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Bioeconomia no Brasil: oportunidades para a infraestrutura

A recente instituição da Estratégia Nacional de Bioeconomia, por meio do Decreto n.º 12.044 de 5 de junho de 2024, representa um marco importante para o desenvolvimento sustentável no Brasil. Com foco na inovação e sustentabilidade, essa estratégia visa fomentar o uso de recursos biológicos e renováveis em diversos setores da economia, abrindo novas perspectivas especialmente para a área de infraestrutura. A bioeconomia, nesse contexto, pode atuar como um verdadeiro motor de transformação, promovendo soluções biotecnológicas, materiais renováveis e impulsionando o desenvolvimento local.

O que é bioeconomia e como ela pode transformar a infraestrutura?

Ao integrar soluções biotecnológicas e o uso de materiais renováveis, o país tem a chance de modernizar sua infraestrutura, reduzir impactos ambientais e promover o desenvolvimento econômico local. | Foto: Reprodução/Canva

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Ao integrar soluções biotecnológicas e o uso de materiais renováveis, o país tem a chance de modernizar sua infraestrutura, reduzir impactos ambientais e promover o desenvolvimento econômico local | Foto: Reprodução/Canva

A bioeconomia envolve o uso sustentável de recursos biológicos e renováveis para a criação de produtos e processos que reduzam os impactos ambientais e promovam o crescimento econômico. No setor de infraestrutura isso significa a incorporação de novas tecnologias, como bioplásticos, biocimentos e compostos derivados de biomassa, substâncias que podem substituir materiais tradicionais como o concreto e o plástico de origem petroquímica.

Esses materiais biotecnológicos apresentam não apenas vantagens ambientais, como a redução da pegada de carbono, mas também ganhos econômicos a longo prazo. A substituição de produtos convencionais por soluções derivadas da bioeconomia contribui para uma construção mais sustentável e menos dependente de recursos finitos, além de promover uma infraestrutura mais resiliente.

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Além dos benefícios ambientais, o uso de materiais biológicos tem impacto positivo na durabilidade e resistência das infraestruturas. No Brasil, país que enfrenta desastres naturais com frequência, como enchentes e deslizamentos, utilizar materiais mais resistentes a eventos climáticos extremos é uma necessidade crescente. Ao optar por soluções baseadas em bioeconomia, as obras de infraestrutura, como estradas e pontes, podem se tornar mais duráveis e seguras.

Oportunidades econômicas e inclusão social

Outro aspecto relevante da bioeconomia na infraestrutura é o potencial de geração de empregos e o estímulo à economia local. A produção de materiais biotecnológicos exige novos conhecimentos e capacitação profissional, o que gera oportunidades em regiões ricas em recursos biológicos, como o Norte e o Centro-Oeste do Brasil. Isso fortalece a economia regional, fomenta o desenvolvimento local e promove a inclusão social, um dos pilares fundamentais da bioeconomia.

Essa integração da bioeconomia ao setor de infraestrutura também pode criar um novo mercado de trabalho. Profissionais capacitados em biotecnologia, engenharia sustentável e áreas correlatas serão cada vez mais demandados, o que contribui para a modernização da mão de obra e o fortalecimento das cadeias produtivas locais. Além disso, a instalação de fábricas e centros de pesquisa nas regiões que possuem abundância de recursos naturais pode levar a um aumento na oferta de empregos e no desenvolvimento econômico dessas áreas.

Portanto, a Estratégia Nacional de Bioeconomia tem um papel importante ao criar um ambiente propício para que essas transformações aconteçam. Ao promover a inovação no setor de infraestrutura, ela oferece ao Brasil uma oportunidade única de avançar de forma sustentável e inclusiva.

Bioeconomia e resiliência diante das mudanças climáticas

A resiliência das infraestruturas frente às mudanças climáticas também é um dos principais pontos a ser considerado. A bioeconomia pode ser uma solução promissora ao permitir o uso de materiais mais adaptáveis às condições climáticas extremas. A construção de pontes, rodovias e edificações com materiais derivados de recursos biológicos pode aumentar a resistência dessas estruturas a eventos como chuvas intensas, enchentes e secas.

Esse fator é de particular importância no Brasil, um país que tem experimentado desastres naturais com maior frequência nos últimos anos. A infraestrutura tradicional nem sempre é capaz de suportar as pressões impostas por essas mudanças, e a utilização de tecnologias inovadoras e sustentáveis pode representar uma solução viável e necessária para a proteção do patrimônio público e da segurança da população.

Além disso, a utilização de insumos biotecnológicos pode contribuir para a redução das emissões de carbono na construção civil. Ao substituir materiais poluentes por alternativas renováveis, o Brasil pode dar passos importantes em direção ao cumprimento de suas metas climáticas, como o Acordo de Paris, e consolidar-se como uma referência internacional em sustentabilidade.

Desafios e perspectivas

No entanto, para que a bioeconomia seja efetivamente implementada no setor de infraestrutura, é necessário superar alguns desafios. Um deles é a mudança de cultura tanto no setor público quanto no privado. A transição para uma infraestrutura mais sustentável exige a criação de políticas públicas robustas que incentivem a adoção de práticas inovadoras e sustentáveis.

A colaboração entre governos locais, empresas privadas e instituições de pesquisa é fundamental para criar um ambiente favorável à inovação. Programas de incentivo fiscal, linhas de crédito para projetos sustentáveis e a formação de parcerias público-privadas são algumas das medidas que podem impulsionar o uso de materiais biotecnológicos e a incorporação da bioeconomia na infraestrutura brasileira.

Além disso, a capacitação de profissionais e a conscientização da sociedade sobre os benefícios da bioeconomia são passos essenciais para garantir o sucesso dessa estratégia. A formação de engenheiros, arquitetos e trabalhadores da construção civil em técnicas de biotecnologia e sustentabilidade pode acelerar a adoção dessas inovações.

A Estratégia Nacional de Bioeconomia abre uma janela de oportunidades para o setor de infraestrutura no Brasil. Ao integrar soluções biotecnológicas e o uso de materiais renováveis, o país tem a chance de modernizar sua infraestrutura, reduzir impactos ambientais e promover o desenvolvimento econômico local. No entanto, a transição para uma economia mais verde e sustentável depende de políticas públicas eficientes, da mudança de cultura nas empresas e do envolvimento de todos os setores da sociedade.

Com uma abordagem inovadora e colaborativa, a bioeconomia pode se consolidar como um dos principais pilares para o futuro sustentável do Brasil, não apenas no setor de infraestrutura, mas em toda a sua economia.

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