A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou um reajuste de 5,25% no salário mínimo regional para 2025. Com isso, o novo piso salarial no estado passa a variar entre R$ 1.656,52 e R$ 2.099,27, dependendo da categoria profissional. O Projeto de Lei 357/2024, enviado pelo governo estadual, foi aprovado com ampla maioria e agora aguarda sanção para entrar em vigor.
Esse aumento tem como objetivo corrigir os efeitos da inflação e garantir que os trabalhadores tenham um poder de compra compatível com o custo de vida local. Além disso, o reajuste busca equilibrar a valorização da mão de obra sem causar impactos negativos no mercado de trabalho, incentivando a formalização do emprego.
Como funciona o salário mínimo regional?
Diferente do salário mínimo nacional, que serve como base para todo o Brasil, o salário mínimo regional é adotado por alguns estados como uma forma de oferecer melhores condições salariais para categorias que não possuem convenções coletivas. Isso significa que determinados trabalhadores no Rio Grande do Sul terão remuneração superior ao piso nacional, atualmente fixado em R$ 1.412.
Os novos valores, que entram em vigor assim que a lei for sancionada, não têm efeito retroativo e são aplicados a diferentes grupos profissionais conforme sua categoria.
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Faixas salariais no Rio Grande do Sul
Com o reajuste, os trabalhadores do estado receberão os seguintes pisos, de acordo com a função exercida:
- Faixa I – R$ 1.656,52: trabalhadores da agricultura e pecuária, empregados domésticos, construção civil, turismo e hospitalidade, e motoboys.
- Faixa II – R$ 1.694,66: indústrias de vestuário, calçados, papel e couro, serviços de saúde, limpeza, telecomunicações e hotelaria.
- Faixa III – R$ 1.733,10: indústrias de alimentação, mobiliário, farmacêutica e cinematográfica, comércio e movimentação de mercadorias.
- Faixa IV – R$ 1.801,55: indústrias metalúrgicas, gráficas, vidros e cristais, seguros, educação, vigilância e setores náuticos.
- Faixa V – R$ 2.099,27: técnicos de nível médio em cursos integrados, subsequentes ou concomitantes.
Estados que adotam o piso regional
O Rio Grande do Sul não é o único estado brasileiro que estabelece um salário mínimo regional. Outros estados que adotam essa prática são:
- São Paulo
- Rio de Janeiro
- Paraná
- Santa Catarina
Cada um desses estados define os valores conforme as necessidades locais e o custo de vida, garantindo que os trabalhadores tenham melhores condições financeiras em comparação ao mínimo nacional.
Impactos do aumento no mercado de trabalho
O reajuste no piso regional é positivo para os trabalhadores, pois ajuda a manter o poder de compra frente à inflação. No entanto, algumas empresas podem enfrentar desafios financeiros para se adaptar aos novos valores, especialmente em setores que operam com margens menores de lucro.
Especialistas apontam que um aumento bem equilibrado pode incentivar a economia ao fortalecer o consumo interno. No entanto, há preocupações de que setores mais sensíveis possam frear contratações ou recorrer a outras estratégias para conter custos.
Por outro lado, o governo do Rio Grande do Sul defende que o reajuste segue parâmetros econômicos que permitem manter a competitividade do estado, evitando distorções no mercado de trabalho e garantindo a valorização da mão de obra.
O que esperar agora?
Com a aprovação do reajuste, o próximo passo é a sanção do projeto pelo governo estadual. Assim que a nova lei for publicada, os novos valores passam a valer para os trabalhadores abrangidos pelo piso regional.
Para aqueles que não são cobertos por convenções ou acordos coletivos, a aplicação do novo salário mínimo regional será obrigatória. Já para os trabalhadores com acordos próprios, os valores podem ser ajustados conforme a negociação entre sindicatos e empregadores.
O reajuste no salário mínimo regional reforça a importância de políticas que acompanhem o custo de vida e garantam melhores condições para os trabalhadores. Ao mesmo tempo, é essencial que o setor produtivo consiga absorver os aumentos sem comprometer a geração de empregos.