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Horário de verão: decisão do governo será anunciada na próxima semana

O governo brasileiro está prestes a anunciar, na próxima semana, a decisão sobre a possível volta do horário de verão em 2024. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a medida depende de avaliações sobre o período de chuvas, fundamental para o restabelecimento da capacidade das hidrelétricas, principal fonte de energia do país. A discussão sobre o retorno do horário de verão tem sido acompanhada de perto por diversos setores da economia e da sociedade, que aguardam ansiosamente a decisão.

A importância do horário de verão

O horário de verão, que consiste em adiantar os relógios em uma hora durante os meses mais longos do ano, tinha como principal objetivo reduzir o consumo de energia elétrica, aproveitando melhor a luz natural. Durante décadas, essa política foi adotada no Brasil, especialmente para aliviar a demanda energética em horários de pico. No entanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu extinguir a medida em 2019, sob o argumento de que os avanços tecnológicos e mudanças nos hábitos de consumo tornavam o horário de verão desnecessário.

Desde então, especialistas e governantes têm discutido se a volta do horário de verão seria benéfica para o país. No cenário atual, em que o Brasil enfrenta uma das secas mais severas dos últimos 74 anos, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), o tema voltou a ganhar relevância.

Debates sobre energia e chuvas

O ministro Alexandre Silveira, que participou recentemente do Fórum Esfera, em Roma, destacou que a decisão será tomada de forma definitiva na próxima semana. Segundo ele, ainda há incertezas quanto ao período de chuvas, que é crucial para o reabastecimento dos reservatórios das hidrelétricas, responsáveis por cerca de 60% da geração de energia do Brasil.

Silveira frisou que a medida só será implementada este ano se for “imprescindível” para o sistema elétrico nacional. “Essa semana a gente acaba com essa dúvida dos brasileiros”, afirmou o ministro, indicando que a decisão será tomada com “segurança e equilíbrio”. Ele também enfatizou que, se o horário de verão não for adotado este ano, o governo poderá avaliar a necessidade de retomá-lo no próximo ano, caso o cenário hídrico não melhore.

O período de chuvas, conhecido como período úmido, começa em dezembro e vai até março. No entanto, há incertezas sobre se essas chuvas serão suficientes para normalizar os níveis dos reservatórios das hidrelétricas, que têm sofrido com a longa estiagem.

Impactos na sociedade e na economia

A decisão sobre o horário de verão vai além das questões energéticas. O ministro destacou que a política é transversal e afeta diferentes setores da economia e da vida das pessoas. | Foto: Reprodução/Canva
A decisão sobre o horário de verão vai além das questões energéticas. O ministro destacou que a política é transversal e afeta diferentes setores da economia e da vida das pessoas. | Foto: Reprodução/Canva

A decisão sobre o horário de verão vai além das questões energéticas. O ministro destacou que a política é transversal e afeta diferentes setores da economia e da vida das pessoas. “Não é só uma questão energética, tem uma transversalidade na vida das pessoas”, afirmou Silveira. Isso significa que áreas como comércio, turismo, transporte e até mesmo a saúde pública, podem ser impactadas pela adoção ou não do horário de verão.

Leia também: Horário de verão deve economizar R$1,8 bilhão até 2026, diz ministro

Para o setor empresarial, especialmente o comércio e o turismo, o horário de verão costuma ser visto de forma positiva, já que os dias mais longos incentivam o consumo e o lazer ao ar livre. Cidades turísticas, como as do litoral brasileiro, também podem se beneficiar da medida, com o aumento do fluxo de visitantes e o prolongamento das atividades durante o dia.

Por outro lado, há aqueles que apontam efeitos negativos da mudança de horário no cotidiano, como a desregulação do ciclo biológico, conhecida como “relógio biológico”, o que pode afetar o sono e a produtividade de algumas pessoas. Pesquisas já indicaram que uma parte da população sente dificuldades em se adaptar ao novo horário, especialmente nos primeiros dias da mudança.

Cenário energético desafiador

A discussão sobre o retorno do horário de verão ocorre em um momento crítico para o setor energético brasileiro. A seca severa que afeta o país desde o início do ano fez com que os níveis dos reservatórios de diversas hidrelétricas ficassem abaixo do esperado, elevando os custos da energia e exigindo o uso de outras fontes, como termelétricas, que são mais caras e poluentes.

Além disso, o cenário global de mudanças climáticas tem trazido incertezas sobre os padrões climáticos futuros, tornando ainda mais imprevisível a gestão dos recursos hídricos no país. Em situações como essa, o governo busca equilibrar as necessidades energéticas com as políticas públicas que possam mitigar o impacto da crise hídrica.

O futuro do horário de verão

Apesar dos debates acalorados, o retorno do horário de verão continua sendo uma incógnita até a próxima semana, quando o governo finalmente baterá o martelo sobre a questão. Para muitos, a volta da medida traria alívio, especialmente diante do risco de aumento no custo da energia elétrica nos próximos meses.

No entanto, como destacou o ministro Alexandre Silveira, a prioridade é garantir que a decisão seja tomada com base em critérios técnicos e no bem-estar da população. “Nós vamos concluir esse assunto com segurança e equilíbrio”, garantiu.

Enquanto isso, o Brasil segue atento aos desdobramentos das chuvas de dezembro e suas implicações para o setor energético e o cotidiano dos brasileiros.

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