As catástrofes naturais são, sem dúvida, um dos assuntos mais comentados nos últimos meses. Estamos presenciando o caos que acomete as grandes metrópoles e, consequentemente, a população mais vulnerável. Contudo, temos percebido que ninguém estará realmente seguro se não alinharmos nossas ações com o equilíbrio ambiental.
O futuro das cidades e da população brasileira está cada vez mais ameaçado. As mudanças climáticas têm transformado radicalmente o planeta, e os eventos climáticos extremos – como enchentes, ondas de calor e tempestades mais intensas – são a prova disso.
É importante notar que o aquecimento global não é mais uma previsão, mas um fato. A temperatura média da Terra continua subindo devido à emissão descontrolada de gases do efeito estufa, e suas consequências não nos permitem omissão, exigindo uma tomada de decisão para evitar avanços desenfreados.
Ambientes sustentáveis: a solução
A Infraestrutura Verde (IEV) representa uma possibilidade para mitigar o impacto sobre o meio ambiente, e a adoção de soluções sustentáveis que promovam a resiliência climática é o que se espera para os próximos anos.
Projetos verdes incluem soluções tecnológicas e naturais, tais como:
- Telhados e paredes verdes para reduzir ilhas de calor;
- Sistemas de drenagem sustentável para evitar enchentes;
- Reflorestamento urbano para melhorar a qualidade do ar;
- Uso de energia renovável em espaços públicos para reduzir as emissões de carbono.
Esta última é considerada a grande aposta, com projeção de crescimento de 2,2% no PIB (Produto Interno Bruto) até 2030, de acordo com o Banco Mundial e publicação no portal GOV.
Benefícios para a sociedade e a economia
Impulsionar a economia, reduzir custos urbanos e criar novas oportunidades de negócios são medidas que merecem todo o nosso foco e esforço. Algumas soluções me chamaram a atenção, por serem essenciais à transformação que precisamos para o futuro.
Investir em infraestrutura verde não é apenas uma escolha sustentável, mas uma necessidade para garantir cidades habitáveis no futuro. Quanto mais cedo agirmos, maiores serão os benefícios ambientais, sociais e econômicos.
Analisando do ponto ambiental, jardins de chuva e pavimentos permeáveis são estratégias eficientes para absorver a água da chuva, reduzir enchentes e melhorar a qualidade da água, diminuindo os custos com sistemas de drenagem tradicionais e os prejuízos causados por inundações em áreas urbanas.
A criação de empregos verdes e o desenvolvimento de projetos sustentáveis auxiliam na regeneração de ecossistemas e na conservação de recursos naturais. Setores como paisagismo sustentável, a engenharia ambiental, a energia renovável e o urbanismo ecológico ganham notoriedade à medida que a sociedade se conscientiza dos agravos que nos acometem. Incentivar a economia circular e inovação – por meio do uso de resíduos – e estimular negócios sustentáveis constituem estratégias fundamentais para a preservação da vida.
Integrar elementos naturais aos projetos já existentes – isto é, aos espaços urbanos consolidados – é uma escolha necessária, para melhorar a qualidade de vida. O estudo da PUC – Rio, intitulado Tipologias de Infraestrutura Verde para a Escala Local, destaca diferentes tipologias de infraestrutura verde que podem ser aplicadas em escala local, mostrando que a sustentabilidade não deve ser apenas um conceito para novas construções, mas também um guia para intervenções em áreas já urbanizadas.
Dado que muitas cidades cresceram sem planejamento adequado, é necessário adotar soluções que compensem essa deficiência. Além disso, políticas públicas e incentivos para iniciativas privadas podem acelerar essa transformação.
Precisamos promover metas e transformá-las em ações para que nossa relação com o meio ambiente não cause mais destruições, e sim soluções. A infraestrutura verde é um investimento estratégico, que traz retorno tanto para o meio ambiente quanto para a economia das cidades e empresas. O aquecimento global é um fato, e precisamos enfrentar esse grande problema de forma conjunta.
