Despesas com educação terão alta de 8%, revela estudo

O setor de educação no Brasil está em expansão e deve movimentar cerca de R$ 238,2 bilhões em 2024, um crescimento de 8% em relação ao ano anterior, segundo dados da pesquisa IPC Maps, especializada em medir o potencial de consumo dos brasileiros. A pesquisa destaca um aumento expressivo nas despesas com matrículas, mensalidades, materiais didáticos e outras categorias de produtos educacionais.

Com um cenário de valorização da educação, a pesquisa apresenta dados regionais que apontam o Distrito Federal como destaque em crescimento percentual de investimentos, enquanto estados como São Paulo seguem como líderes em volume de gastos.

A abertura de novas empresas na área de serviços educacionais reforça o aumento de demanda e o interesse dos consumidores em investir em educação, tanto para capacitação profissional quanto para a formação de jovens e crianças.

A entrada do Brasil no estudo IELS representa um marco importante para o desenvolvimento da educação infantil no país | Foto: Reprodução/Canva
Recentemente, o Brasil entrou no estudo IELS e isso representa um marco importante para o desenvolvimento da educação infantil no país | Foto: Reprodução/Canva

Setor de educação movimentará bilhões

O estudo do IPC Maps revela que o setor de educação deve gerar um total de R$ 238,2 bilhões em 2024, comparado aos R$ 220,5 bilhões registrados no ano passado. Esse aumento de R$ 17,7 bilhões, ou 8%, reflete a maior procura por serviços educacionais, como cursos de qualificação e graduações, bem como por produtos relacionados, como materiais didáticos e artigos de papelaria.

Entre os valores projetados, R$ 188,7 bilhões devem ser destinados a gastos com matrículas e mensalidades de creches, escolas, faculdades e cursos livres. Esse aumento reforça a percepção de que a educação continua sendo um investimento prioritário para muitas famílias, especialmente em tempos de mudanças tecnológicas que exigem cada vez mais qualificação.

Além disso, o montante de R$ 49,5 bilhões será aplicado na compra de livros, revistas técnicas, materiais escolares e outros produtos de papelaria, itens essenciais para o acompanhamento das atividades educacionais em diversas etapas.

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São Paulo e Distrito Federal lideram crescimento

O levantamento do IPC Maps destaca São Paulo como o estado que mais gastará com educação em 2024, respondendo por R$ 77,5 bilhões do total. Esse valor reflete a forte demanda do estado, impulsionada pela grande população e pela diversidade de instituições educacionais, que atendem desde a educação infantil até cursos de pós-graduação e especializações profissionais.

No entanto, é o Distrito Federal que registra o maior crescimento percentual, com um aumento de 28,4% em relação ao ano anterior, representando cerca de R$ 6,9 bilhões em investimentos educacionais. Esse avanço pode estar associado ao aumento da renda média na região e à busca crescente por qualificação profissional entre os moradores da capital federal. Outros estados com crescimento significativo em despesas com educação também registraram avanços, mas o Distrito Federal se destaca por seu percentual de alta.

Por outro lado, a pesquisa aponta para uma queda nas despesas com educação em alguns estados do Norte, como Amapá, Rondônia e Roraima, com retrações de 14,1%, 7,4% e 7%, respectivamente. Esses estados podem estar enfrentando desafios econômicos que afetam a capacidade de consumo da população local, especialmente para gastos em educação, que muitas vezes são considerados um investimento de longo prazo.

Expansão no setor de serviços educacionais

Além do aumento nas despesas, o IPC Maps ressalta que o Brasil registrou a abertura de 113.575 novas empresas de serviços de educação entre 2023 e 2024, um crescimento de quase 15% em relação ao ano anterior. Atualmente, o setor conta com 878.371 unidades em todo o país, o que reflete uma demanda crescente por serviços educacionais, tanto presenciais quanto à distância.

Esse aumento no número de empresas de educação indica que o mercado está respondendo à procura por cursos livres, educação infantil e outras modalidades de ensino que preparam os indivíduos para os desafios do mercado de trabalho. Em um cenário em que a educação à distância se populariza e o ensino profissionalizante ganha destaque, a abertura dessas novas unidades também aponta para uma diversificação dos serviços oferecidos, que abrangem desde cursos rápidos até programas de formação técnica.

A importância da pesquisa IPC Maps

O levantamento realizado pelo IPC Maps é considerado uma ferramenta valiosa para empresas e instituições que atuam no setor de educação e para governos que desejam entender as dinâmicas de consumo. Publicado anualmente, o estudo fornece uma análise detalhada das potencialidades de consumo em cada um dos 5.570 municípios brasileiros, segmentando informações por classes sociais e destacando a distribuição de gastos em diferentes categorias.

Essa pesquisa é particularmente relevante para o setor educacional, pois oferece uma visão estratégica sobre onde os investimentos em educação são mais concentrados, quais regiões apresentam maior potencial de crescimento e como os consumidores estão distribuindo seus recursos entre diferentes produtos e serviços.

Além de possibilitar comparações regionais, a metodologia utilizada permite que empresas e gestores públicos planejem estratégias de investimento e adequem suas ofertas às necessidades locais. Para o setor de educação, esse tipo de dado é crucial para identificar áreas de expansão e desenvolver soluções que atendam ao público em diversas regiões.

Tendências para o setor educacional em 2024

Com o aumento nas despesas e a criação de novas empresas de serviços educacionais, o ano de 2024 promete ser dinâmico para o setor de educação no Brasil. O crescimento de 8% em investimentos aponta para uma valorização crescente da educação como ferramenta essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional.

A educação à distância, a expansão dos cursos de qualificação e a demanda por formação básica de qualidade são tendências que devem permanecer fortes no próximo ano. No entanto, o desafio do setor está em manter a acessibilidade para todas as faixas de renda, especialmente em regiões onde o poder de consumo é menor e onde o investimento em educação enfrenta dificuldades.

Para quem deseja investir em educação, seja em cursos ou na compra de materiais, vale considerar que as despesas tendem a ser cada vez mais valorizadas como um diferencial competitivo. As famílias que apostam na formação de qualidade para seus membros estarão investindo não apenas no presente, mas em uma melhor perspectiva de oportunidades no futuro.

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