Rio de Janeiro se mobiliza para o G20 com feriados e operação militar

Com uma série de medidas de segurança, feriados decretados e operações das Forças Armadas, o Rio de Janeiro se prepara para sediar o G20. Entre os dias 14 e 19 de novembro, a cidade será o centro de uma programação intensa, com a presença de líderes globais e eventos que mobilizarão milhares de pessoas.

O Complexo Mauá, na área portuária, e o Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, serão palcos dos encontros, que incluem o Urban 20 (U20), o G20 Social e a Cúpula dos Líderes do G20.

Segurança e logística

Para garantir a segurança de autoridades e visitantes, a cidade implementará um esquema especial, incluindo bloqueios de trânsito e fechamento de áreas de lazer. A prefeitura do Rio de Janeiro e o governo federal tomaram várias medidas para garantir o sucesso do evento.

No centro dessas ações, está o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), assinado pelo presidente Lula em 8 de novembro. Esse decreto permite o uso das Forças Armadas para atuar em áreas onde há risco à segurança pública.

A GLO abrangerá áreas-chave, como o perímetro do MAM, a Marina da Glória e vias de acesso aos aeroportos e aos hotéis que hospedarão as delegações. A presença militar é vista como uma maneira de fortalecer a segurança, principalmente nas rotas de deslocamento das comitivas entre locais de hospedagem e o museu.

Além disso, no sábado e domingo (18 e 19 de novembro), o Aeroporto Santos Dumont será fechado para operações comerciais, e os voos serão redirecionados para o Aeroporto Internacional do Galeão. A prefeitura também anunciou restrições de circulação de pedestres, gradeamento contínuo no Aterro do Flamengo e a instalação de 35 pontos de bloqueio na área, priorizando a segurança dos participantes e a ordem pública.

Feriados e funcionamento do comércio

Os dias 18 e 19 de novembro foram decretados feriados municipais no Rio de Janeiro para minimizar o impacto das interdições no trânsito e nas rotinas diárias. No entanto, os serviços essenciais continuarão operando. Isso inclui hospitais, serviços de segurança, transporte público e limpeza urbana. Estabelecimentos como bares, restaurantes, shoppings e pontos turísticos também estarão abertos, enquanto o comércio de rua poderá operar normalmente.

Essas medidas visam a manter a cidade em funcionamento, mesmo com as limitações impostas. Os feriados foram uma escolha estratégica para evitar congestionamentos e facilitar o deslocamento das delegações.

Eventos e expectativas de público

A programação do G20 no Rio de Janeiro não se limita às reuniões de cúpula. No Complexo Mauá, uma série de atividades culturais e sociais acontecerá entre 14 e 17 de novembro. O G20 Social será sediado no Espaço Kobra e trará eventos como o Festival da Aliança Global, que ocorrerá na Praça Mauá, com shows ao ar livre no fim da tarde. A expectativa é de que aproximadamente 40 mil pessoas assistam às apresentações diárias.

O sétimo ciclo Urban 20 é organizado em conjunto por dois Copresidentes, Rio de Janeiro e São Paulo | Foto: Reprodução/Urban 20
O sétimo ciclo Urban 20 é organizado em conjunto por dois Copresidentes, Rio de Janeiro e São Paulo | Foto: Reprodução/Urban 20

O Urban 20 (U20), que ocorre paralelamente, reunirá prefeitos e representantes de mais de 60 cidades do mundo para discutir temas como combate à fome, pobreza e mudanças climáticas. Esse evento representa a oportunidade de troca de experiências e desenvolvimento de soluções colaborativas entre lideranças urbanas.

Já a Cúpula dos Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, será o ponto alto da programação, reunindo chefes de Estado e de Governo das 20 maiores economias do mundo no MAM. Com uma participação que inclui União Europeia e União Africana, o G20 representa 85% do PIB mundial e 75% do comércio global. Este encontro é uma plataforma para discutir assuntos de importância global, como crescimento econômico sustentável, estabilidade financeira e desafios climáticos.

Leia também: O Brasil na liderança do G20: entenda o impacto em sediar o evento

Impacto para os moradores do Rio de Janeiro

A série de mudanças no trânsito e as interdições afetam a rotina de quem vive e trabalha no Rio de Janeiro. Durante os dias do evento, áreas populares como o Parque do Flamengo e a orla da Zona Sul — incluindo as praias do Leme ao Leblon — estarão parcialmente fechadas para lazer, em datas como 15, 17, 18, 19 e 20 de novembro. A travessia ao Parque do Flamengo será permitida somente pelas passagens subterrâneas, com passarelas fechadas e áreas limitadas para pedestres.

A prefeitura e os organizadores sugerem que os moradores evitem as áreas de bloqueio e sigam as orientações de trânsito. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) estará em ação para monitorar o tráfego e orientar os motoristas, enquanto a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) colaborará na organização do fluxo de pessoas.

Importância do evento para o Brasil

Com o Brasil ocupando a presidência rotativa do G20 em 2024, o evento no Rio de Janeiro ganha um significado especial. É uma chance para o país destacar sua posição no cenário internacional e influenciar a agenda global em temas críticos, como economia sustentável, combate às desigualdades e proteção ambiental. Para o governo brasileiro, o evento é uma oportunidade de fortalecer laços diplomáticos e atrair investimentos.

O encontro acontece em um momento em que o Brasil busca se posicionar como um líder nas questões climáticas e de sustentabilidade. As discussões abordam desde a luta contra a fome até reformas nas instituições multilaterais, alinhando-se com prioridades do governo federal e refletindo as preocupações globais.

A preparação para o G20 no Rio de Janeiro envolve uma operação logística e de segurança sem precedentes. As medidas de interdição, o fechamento do Aeroporto Santos Dumont, a presença das Forças Armadas e os feriados municipais refletem a magnitude e a complexidade de sediar um evento dessa natureza. Para os cariocas, as restrições podem ser um desafio, mas o evento traz a expectativa de benefícios econômicos e reforça a posição do Brasil no cenário internacional.

O Rio se transforma para receber um evento que coloca a cidade no centro das atenções globais, criando um ambiente seguro e acolhedor para os milhares de visitantes esperados e, ao mesmo tempo, reafirmando o compromisso do Brasil com a cooperação e o desenvolvimento global.

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