Exportação de carros brasileiros cresce 50% na Argentina

Nos últimos anos, a indústria automotiva brasileira enfrentou desafios no mercado externo, mas, em 2024, um velho parceiro comercial voltou a ganhar destaque: a Argentina.

A melhora no ambiente econômico do país vizinho impulsionou a exportação de carros brasileiros, compensando a queda das exportações para outros mercados, como o México.

Esse movimento gerou um aumento de 50% nas exportações para a Argentina, com mais de 166 mil veículos vendidos e uma receita de US$ 2,58 bilhões, equivalente a R$ 14,9382 bilhões.

Argentina se torna principal destino de exportação dos carros brasileiros

Com um mercado em expansão e novas políticas comerciais, a indústria automobilística brasileira precisará se adaptar para manter sua competitividade na Argentina | Foto: Reprodução/Canva EXPORTAÇÃO
Com um mercado em expansão e novas políticas comerciais, a indústria automobilística brasileira precisará se adaptar para manter sua competitividade na Argentina | Foto: Reprodução/Canva

Em 2024, a Argentina voltou a ser o principal comprador de veículos brasileiros, representando 40% das exportações totais do setor. Esse cenário contrasta com a queda nas vendas para o México, que reduziu suas importações em 25% e passou a representar apenas 24% das exportações brasileiras de automóveis.

A reação do mercado argentino surpreendeu positivamente as montadoras, que viram uma recuperação significativa no segundo semestre de 2024. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as exportações totais de automóveis brasileiros, que acumulavam queda de 28,3% até junho, fecharam o ano com um recuo de apenas 1,3%, graças à demanda argentina.

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Fatores econômicos impulsionam mercado argentino

A melhora nas exportações se deve a mudanças econômicas promovidas pelo governo do presidente Javier Milei. Entre as principais medidas está o fim das restrições cambiais, que anteriormente dificultavam a compra de produtos importados, e a eliminação do imposto sobre operações de câmbio.

Além disso, a Argentina registrou um superávit comercial de US$ 18,9 bilhões (R$ 109,431 bilhões) em 2024 e recebeu US$ 5,4 bilhões (R$ 31,266 bilhões) do Fundo Monetário Internacional (FMI), ajudando a fortalecer suas reservas internacionais.

O resultado dessas mudanças foi a melhora no poder de compra dos argentinos e o retorno do crédito, permitindo que mais consumidores adquirissem automóveis. Com isso, o mercado automobilístico argentino cresceu consideravelmente, com previsão de superar 500 mil unidades vendidas em 2025.

Complementação produtiva entre Brasil e Argentina

A estrutura produtiva entre os dois países também favorece esse crescimento. Enquanto a Argentina se especializou na fabricação de veículos maiores, como picapes e sedãs, o Brasil concentra a produção de carros compactos, que são mais acessíveis e têm maior volume de vendas. Esse modelo de complementação produtiva tem garantido um fluxo comercial mais estável, beneficiando a indústria dos dois países.

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O desafio dos carros elétricos chineses

Apesar do cenário positivo, um novo desafio pode surgir para as montadoras brasileiras. A partir de 2025, a Argentina eliminou o imposto de importação para até 50 mil veículos eletrificados com valor de nota fiscal de até US$ 16 mil (R$ 92.640,00). Essa medida pode abrir espaço para a entrada massiva de carros elétricos chineses, que já vêm conquistando mercados em diversos países.

Com um mercado em expansão e novas políticas comerciais, a indústria automobilística brasileira precisará se adaptar para manter sua competitividade na Argentina e aproveitar ao máximo essa nova fase de crescimento. A resposta do setor a esses desafios será fundamental para garantir que o Brasil continue como principal fornecedor de automóveis para o país vizinho.

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