Já sabemos que os eventos climáticos são também provocados pelas ações humanas. As questões ambientais têm nos alertado para a necessidade de mudanças e preparo, para diminuir os impactos e nos prepararmos para as instabilidades que acometem o Brasil, principalmente por ser um país tropical.
Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), ressaltou, em sua participação em reuniões sobre emergências climáticas que aconteceram em Brasília, no Palácio do Planalto, no segundo semestre deste ano, que os eventos extremos serão ainda mais frequentes e que é preciso que nos antecipemos a eles. “O Brasil, com sua localização tropical, é um dos países mais afetados pelas mudanças climáticas, e a gente tem que preparar nossa sociedade para isso”, afirma o cientista.
É importante destacar que a conexão entre cientistas e o setor político se faz necessária para a tomada de decisões para os próximos passos. O verão se aproxima e, com ele, as chuvas intensas que podem causar sérios problemas à sociedade, incluindo questões de moradia, segurança física e financeira. O especialista também declara que o agronegócio e a matriz energética do Brasil são considerados vulneráveis por dependerem de fatores climáticos, conforme publicado no portal Jornal da USP.
Aliados
A inteligência emocional é fundamental entre os representantes brasileiros que têm o poder de mudar esse curso. A colaboração deve passar pelo crivo da razão e estar fundamentada na ciência. Não há como mitigar os impactos sem que percebamos que somos todos dependentes do mesmo ecossistema e que a junção das nossas práticas sustentáveis trará bons resultados.
A última Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29) nos sinalizou que serão necessários investimentos robustos para diminuir o impacto mundial e que o fator tempo é determinante nesse momento. Unir-nos por uma causa maior será fundamental, pois ela representa a existência de todos nós.
A crise climática gera também crise financeira e nos traz um parâmetro para identificar os pontos a serem validados nessa nova etapa de atuação e fortalecimento de todos os polos. Tatiana Rosito, embaixadora e coordenadora da Trilha de Finanças do G20, sinaliza que serão necessários investimentos de US$ 4 trilhões anuais até 2030 para cumprir o que já foi acordado.
Ela enfatiza a importância de que o setor público se manifeste ativamente para que o setor privado participe com o mesmo afinco garantindo, assim, a implementação de tecnologias e infraestrutura sustentáveis. Na COP30, em Belém, será apresentado um novo pacote de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDCs) para envolver bancos multilaterais, bancos de investimentos e atores privados. Como mostra publicação do portal GOV.
Percebam que, em todas essas linhas, o assunto diz respeito ao comportamento social. Agir isoladamente nos levará a pequenas mudanças, mas, agindo em conjunto, alcançaremos as metas já estabelecidas. A tecnologia será uma das ferramentas de maior alcance para a transição climática.
Dessa maneira teremos a oportunidade de gerar resultados significativos em todo o mundo. Recursos e soluções eficazes são importantes para diminuir o impacto das crises climáticas, e nós precisamos estar atentos e dispostos para que nosso objetivo central não se perca em meio às nossas diferenças.