Presidência do Brasil no Brics terá foco na COP30 em 2025

A presidência do Brasil no grupo dos países BRICS em 2025 dará um destaque especial à COP30, a conferência sobre o clima. A ideia é que o primeiro semestre do ano seja dedicado a preparar o terreno para essa importante conferência, que vai discutir como enfrentar as mudanças climáticas no planeta.

O Brasil vai organizar cerca de cem reuniões durante sua presidência. A maioria dessas reuniões acontecerá nos primeiros meses do ano, até julho. Além de uma reunião com todos os líderes dos países do BRICS, haverá várias outras reuniões com ministros e técnicos de diferentes áreas.

Ilustração de líderes do Brics reunidos discutindo sustentabilidade na COP30.
Brasil liderará o Brics em 2025 com ênfase na COP30, mudanças climáticas e fortalecimento do bloco para enfrentar desafios globais  |Foto: Reprodução/Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Ainda não foi decidido onde será realizada a principal reunião dos líderes dos países do BRICS. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, já manifestou interesse em sediar esse evento, mas a decisão final ainda não foi tomada. A maior parte das outras reuniões acontecerá em Brasília.

O Brasil já apresentou aos outros países do BRICS seus planos para a presidência. Durante uma reunião recente na Rússia, diplomatas brasileiros explicaram quais são as prioridades do nosso país para esse período. No começo do ano que vem, o Brasil fará uma apresentação mais detalhada para todos os membros do grupo.

Uma das principais metas do Brasil é fortalecer a organização do BRICS. Com a entrada de novos membros, o grupo precisa de regras mais claras sobre como será a troca de presidência e como os novos membros vão participar das atividades.

O Brasil também vai trabalhar para definir as regras para os novos membros do BRICS, que são chamados de “membros parceiros”. Esses países não têm todos os direitos dos membros originais, mas podem participar de muitas atividades do grupo.

Assim como em outros grupos internacionais, o Brasil vai se dedicar a combater as mudanças climáticas e a reformar as instituições financeiras internacionais. A ideia é fazer com que essas instituições sejam mais justas e democráticas.

Em resumo, a presidência brasileira no BRICS será marcada pela busca de soluções para os problemas globais, como as mudanças climáticas, e pelo fortalecimento da cooperação entre os países membros.

Brasil assume presidência do Brics em 2025

No início de 2025, o Brasil reassumirá a liderança do grupo dos BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e, mais recentemente, os Emirados Árabes Unidos. Essa retomada da presidência, após um intervalo de seis anos, coloca o país em uma posição estratégica para influenciar as discussões e direcionar os esforços do bloco para temas de grande relevância global.

Durante o período em que estará à frente do BRICS, o Brasil dará ênfase a questões como a reforma da “governança global”. Isso significa que o país buscará promover mudanças nas instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, com o objetivo de torná-las mais justas e representativas para os países em desenvolvimento.

Além disso, o desenvolvimento sustentável será outro ponto central da agenda brasileira, com foco em questões como o combate às mudanças climáticas e a promoção de um crescimento econômico mais inclusivo e equitativo.

É importante destacar que esses temas já foram objeto de discussões durante a presidência brasileira do G20, outro importante fórum de cooperação internacional. A experiência adquirida nesse contexto será fundamental para orientar as ações do Brasil à frente do BRICS.

Prioridades da presidência brasileira do Brics em 2025

Sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, a presidência brasileira do Brics em 2025 se concentrará em temas cruciais para o fortalecimento das relações internacionais e a promoção de uma ordem global mais justa e equilibrada. Entre os principais focos da presidência brasileira estão:

1. Reforma das instituições de governança global

O Brasil buscará promover uma reestruturação das instituições financeiras e políticas globais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, para torná-las mais representativas e inclusivas. O objetivo é garantir que países em desenvolvimento, como os membros do Brics, tenham maior voz nas decisões que afetam a economia global.

Isso envolve a revisão de normas, processos e a busca por um sistema mais equitativo para todos os países, independentemente de seu poder econômico ou político.

2. Promoção do multilateralismo


A presidência brasileira se concentrará em reforçar a importância do multilateralismo, ou seja, a cooperação entre vários países em questões globais. Em um contexto de crescente nacionalismo e protecionismo, o Brasil defenderá a ideia de que os grandes desafios do mundo, como as mudanças climáticas e a segurança global, só podem ser enfrentados de forma eficaz por meio da colaboração entre diversas nações. O Brasil pretende utilizar o Brics como plataforma para fortalecer essa abordagem, promovendo diálogos e parcerias mais amplas.

3. Combate à fome e à pobreza


O Brasil dará grande ênfase às questões sociais durante sua presidência, com foco no combate à fome e à pobreza em várias regiões do mundo, especialmente nos países em desenvolvimento. O país propõe a implementação de políticas mais eficazes para garantir o acesso à alimentação e a melhoria das condições de vida das populações mais vulneráveis. Isso inclui promover a segurança alimentar e incentivar a colaboração entre os países do Brics para garantir recursos para esses programas.

4. Redução da desigualdade

A redução das desigualdades, tanto dentro dos países quanto entre eles, será uma das prioridades do Brasil na presidência do Brics. A ideia é trabalhar para a diminuição das disparidades socioeconômicas e de acesso a serviços essenciais, como saúde, educação e infraestrutura. Além disso, o Brasil buscará fortalecer as políticas de inclusão social e promoção da igualdade de gênero e racial, tanto dentro do bloco quanto em nível global.

5. Promoção do desenvolvimento sustentável

A sustentabilidade será um dos temas centrais da presidência brasileira, com o Brasil defendendo um modelo de desenvolvimento que respeite o meio ambiente, seja socialmente inclusivo e economicamente viável. A presidência do Brics buscará integrar mais ações de preservação ambiental e combate à degradação ecológica nas agendas nacionais dos países membros, ao mesmo tempo em que promoverá investimentos em tecnologias limpas, energias renováveis e economia verde, fundamentais para enfrentar a crise climática global.

6. Adiamento da presidência do Brics devido à presidência do G20

Originalmente, o Brasil deveria ter assumido a presidência do Brics em 2024, mas o país optou por adiar esse compromisso para 2025, devido à sua presidência simultânea do G20. Como resultado, a Rússia assumiu a liderança do bloco em 2024. O adiamento permitiu ao Brasil concentrar esforços na coordenação das questões econômicas globais dentro do G20, um fórum que reúne as 20 maiores economias do mundo, antes de assumir novamente o comando do Brics.

Entrada de países parceiros no Brics

A cúpula deste ano, que ocorreu em Kazan na Rússia dos dias 22 a 24 de outubro, teve como principal tema a criação da categoria de “países parceiros” do Brics. Atualmente, o bloco é composto apenas por membros efetivos, mas, seguindo o modelo de outros organismos multilaterais como o Mercosul, a proposta é ampliar essa estrutura.

Há cerca de 30 países candidatos à categoria de “parceiros”, incluindo Cuba, Venezuela, Nicarágua, Argélia, Nigéria e Turquia. Inicialmente, os países do Brics definirão os critérios para determinar quais países poderão ser considerados “parceiros”, e, em um segundo momento, serão escolhidos os países que atendem a esses critérios.

Leia também: BRICS: China apoia a entrada do Cazaquistão no bloco dos países emergentes

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