O “Cria G20”, evento aberto ao público promovido pela primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, inaugura uma nova forma de interação entre o G20 e a sociedade civil. Realizado como uma extensão da Cúpula de Líderes do G20, o Cria G20 visa reduzir a distância entre as decisões tomadas pelos chefes de Estado e a vida cotidiana das pessoas.
Janja explicou que o evento foi idealizado para aproximar o público das discussões e propostas dos líderes globais. “O que me pareceu é que tinha uma distância enorme entre o que os líderes estavam discutindo ali, apontando soluções para a vida das pessoas, mas que as pessoas não estavam presentes ali”, afirmou a primeira-dama.
Segundo ela, o Cria G20 é uma tentativa de tornar mais acessível o impacto que essas discussões internacionais podem ter nas questões que afetam diretamente a população.
Engajamento público como eixo central
A ideia do Cria G20 surgiu justamente da percepção de que o formato tradicional das cúpulas internacionais, que geralmente ocorrem em locais restritos e com um número limitado de participantes, poderia ser mais inclusivo.
Segundo Janja, mesmo com a existência de grupos de engajamento em edições passadas, esses espaços “ainda pareciam um pouco frios e afastados da realidade”. Esse distanciamento fez com que a equipe responsável pela organização do evento criasse o Cria G20 para permitir que mais pessoas participem, ainda que virtualmente, das discussões.
O Cria G20 se destaca pelo uso de tecnologias digitais e plataformas online para engajar o público em um diálogo aberto. Dessa forma, mesmo aqueles que não estão presentes fisicamente no evento têm a oportunidade de acompanhar os debates e contribuições dos líderes mundiais.
A primeira-dama destacou que, em um mundo cada vez mais digital, a participação ativa do público pode ser uma ponte entre as políticas discutidas no G20 e a realidade vivida pela população.
Aproximação e transparência: as novas faces do G20
A cúpula do G20 é um encontro anual que reúne representantes das 20 maiores economias do mundo para debater soluções globais para temas econômicos e sociais urgentes, como mudanças climáticas, saúde e segurança alimentar. No entanto, apesar da importância dessas questões, o evento sempre foi marcado por sua exclusividade e pouca interação com o público.
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Com o Cria G20, a expectativa é que essa dinâmica mude, favorecendo uma comunicação mais direta e acessível entre governantes e a sociedade. Para Janja, o evento é uma oportunidade de mostrar que as decisões internacionais impactam a vida das pessoas e, por isso, elas devem estar mais próximas dessas discussões.
Além disso, a proposta do Cria G20 reforça a ideia de que as políticas globais devem ser construídas com a participação de diversos setores da sociedade. A primeira-dama ressaltou que, embora a maioria da população não tenha acesso aos espaços físicos da cúpula, o evento digital permite uma aproximação. Esse esforço de transparência e inclusão é visto como uma forma de consolidar o engajamento social, um aspecto que tem sido priorizado em cúpulas recentes.
Cria G20 e os impactos para o Brasil
Para o Brasil, país anfitrião do G20 neste ano, o Cria G20 é mais do que uma oportunidade de promover o engajamento público: é uma plataforma para liderar debates sobre inclusão social, igualdade e justiça econômica. A iniciativa reflete a agenda de governo que visa não só ampliar o acesso a decisões políticas, mas também integrar temas que têm relevância para o desenvolvimento do país e da região.
Especialistas apontam que a criação do Cria G20 pode ter implicações importantes para o futuro das cúpulas internacionais. Ao incorporar uma plataforma acessível ao público, o evento amplia as possibilidades de participação e envolvimento, criando um precedente para futuras edições do G20 e até para outros eventos multilaterais. O Brasil, como líder anfitrião, se destaca por essa iniciativa de inclusão e engajamento, projetando uma imagem de modernidade e compromisso com os direitos civis e a transparência.
O impacto econômico também não pode ser ignorado. Estima-se que a realização do G20 no Brasil traga benefícios financeiros consideráveis, desde o aumento do turismo até a exposição internacional de marcas e empresas brasileiras. Além disso, o engajamento digital no Cria G20 pode impulsionar a economia digital, fortalecendo empresas locais e promovendo uma imagem positiva do Brasil no cenário global.
Iniciativas como o Cria G20 são o futuro dos eventos globais?
A iniciativa da primeira-dama pode sinalizar uma tendência de eventos mais conectados ao público e comprometidos com a inclusão digital. Ao tornar as discussões acessíveis, o Cria G20 exemplifica como os grandes eventos podem adotar uma postura mais democrática, conectando as elites governamentais à realidade vivida pela população.
Essa aproximação é relevante para o contexto atual, onde a população busca transparência e maior participação nas decisões políticas. O Cria G20 não apenas contribui para a imagem internacional do Brasil como um país comprometido com a inclusão e o desenvolvimento social, mas também abre espaço para uma nova forma de diplomacia pública. Essa modalidade de diplomacia tem como premissa o envolvimento do cidadão comum, demonstrando que o público pode e deve participar de discussões que moldam o futuro global.
O Cria G20 representa uma evolução no modelo das cúpulas internacionais, oferecendo uma via acessível e transparente de engajamento com a população. Ao reduzir as barreiras de acesso ao debate global, a iniciativa reforça a importância de uma diplomacia que se comprometa com a transparência e a participação cidadã. Essa nova abordagem pode ser um marco para futuras edições do G20 e demais encontros multilaterais, promovendo uma aproximação que torna o público um verdadeiro participante das decisões globais.
Em um contexto onde a sociedade anseia por maior transparência e inclusão, o Cria G20 é uma resposta inovadora e alinhada às demandas do século XXI, demonstrando que a diplomacia e a governança global estão prontas para dialogar com a sociedade e se conectar ao mundo digital.