Outubro terá bandeira tarifária mais cara do ano, com acréscimo de R$7,87 para cada kWh

O mês de outubro traz uma notícia preocupante para os consumidores de energia elétrica no Brasil: a bandeira tarifária será vermelha patamar 2, a mais cara do sistema de cobrança criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A medida, que implica em um custo adicional de R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, é motivada principalmente pela baixa previsão de chuvas para os reservatórios das hidrelétricas que compõem a principal fonte de energia do país. É a primeira vez, desde agosto de 2021, que essa tarifa é acionada, o que reflete a complexidade do cenário energético atual.

A lógica das bandeiras tarifárias

O sistema tarifário foi implementado pela Aneel em 2015 com o objetivo de refletir, de forma mais transparente, os custos variáveis da geração de energia elétrica. O conceito é simples: quanto mais caro é o custo de produção de energia no país, maior será o valor cobrado dos consumidores. Esse sistema é dividido em três cores – verde, amarela e vermelha (com patamares 1 e 2) – cada uma indicando um nível de custo adicional na conta de luz.

  • Verde: não há custo extra. Indica boas condições para geração de energia.
  • Amarela: custo adicional de R$ 2,989 por 100 kWh, sinalizando aumento nos custos de geração.
  • Vermelha patamar 1: acréscimo de R$ 6,50 por 100 kWh, indicando condições mais adversas.
  • Vermelha patamar 2: custo adicional de R$ 7,877 por 100 kWh, o valor mais alto, indicando condições críticas para a geração de energia.

Razões para o acionamento da bandeira vermelha em outubro

De acordo com a Aneel, a principal razão para a adoção da bandeira vermelha patamar 2 em outubro é o risco hidrológico, ou seja, a baixa expectativa de chuvas para os reservatórios das hidrelétricas. Essa situação eleva a necessidade de acionamento das termelétricas, uma fonte de energia mais cara e poluente. Além disso, o preço do mercado de energia elétrica no mês de outubro também teve uma alta significativa, o que contribuiu para a decisão.

Histórico recente das bandeiras tarifárias

Desde abril de 2022, o Brasil vinha experimentando uma sequência de tarifas verdes, interrompida apenas em julho de 2024 com a aplicação da amarela. Nos meses seguintes, houve oscilações: agosto voltou à bandeira verde, mas setembro já trouxe a bandeira vermelha patamar 1. Inicialmente, havia sido anunciado que setembro teria bandeira vermelha patamar 2, mas a Aneel revisou a informação. Agora, em outubro, a bandeira mais cara é oficial e coloca os consumidores em alerta.

Impactos para o consumidor

O impacto da vermelha patamar 2 nas contas de luz será sentido por todos os consumidores, desde residências até grandes indústrias. Com o custo adicional de R$ 7,877 a cada 100 kWh, famílias que consomem, por exemplo, 300 kWh por mês, pagarão cerca de R$ 23,63 a mais em sua conta. Para estabelecimentos comerciais e indústrias, que têm um consumo bem mais elevado, o impacto será ainda maior.

A Aneel destaca que as bandeiras tarifárias permitem ao consumidor um papel mais ativo na gestão de seus gastos com energia. Ao saber que a vermelha está em vigor, é possível adotar medidas de economia para reduzir o valor da conta, como evitar o uso de aparelhos elétricos de alta potência nos horários de pico, otimizar o uso de iluminação e reduzir o tempo de banho quente, entre outras práticas.

A crise hídrica e o impacto na geração de energia

O Brasil atravessa uma crise hídrica que afeta diretamente a geração de energia nas hidrelétricas. Com menos água nos reservatórios, o país precisa recorrer a fontes alternativas, como as termelétricas, que têm um custo de produção mais elevado. Além disso, a baixa oferta de energia hídrica pressiona o preço no mercado de energia, encarecendo ainda mais o custo final para o consumidor.

Especialistas apontam que, além da crise hídrica, há a necessidade de diversificar ainda mais a matriz energética do país, investindo em fontes renováveis como a solar e a eólica. Essas fontes, apesar de intermitentes, oferecem uma alternativa mais sustentável e econômica em médio e longo prazo.

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Dicas para economizar energia

Com o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, a adoção de práticas de consumo consciente se torna ainda mais necessária. Confira algumas dicas para economizar energia elétrica:

  1. Desligue aparelhos que não estão em uso: Mesmo em stand-by, muitos aparelhos continuam consumindo energia.
  2. Aproveite a luz natural: Mantenha cortinas e persianas abertas durante o dia para reduzir o uso de iluminação artificial.
  3. Evite banhos longos e muito quentes: O chuveiro elétrico é um dos grandes vilões do consumo de energia.
  4. Utilize aparelhos eficientes: Opte por eletrodomésticos com selo de eficiência energética, que consomem menos eletricidade.
  5. Evite o uso do ar-condicionado: Sempre que possível, utilize ventiladores ou aproveite a ventilação natural.

O acionamento da bandeira vermelha patamar 2 em outubro alerta para a importância de práticas de consumo consciente. Com um custo extra de R$ 7,877 por cada 100 kWh, o impacto no bolso do consumidor será significativo. A previsão de chuvas abaixo do esperado e a elevação dos preços no mercado de energia tornam ainda mais urgente a necessidade de rever os hábitos de consumo e buscar formas de economia. Adotar práticas simples de uso eficiente da energia pode fazer a diferença no final do mês, tanto para as famílias quanto para o setor produtivo.

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