O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, tem conquistado rapidamente o público brasileiro e alcançou a impressionante marca de 2 milhões de espectadores em menos de um mês de sua estreia, em 7 de novembro de 2024.
Baseado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, a produção relata a história de seu pai, Rubens Paiva, deputado federal que foi preso e morto durante a ditadura militar em 1971. Este feito coloca o longa na disputa para se tornar o filme mais visto no Brasil desde o início da pandemia da Covid-19.
Superando filmes de grande peso nas bilheteiras
Com uma estreia que já chamou a atenção, “Ainda Estou Aqui” superou outros grandes lançamentos como o musical “Wicked”, protagonizado por Ariana Grande e Cynthia Erivo, e o aguardado “Gladiador II”, estrelado por Paul Mescal e Pedro Pascal.
No último fim de semana, o filme arrecadou R$ 8,9 milhões e atraiu mais 390 mil espectadores aos cinemas. O desempenho de público tem sido consistente e impressionante, com a produção se mantendo à frente na bilheteira, apesar da forte concorrência.
Entre os dias 21 e 24 de novembro, o longa superou 1,7 milhão de espectadores, ultrapassando a marca de 1,6 milhão de “Central do Brasil” (1998), que até então era o maior público de um filme dirigido por Walter Salles. Com esse feito, “Ainda Estou Aqui” se consolidou como o filme dirigido pelo cineasta com maior público nos cinemas brasileiros.
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A trama de “Ainda Estou Aqui”
“Ainda Estou Aqui” é uma adaptação da obra de Marcelo Rubens Paiva e conta a história de seu pai, Rubens Paiva, que foi sequestrado e morto pela ditadura militar, em um dos episódios mais dramáticos da história recente do Brasil.
A história é centrada na personagem Eunice Paiva, esposa de Rubens, que, após o desaparecimento do marido, se vê forçada a deixar de ser dona de casa e se tornar ativista pelos direitos humanos.
A narrativa, que mistura o drama familiar com a luta política, sensibilizou o público e gerou repercussão, principalmente entre aqueles que se interessam pela memória histórica do país.
O longa, que apresenta uma reconstrução dramática dos acontecimentos, está sendo aclamado pela crítica, especialmente pela atuação de Fernanda Torres, que interpreta a protagonista Eunice.
O filme trouxe à tona um dos períodos mais sombrios da história brasileira, de forma sensível e emocionante, e, por isso, tem sido amplamente recomendado para quem busca entender mais sobre os efeitos da ditadura militar nas famílias brasileiras.
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O impacto nas bilheteiras e o potencial de mais recordes
O sucesso de “Ainda Estou Aqui” reflete o crescente interesse do público por produções nacionais, especialmente aquelas que abordam questões sociais e políticas relevantes. De acordo com dados da Comscore, a produção continuou a dominar as bilheteiras brasileiras, mesmo com a concorrência de grandes filmes de Hollywood.
Isso pode ser atribuído não apenas à qualidade do roteiro e da direção, mas também ao forte apelo emocional que a história exerce sobre o público brasileiro.
“Ainda Estou Aqui” está perto de superar o filme “Minha irmã e eu”, que é o filme com o maior público desde a pandemia. Caso isso aconteça, o filme dirigido por Walter Salles se consolidará como uma das produções mais assistidas da história recente do cinema brasileiro. Além disso, o sucesso pode abrir portas para que a obra seja reconhecida também em outras premiações e festivais internacionais.
O contexto político e social da obra
Além do sucesso de público, “Ainda Estou Aqui” também se destaca por sua relevância política e social. O filme revive um capítulo da história do Brasil que ainda gera muitas discussões, principalmente sobre os direitos humanos e os desaparecimentos forçados durante a ditadura militar. A obra contribui para a reflexão sobre o legado da repressão e os impactos que ela deixou nas famílias de militantes e opositores do regime.
A importância do filme, no entanto, não se limita à sua temática. Ele também representa o potencial do cinema brasileiro em dialogar com o público e atrair grandes audiências. Em um cenário de desafios para a indústria cinematográfica, obras como essa têm se mostrado essenciais para a retomada do cinema nacional, oferecendo uma nova perspectiva sobre o papel da memória e da história recente no país.
“Ainda Estou Aqui” se tornou um grande sucesso de bilheteiras no Brasil, e com razão: sua combinação de uma história emocionante, relevância histórica e a qualidade da direção e atuação fez com que o filme conquistasse o coração do público.
Em menos de um mês, ele já ultrapassou 2 milhões de espectadores e pode em breve se tornar o filme mais assistido desde a pandemia.
A obra não só é um marco no cinema nacional, mas também serve como uma importante ferramenta de reflexão sobre um período turbulento da história do Brasil.
Como tal, ela continuará a gerar discussões e a atrair públicos diversos para os cinemas, fazendo história não apenas na bilheteira, mas também na memória coletiva do país.