Cuidar da saúde do cérebro não é apenas essencial para bem-estar mental, mas também pode ser um diferencial na gestão financeira.
Um estudo recente, conduzido pelas Universidades de Binghamton e do Alabama, revela que áreas cerebrais ligadas à recuperação verbal automática estão diretamente relacionadas à capacidade financeira.
Em outras palavras, a prática de habilidades matemáticas aprendidas na escola pode preparar você para tomar melhores decisões sobre dinheiro ao longo da vida.
O impacto das habilidades matemáticas no cérebro e nas finanças
Segundo os pesquisadores, aqueles que memorizam aritmética básica, como tabuada, utilizam áreas específicas do cérebro que permitem decisões financeiras mais rápidas e precisas.
Por outro lado, quem não desenvolveu essas habilidades dependem de regiões cerebrais que demandam mais esforço, aumentando as chances de erro.
O estudo sugere que um declínio na capacidade de executar tarefas financeiras pode ser um sinal de redução funcional em áreas específicas do córtex frontal.
O professor Ian McDonough, um dos autores do estudo, destaca: “Se você tem maior conectividade nessas regiões cerebrais, a probabilidade de se sair melhor em tarefas financeiras é maior. É como se o cérebro funcionasse como uma ferramenta de cálculo que você precisa manter ativa.”
Educação financeira: um ponto de partida essencial
A pesquisa também identificou que a alfabetização financeira, juntamente com uma renda familiar mais alta, protege contra o declínio nas habilidades financeiras relacionadas à idade. Isso reforça a importância da educação financeira desde cedo.
Atualmente, 26 estados nos EUA exigem a inclusão desse tema no ensino médio, mas os autores do estudo destacam que um bom treinamento em matemática é essencial para a construção de hábitos financeiros sólidos.
No Brasil, a implementação de conteúdos de educação financeira nas escolas ainda caminha de forma tímida, embora seja evidente a necessidade de preparar os jovens para lidar com crédito, investimentos e planejamento de gastos.
Assim como aprender a calcular troco ou poupar em atividades cotidianas, esses aprendizados são passos fundamentais para manter o cérebro ativo e garantir uma vida financeira saudável.
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Estímulos cerebrais podem ajudar na saúde financeira
Exercitar a mente é tão importante quanto cuidar do corpo, e isso pode ser feito de várias formas. Atividades desafiadoras, como aprender um novo hobby ou praticar habilidades criativas, ajudam a manter o cérebro afiado. McDonough sugere que até mesmo tarefas simples, como resolver quebra-cabeças ou assistir a um documentário, podem fazer a diferença.
Outro ponto levantado pelo estudo é o impacto do uso excessivo da tecnologia nas finanças pessoais. Embora ferramentas digitais ajudem no controle de despesas e orçamentos, a dependência pode prejudicar a saúde cerebral a longo prazo.
“A tecnologia, por vezes, tira o esforço cognitivo das nossas mãos, o que pode reduzir nossa capacidade de resolver problemas financeiros de forma independente”, alerta McDonough.
Cuidados com o declínio financeiro na terceira idade
A perda de habilidades financeiras pode ser um indicativo precoce de demência em idosos. Segundo os pesquisadores, adultos mais velhos perdem cerca de US$ 3 bilhões anualmente devido a fraudes financeiras. Para evitar essa vulnerabilidade, monitorar mudanças no comportamento financeiro é essencial.
Praticar atividades financeiras regularmente, como planejar orçamentos, pode ajudar a manter a mente ativa e funcional. Além disso, investir em exercícios físicos, manter uma dieta equilibrada e dormir o suficiente são práticas que beneficiam tanto a saúde cerebral quanto a financeira.
Assim como os músculos, o cérebro precisa de estímulos constantes para se manter forte. A prática de tarefas desafiadoras, sejam elas relacionadas às finanças ou a outras áreas da vida, é essencial para preservar a capacidade de tomar decisões.
Manter o cérebro ativo pode ser a chave para uma vida financeira equilibrada, especialmente com o avanço da idade.
Portanto, mesmo com a facilidade proporcionada pela tecnologia, é fundamental que você continue praticando habilidades financeiras no dia a dia. Esse esforço não só protege a saúde do cérebro como também garante maior segurança e autonomia em sua vida financeira.
