Quando as emoções estão atreladas às finanças, elas podem guiar nossas ações para decisões precipitadas. Identificar os gatilhos pode ajudar a frear esse comportamento. Dinheiro é um tema que pode despertar uma série de emoções intensas e, muitas vezes, contraditórias. Para algumas pessoas, ele traz segurança e prazer; para outras, medo e insegurança.
Essa complexa relação emocional pode levar a decisões financeiras precipitadas e prejudiciais. Entender e identificar os gatilhos emocionais que influenciam essas decisões é essencial para evitar perdas financeiras.
O que são gatilhos emocionais?
Gatilhos emocionais são situações ou experiências que despertam reações automáticas e difíceis de controlar. Esses gatilhos podem estar associados a lembranças, palavras ou experiências pessoais e tendem a gerar respostas emocionais intensas. No contexto financeiro, esses gatilhos podem levar a decisões impulsivas e, frequentemente, prejudiciais.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Itaú e Datafolha, intitulada “Tabu: um estudo sobre a relação do brasileiro com o dinheiro“, 49% dos entrevistados evitam pensar em dinheiro para não se sentirem tristes.
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Principais gatilhos emocionais e seus impactos
- Medo de ficar pobre ou de gastar: este medo pode paralisar e impedir decisões de investimento. Pessoas que enfrentaram privações financeiras ou “quebras” são mais suscetíveis a esse gatilho. O educador financeiro Thiago Godoy afirma que o medo de gastar ou perder dinheiro é comum entre aqueles que enriqueceram de maneira inesperada.
- Medo da escassez e busca por exclusividade: publicitários frequentemente usam este gatilho ao promover produtos como raros ou exclusivos. A sensação de perda iminente pode levar a compras impulsivas e desnecessárias.
- Compras por recompensa: a busca por prazer pode levar a compras impulsivas. A alegria de adquirir algo novo ativa o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina e causando uma sensação temporária de prazer.
- Busca por prazer na tristeza: a tristeza pode levar a gastos inconsequentes como uma forma de busca por prazer imediato. Esse comportamento é perigoso porque a sensação de felicidade é temporária e pode levar a um ciclo de consumo compulsivo.
- Ansiedade ou estresse: a ansiedade pode levar a decisões financeiras precipitadas. Comprar sem limites é uma forma de distração para o cérebro, que busca aliviar o estresse através da liberação de dopamina.
- Ou tudo ou nada: a frustração de não alcançar objetivos financeiros pode levar a uma atitude de gastar tudo, sem poupar. A dica é estabelecer metas realistas e significativas para cada real poupado.
- Pressão social: gastar mais do que se ganha para impressionar os outros é um comportamento comum. Segundo o psicólogo financeiro Celso Sant’Anna, isso ocorre para corresponder a expectativas sociais percebidas.
Como superar os gatilhos emocionais?
Para superar esses gatilhos, é essencial buscar educação financeira, autoconhecimento e planejamento. A educação financeira ajuda a entender a própria situação econômica, identificar gastos e saber como investir o dinheiro de maneira adequada.
O autoconhecimento permite entender como as experiências passadas e o contexto pessoal influenciam a relação com o dinheiro. Celso Sant’Anna explica que reconhecer nossas histórias e como nos situamos no universo de consumo é crucial para distinguir entre necessidades reais e imposições externas.
Finalmente, o planejamento financeiro, com metas claras e alcançáveis, ajuda a manter o foco e a evitar decisões impulsivas. Ter um propósito bem definido pode proporcionar maior controle sobre as emoções e contribuir para uma vida financeira mais saudável e equilibrada.