Selic tem nova projeção de alta para 2024, segundo Banco Central

Semanalmente, o Banco Central publica o Relatório Focus, que analisa os principais indicadores econômicos, como a inflação, o PIB e a taxa Selic

Na manhã desta segunda-feira, 23 de setembro, o Banco Central publicou o Relatório Focus, que indicou uma nova alta do Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medidor da inflação, que manteve tendência de alta após outro aumento na semana passada.

Selic
Taxa de juros mantém projeção de alta pela segunda semana consecutiva – Foto: Reprodução/Canva

O boletim, divulgado semanalmente, mostra que o IPCA, considerado o principal medidor de inflação no Brasil, deve atingir 4,37% ao final de 2024. Na semana passada, a previsão era de 4,35% e, há um mês, de 4,25%.

Já as expectativas para o PIB foram revisadas e indicam um crescimento em comparação à semana passada. As projeções apontam para um aumento de 3% neste ano, valor maior que o da semana anterior que registrava 2,96%. Em comparação ao mesmo período do mês passado, a previsão também é maior, pois os indicadores mostram um crescimento de 2,43%.

A balança comercial apresentou um resultado de US$ 81 bilhões, uma leve queda em relação aos números divulgados na semana passada, que registraram US$ 82,87 bilhões. 

Para 2025, a previsão do Banco Central é que o IPCA suba para 3,97%; na semana passada, a projeção estava em 3,95%. O PIB também tem uma estimativa de queda para o ano que vem, com um índice de 1,90%.

Banco Central prevê estabilidade na Selic e alta do dólar

O relatório também voltou a indicar uma alta na taxa Selic para 2025, cuja previsão era de 11,25%, mantendo-se inalterada na principal taxa de juros do país. Nos dias 30 e 31 de julho, foi realizada uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que aumentou a taxa Selic para 10,75%. No entanto, a nova tendência é que a taxa de juros suba para 11,50% até o fim do ano.

Também foi revisada a estimativa do preço do dólar, que havia se estabilizado na semana anterior, mas voltou a crescer nesta semana. Nesse cenário, o Banco Central manteve a projeção, estimando o dólar comercializado a R$ 5,40.

Relação entre Selic e Inflação

A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Ela é utilizada como parâmetro para todas as outras taxas de juros praticadas no país, impactando diretamente o custo de empréstimos, financiamentos e investimentos. A Selic é usada pelo governo para controlar a inflação, sendo um dos principais instrumentos da política monetária.

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Selic impacta diretamente na inflação do país – Foto: Reprodução/Canva

Ao ajustar a taxa de juros, o Banco Central influencia o consumo e o crédito no país. Quando a inflação está alta, o Copom tende a aumentar a Selic para encarecer o crédito e, assim, desestimular o consumo. Com a demanda menor, os preços tendem a se estabilizar, ajudando a controlar a inflação.

Por outro lado, quando a inflação está baixa e a economia precisa de estímulo, o Banco Central pode reduzir a Selic, tornando o crédito mais barato e incentivando o consumo e os investimentos.

De maneira geral, a Selic atua como um mecanismo de equilíbrio: quando a inflação sobe, a Selic é elevada para conter o aumento dos preços; quando a inflação está controlada, a Selic é reduzida para estimular a economia. Essa interação é fundamental para manter a estabilidade econômica e o poder de compra da população.

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