A preocupação com o futuro financeiro, especialmente na fase da aposentadoria, é cada vez mais presente na vida dos brasileiros. Diante das incertezas da Previdência Social, a Previdência Privada se apresenta como uma alternativa estratégica para garantir uma renda complementar e mais tranquila no futuro. Mas, afinal, investir em previdência privada é um bom negócio ou é furada?
Antes de responder a essa pergunta, é importante que você entenda o modelo de previdência atual no Brasil:
A Previdência Social – INSS
A Previdência Social no Brasil é um sistema de seguridade social que visa garantir proteção aos trabalhadores em diversas situações, como:
- Aposentadoria: ao atingir determinada idade e cumprir os requisitos de contribuição, o trabalhador tem direito a receber um benefício mensal;
- Pensão por morte: em caso de falecimento do segurado, seus dependentes têm direito a receber uma pensão;
- Auxílio-doença: em caso de incapacidade para o trabalho por motivo de doença ou acidente, o trabalhador pode receber este benefício;
- Salário-maternidade: as mulheres têm direito a um período de afastamento do trabalho para cuidar do bebê, recebendo um benefício nesse período.
Como funciona?
A Previdência Social funciona através de contribuições mensais feitas pelos trabalhadores e pelas empresas. Esses valores são recolhidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e utilizados para pagar os benefícios aos segurados.
Quem tem direito à Previdência Social?
- Trabalhadores com carteira assinada: todos os trabalhadores com carteira assinada contribuem obrigatoriamente para a Previdência Social;
- Trabalhadores autônomos: os trabalhadores autônomos podem contribuir como facultativos, escolhendo o valor e a forma de contribuição;
- Empresários: os empresários também são obrigados a contribuir para a Previdência Social.
Tipos de aposentadoria:
Existem diferentes tipos de aposentadoria na Previdência Social, como:
- Aposentadoria por idade: é concedida ao trabalhador que atinge a idade mínima exigida e cumprir o período de carência;
- Aposentadoria por tempo de contribuição: é concedida ao trabalhador que contribui por um determinado período, independente da idade;
- Aposentadoria por invalidez: é concedida ao trabalhador que fica incapacitado permanente para o trabalho.
A Previdência Social brasileira opera sob um modelo de repartição simples, onde as contribuições dos trabalhadores ativos são utilizadas para pagar os benefícios dos aposentados e pensionistas no mês seguinte. Esse sistema funciona como uma pirâmide populacional, que depende de uma base ampla de contribuintes para sustentar o topo.
No entanto, o envelhecimento da população e a redução da taxa de fecundidade estão invertendo essa pirâmide, diminuindo o número de trabalhadores em relação ao número de beneficiários. Essa dinâmica demográfica gera um desequilíbrio financeiro, pois há cada vez menos recursos para atender às demandas crescentes por benefícios previdenciários. Estudos apontam que a proporção ideal de trabalhadores por aposentado seria entre 5 e 7, um número que se afasta cada vez mais da realidade brasileira
Qual é a solução para esse problema?
A construção de uma previdência complementar, ou uma Previdência Privada.
Previdência Privada
A preocupação com o futuro financeiro, especialmente na fase da aposentadoria, é cada vez mais presente na vida dos brasileiros. Diante das incertezas da Previdência Social, a previdência privada se apresenta como uma alternativa estratégica para garantir uma renda complementar e mais tranquila no futuro. Mas afinal, quais são os benefícios de investir em previdência privada?
Quais são as vantagens da previdência privada?
- Complementa a renda da aposentadoria: o principal objetivo da previdência privada é oferecer uma renda extra no momento da aposentadoria, complementando o benefício pago pelo INSS;
- Proteção contra imprevistos: a previdência privada funciona como uma poupança de longo prazo, permitindo que você acumule um patrimônio para lidar com imprevistos e emergências futuras;
- Flexibilidade: existem diversos planos de previdência privada, com diferentes perfis de risco e prazos de contribuição, permitindo que você escolha a opção que melhor se adapta às suas necessidades e objetivos financeiros;
- Isenção fiscal: dependendo do tipo de plano escolhido, você pode ter benefícios fiscais, como dedução das contribuições na declaração de Imposto de Renda;
- Comparação com outros fundos: diferente de outros fundos, a previdência não tem o come-cotas (cobrança antecipada de imposto sobre o rendimento de forma semestral);
- Rendimento: os recursos investidos na previdência privada são aplicados em diversos ativos, como renda fixa e variável, proporcionando a possibilidade de obter rendimentos acima da inflação;
- Planejamento financeiro: a previdência privada incentiva o hábito da poupança e o planejamento financeiro de longo prazo, ajudando você a conquistar seus objetivos e a ter uma vida mais tranquila no futuro.
