Os processadores brasileiros de carnes de frango e porco estão no caminho de alcançar volumes recordes de produção e exportação em 2024, segundo projeções revisadas pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta quinta-feira (1). A ABPA, que representa grandes empresas do setor como a JBS e a BRF, destacou um crescimento significativo nas duas principais carnes exportadas pelo Brasil.
Crescimento na produção de frango
Espera-se que a produção de frango no Brasil, o maior exportador mundial desse produto, cresça até 1,8%, atingindo 15,1 milhões de toneladas métricas. Apesar de um recente surto da doença de Newcastle que resultou em proibições temporárias de comércio, as exportações de frango devem aumentar em até 2,2%, totalizando 5,25 milhões de toneladas.
O surto, que ocorreu no Rio Grande do Sul, levou a embargos regionais às exportações, afetando vendas para países como Rússia, Arábia Saudita, Bolívia, Peru e Chile.
Mesmo com essas restrições, a ABPA projeta que o Brasil exporte cerca de 437.000 toneladas de produtos de frango por mês em 2024. As proibições poderiam impactar até 60.000 toneladas mensais, mas a capacidade do Brasil de redirecionar os embarques pode minimizar este efeito.
O governo brasileiro anunciou recentemente que o surto da doença de Newcastle foi controlado, e os processadores aguardam a aprovação dos importadores para retomar o comércio.
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Perspectivas para a carne suína
O cenário também é positivo para os processadores de carne suína. As projeções indicam um aumento na produção e nas exportações devido à redução da produção de carne suína na Europa. O Brasil, sendo o quarto maior fornecedor mundial de carne suína, poderá aumentar suas exportações em até 7,7% em 2024, chegando a 1,325 milhão de toneladas. A produção interna de carne suína deve crescer 1% este ano.
Se a China, um dos maiores mercados consumidores, impor medidas antidumping contra os processadores europeus, o Brasil, com os EUA e o Canadá, será favorecido. A ABPA acredita que este cenário abrirá novas oportunidades de mercado para os produtores brasileiros.
Impactos econômicos e comerciais
O crescimento na produção e exportação de carnes de frango e porco reforça a posição do Brasil no mercado global de proteínas animais. Este movimento não só contribui para a economia nacional, mas também fortalece a imagem do Brasil como um fornecedor confiável de alimentos.
A capacidade de adaptação e redirecionamento dos embarques em resposta às restrições comerciais demonstra a resiliência e a competência do setor agropecuário brasileiro.
Com a retomada das exportações para mercados afetados pelo surto da doença de Newcastle e a possível abertura de novos mercados devido às restrições na Europa, os produtores brasileiros têm perspectivas promissoras para 2024. A ABPA continuará monitorando e apoiando o setor, garantindo que o Brasil mantenha sua liderança global na produção de proteínas animais.