Com o retorno das aulas, muitos pais buscam formas de ensinar e introduzir educação financeira na rotina dos filhos. O tema, muitas vezes negligenciado, é essencial para desenvolver uma relação saudável com o dinheiro desde cedo.
Afinal, muitas pessoas crescem sem saber como lidar com o dinheiro, o que prejudica sua organização. Especialistas recomendam abordagens lúdicas e práticas para que as crianças compreendam o valor do dinheiro e saibam administrá-lo com responsabilidade.
Seja por meio de brincadeiras, mesadas ou atividades cotidianas, é possível ensinar conceitos financeiros de forma natural e divertida. Conversamos com o Fabiano, 45 anos e pai de dois filhos, que nos contou que desde muito cedo introduziu a educação financeira na vida dos filhos.
“Eu não tive acesso livre ao dinheiro e nem informações sobre ele, então tudo que aprendi foi sozinho. E não quis passar isso para meus filhos. Desde que tinham 5 anos, eu e minha esposa começamos a separar as mesadas e explicarmos para eles, sobre o quanto que precisavam guardar e como isso poderia ajudá-los no futuro”, revela o empreendedor.
Pensando nisso, a especialista em investimentos, Mariana Conegero deixou sete dicas para ensinar e introduzir a educação financeira na vida dos pequenos:
1. Abordagem por idade
Cada fase da infância requer uma abordagem específica. Em entrevista ao Estadão, a Mariana Conegero, especialista em investimentos, explicou que crianças entre 3 e 6 anos podem aprender sobre dinheiro utilizando cofrinhos e brincadeiras de compra e venda. Entre 7 e 10 anos, a mesada pode ser introduzida para ensinar planejamento financeiro. Já os adolescentes devem aprender sobre orçamento, contas bancárias, impostos e investimentos.
2. Aprendendo com brincadeiras
Transformar o aprendizado em jogo é uma estratégia eficaz. Criar um mercado fictício em casa ou incentivar pequenos empreendimentos, como vender desenhos ou doces, ajuda a criança a entender a relação entre esforço e recompensa. Simular transações financeiras também desenvolve noções de valor e planejamento.
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3. A rotina de compras
Levar a criança ao supermercado e dar a ela um valor fixo para escolher produtos ensina sobre prioridade e limites financeiros. Permitir que pague pequenas despesas pessoais também ajuda a entender a importância da administração do dinheiro. Segundo Ângelo Belitardo Neto, especialista da Hike Capital, essas experiências tornam o aprendizado mais realista e envolvente.
4. Jogos e aplicativos educativos
Jogos de tabuleiro como Banco Imobiliário e Monopoly são grandes aliados para ensinar conceitos como compra, venda, investimento e fluxo de caixa. Aplicativos como PiggyBot também ajudam na interação financeira, permitindo que crianças visualizem metas e simulem compras.
5. O poder da escrita
Usar papel e caneta para criar gráficos de metas e anotar despesas permite que a criança compreenda melhor a gestão financeira. Andressa Bergamo, planejadora financeira, afirma que esse método é sensorial e estimula o aprendizado de forma ativa.
6. O valor da mesada
A mesada continua sendo um recurso valioso, desde que tenha um propósito educativo. Priscilla Montes, educadora parental, reforça que a mesada não deve ser usada como moeda de troca por comportamento ou desempenho escolar, mas sim para ensinar planejamento e responsabilidade financeira.
7. Ensinar prioridades
Distinguir necessidades de desejos é essencial. Crianças devem aprender que itens essenciais, como alimentos saudáveis, devem vir antes de compras supérfluas. Esse conceito também pode ser aplicado ao tempo, incentivando o equilíbrio entre diversão e atividades educativas.
Incorporar educação financeira na infância pode evitar problemas futuros e ajudar crianças a se tornarem adultos mais conscientes financeiramente. Com estratégias adequadas para cada idade, os pais podem transformar o aprendizado em um processo natural e enriquecedor, garantindo um futuro mais seguro para seus filhos.