Quais seriam as desvantagens:
- Má gestão: o fato de investir em fundo de previdência, não significa que você deve ficar com ele pra sempre. Acompanhar periodicamente é necessário para manter um crescimento consistente;
- Taxa de administração abusiva: a taxa de administração é a remuneração do gestor para selecionar os ativos para você. Quanto menor for o nível de risco e complexidade da carteira do fundo, menor tende a ser essa taxa. Fique atendo para que não esteja pagando muito caro em um produto simples;
- Resgate de no curto prazo: essa é uma estratégia para se aposentar, no longo prazo a previdência acaba cobrando menos imposto que os demais investimentos, porém caso faça o resgate nos primeiros anos pode acabar pagando mais imposto que o normal.
Tipos de planos de previdência
Exemplo:
Imagine que você tem uma renda anual tributável de R$ 100.000, como funciona o PGBL nesse caso?
- Dedução no Imposto de Renda: você pode deduzir até 12% da sua renda tributável anual das suas contribuições para o PGBL. No seu caso, seria possível deduzir até R$ 12.000 (12% de R$ 100.000) por ano.
- Menor imposto a pagar: se você deduzir o valor máximo permitido, a sua base de cálculo do Imposto de Renda será menor, o que resultará em um imposto a pagar menor.
- Investimento: o valor que você contribui para o PGBL é investido em diversos ativos, como ações, fundos de investimento e renda fixa. A rentabilidade do seu investimento vai depender da sua escolha de perfil de risco.
- Resgate: no futuro, você pode resgatar o valor acumulado no seu PGBL, seja para complementar a aposentadoria ou para outras finalidades.
Suponha que você contribuiu com o valor máximo de R$ 12.000 para o seu PGBL. Sem essa contribuição, você pagaria um determinado valor de Imposto de Renda. Ao deduzir os R$ 12.000, sua base de cálculo diminui, e consequentemente, o valor do imposto a pagar também diminui. Essa diferença entre o valor do imposto que você pagaria sem a dedução e o valor que você pagou com a dedução é o benefício fiscal do PGBL.
Já no VGBL você paga apenas sobre o rendimento das aplicações feitas, segue exemplo:
- Sem dedução no Imposto de Renda: diferentemente do PGBL, você não pode deduzir as contribuições feitas no VGBL no seu Imposto de Renda.
- Tributação sobre os rendimentos: quando você resgatar o dinheiro do seu VGBL, pagará imposto de renda apenas sobre os rendimentos obtidos com os investimentos, e não sobre o valor total resgatado.
- Tributação regressiva: a tributação do VGBL é regressiva, ou seja, o imposto diminui conforme o tempo que o dinheiro fica aplicado. Quanto mais tempo você deixar o dinheiro investido, menos imposto você pagará.
- Investimento: assim como no PGBL, o valor que você contribui para o VGBL é investido em diversos ativos, como ações, fundos de investimento e renda fixa
Suponha que você contribuiu com R$ 12.000 para o seu VGBL e, após 10 anos, o valor acumulado chegou a R$ 20.000. Ao resgatar esse valor, você pagará imposto de renda apenas sobre a diferença entre o valor resgatado (R$ 20.000) e o valor investido (R$ 12.000), ou seja, sobre os R$ 8.000 de rendimento. A alíquota do imposto será menor, pois o dinheiro ficou investido por 10 anos.
Nesse ponto, se você entendeu como funciona a previdência, já sabe que caso esteja aplicando para investir no longo prazo e pensando em reduzir os custos com inventário, é um bom negócio. Caso contrário, pode ser uma furada.