O Brasil é um país movido por paixões. Entre tantas que marcam nossa história e atravessam gerações, três se destacam por sua capacidade de mobilizar multidões, movimentar fortunas e traduzir a alma do brasileiro: o Carnaval, o futebol e, mais recentemente, o cinema.

Em 2025, o Carnaval voltou a mostrar sua grandiosidade não apenas como festa popular, mas como um pilar essencial da economia criativa brasileira. Segundo dados da Agência Gov, a previsão de faturamento foi de R$ 12 bilhões, com uma impressionante circulação de cerca de 53 milhões de foliões em blocos, desfiles e festas privadas em todo o país.
Mais do que folia e brilho, o Carnaval é uma indústria em plena ebulição, sustentando uma cadeia produtiva que vai de artesãos de fantasias a grandes patrocinadores que disputam espaço para se conectar com o público.Essa relevância econômica é traduzida com precisão por Ju Ferraz, uma das maiores especialistas em marketing de eventos e uma voz influente quando se fala em Carnaval:
“O Carnaval é muito mais do que uma festa. Ele é um verdadeiro motor da economia brasileira.”
Nos bastidores da alegria, o que se vê é uma engrenagem sofisticada que une criação artística, produção cultural, turismo e negócios. Do ambulante que vende sua cerveja gelada ao designer responsável pelos figurinos que encantam as avenidas, todos fazem parte desse ecossistema dinâmico, onde a cultura é vetor de desenvolvimento econômico e de identidade nacional.
Números expressivos
Mas se o Carnaval mexe com a emoção, o futebol pulsa como parte do DNA brasileiro. Em 2025, essa paixão também começou o ano com números expressivos. A primeira janela de transferências movimentou cerca de R$ 3 bilhões, evidenciando a força do mercado esportivo e a crescente valorização do jogador brasileiro como ativo global.
Enquanto fora de campo os negócios avançam, dentro dele os clubes entraram em campo dando início a uma temporada recheada de expectativas — e com arquibancadas novamente lotadas, patrocinadores renovando seus contratos e direitos de transmissão sendo negociados a valores cada vez mais altos.
Essa sinergia entre emoção e economia é a essência do futebol no Brasil: o esporte mais popular do país é, também, um dos nossos maiores produtos de exportação e uma poderosa ferramenta de projeção internacional. A conexão do torcedor com seu time, sua camisa e sua história é o que alimenta essa cadeia bilionária — uma paixão que se monetiza sem perder a essência.
E, em meio a essas tradições, 2025 trouxe um resgate cultural inesperado: o cinema brasileiro voltou ao centro da conversa nacional. A vitória de “Ainda Estou Aqui” no Oscar, conquistando o prêmio de Melhor Filme Internacional, acendeu um novo olhar sobre o poder das nossas narrativas. Mais do que um reconhecimento artístico, a premiação reabriu discussões sobre investimento em audiovisual, políticas públicas para a cultura e a importância de exportar nossas histórias para além das fronteiras.
O impacto cultural e econômico de um Oscar não se mede apenas em números. Ele fortalece a percepção de valor da produção nacional, abre portas para novas coproduções e atrai o olhar de investidores internacionais. Em um país onde cultura, esporte e festa se entrelaçam, cada conquista dessa natureza reforça um ciclo de valorização da nossa identidade e do nosso potencial criativo.
Carnaval, futebol e cinema. Três paixões que, em sua essência, são manifestações culturais genuínas e fontes inesgotáveis de emoção. Mas, além disso, são também potências econômicas que sustentam negócios, geram empregos, atraem investimentos e ajudam a projetar o Brasil no mundo.
São paixões que emocionam, movimentam bilhões e, em diferentes palcos, nos lembram quem somos.