Bilionário faz grande doação para causas sociais, mas divórcio com Melinda Gates reflete na queda
Desde 1990, o bilionário Bill Gates sempre esteve na primeira ou segunda posição da lista das pessoas mais ricas dos Estados Unidos, publicada anualmente pela Forbes 400. No entanto, embora ainda detenha uma fortuna estimada em US$ 107 bilhões, sua posição mudou drasticamente nos últimos anos.
Em 2023, Gates ocupava o 6º lugar no ranking, mas em 2024, sua colocação caiu para o 9º lugar. Comparado ao ano anterior, seu patrimônio líquido sofreu uma redução de aproximadamente US$ 4 bilhões (R$ 21,6 bilhões).
Ainda que os principais índices de ações dos EUA, como o S&P 500 e o Nasdaq 100, tenham registrado um crescimento de 30%, o bilionário caiu ainda mais no ranking global, ocupando agora a 12ª posição entre as pessoas mais ricas do mundo. Essa é a primeira vez desde 1991 que Gates fica fora do top 10 dos mais ricos do planeta.
O que gerou a queda de Bill Gates?
Apesar de ser conhecido por suas doações filantrópicas, como a destinação de dezenas de bilhões de dólares em ações para causas sociais, essa não foi a única razão para sua queda no ranking. Embora em 2018 ele tenha sido superado por Jeff Bezos como a pessoa mais rica do mundo, o principal motivo por trás da queda recente de Gates está relacionado a eventos pessoais
O divórcio com Melinda French Gates, com quem esteve casado por 27 anos, também desempenhou um papel importante.
Em maio de 2021, quando Melinda anunciou que renunciaria ao cargo de copresidente da Fundação Bill & Melinda Gates no mês seguinte, ela revelou que receberia uma soma adicional de US$ 12,5 bilhões (R$ 67,5 bilhões) para financiar seus próprios projetos filantrópicos.
No entanto, na época, não ficou claro de onde viriam esses fundos ou quando seriam transferidos. A Forbes descobriu que esse dinheiro não veio dos ativos da fundação Gates, mas diretamente de Bill Gates. E parece que ele já efetuou a transferência desse valor para Melinda.
Além do divórcio e das generosas doações para causas sociais, outros fatores econômicos e pessoais também podem ter contribuído para essa queda. As flutuações no mercado financeiro e a mudança no perfil de investimentos de Gates são alguns exemplos de como seu patrimônio foi afetado.
Como Bill Gates se tornou bilionário?
A trajetória de Bill Gates até o topo da lista dos mais ricos começou em 1975, quando ele fundou a Microsoft ao lado de Paul Allen. Inicialmente, a empresa desenvolvia softwares para os primeiros computadores pessoais. No entanto, o grande sucesso veio na década de 1980, quando a Microsoft firmou um contrato com a IBM para criar um novo sistema operacional, que mais tarde seria conhecido como MS-DOS.
Poucos anos depois, o lançamento do Windows consolidou a Microsoft como a empresa líder no setor de software para computadores, e o Windows permanece até hoje como o sistema operacional mais utilizado no mundo.
A fortuna do bilionário começou a se formar em 1986, o mesmo ano em que a Microsoft abriu seu capital na bolsa de valores. As ações da empresa rapidamente valorizaram, tornando o empresário um multimilionário, e até 2014, ele era o maior acionista individual da companhia.
Outros empreendimentos de Gates
Embora a Microsoft tenha sido a principal fonte de sua fortuna, Bill Gates também esteve envolvido em diversos outros negócios ao longo de sua carreira. Em 1989, ele fundou a Corbis, uma empresa dedicada ao licenciamento de mídias audiovisuais, vendida em 2016.
Em 2006, ele criou a TerraPower, uma empresa focada em soluções de energia nuclear sustentável. Além disso, em 2008, o empresário lançou a bgC3 (Bill Gates Catalyst 3), uma incubadora destinada ao desenvolvimento de novas ideias e tecnologias.
Outro empreendimento significativo de Gates é a Breakthrough Energy Ventures, criada em 2015, que se dedica a investir em inovações tecnológicas com foco na mitigação dos impactos das mudanças climáticas.
Este fundo de investimento busca apoiar soluções sustentáveis para enfrentar o aquecimento global e vem se tornando uma parte importante de sua estratégia filantrópica nos últimos anos.
Esses empreendimentos refletem o desejo do bilionário de diversificar os interesses e, ao mesmo tempo, contribuir para causas que vão além do setor tecnológico, abrangendo áreas como energia e meio ambiente.