dos 19 setores industriais analisados tiveram uma queda no índice de confiança. “No cenário macroeconômico, a taxa de juros voltou a subir com o intuito de conter pressões de custos num ambiente em que os indicadores de emprego e renda continuam positivos. Essa alteração na conjuntura econômica pode refletir cautela nas perspectivas dos empresários sobre o ambiente de negócios nos próximos meses”, completou Pacini.

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ICI é um importante medidor da economia brasileira – Foto: Reprodução/Canva

Na semana anterior, o Comitê de Políticas Monetárias (COPOM) votou de forma unanime para elevar a Selic em 25 pontos-base, levando a taxa de juros a 10,75% ao ano, em meio a preocupação do mercado em relação ao superaquecimento da atividade econômica e os riscos para alta da inflação. 

O que é o ICI? 

O ICI (Índice de Confiança da Indústria) é um indicador econômico que reflete o nível de confiança dos empresários do setor industrial em relação ao ambiente econômico e às condições de negócios no Brasil. O índice é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a partir de pesquisas realizadas com empresários do setor industrial: eles respondem a perguntas sobre a situação atual de suas empresas e sobre suas expectativas para o futuro.

O ICI é composto por dois subindicadores principais: o Índice da Situação Atual (ISA), que capta a percepção dos empresários sobre as condições correntes, e o Índice de Expectativas (IE) que reflete as perspectivas para os próximos meses. Esses dois componentes permitem uma visão abrangente da confiança dos empresários em diferentes horizontes temporais.

O indicador é utilizado como uma referência para análise macroeconômica, servindo para antecipar possíveis mudanças no ritmo de atividade industrial e, consequentemente, na economia como um todo. Um ICI elevado sugere que os empresários estão mais otimistas, indicando uma possível expansão da produção industrial. Por outro lado, um ICI em queda pode sinalizar uma desaceleração.

Além de influenciar a tomada de decisões empresariais, o ICI é também monitorado por formuladores de políticas públicas e investidores, dado que ele oferece uma visão antecipada das tendências do setor industrial.

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