Fundo da Amazônia terá contribuição de R$ 91 milhões da Irlanda

A Irlanda agora faz parte do grupo de países que contribuem com o Fundo Amazônia, juntando-se a outros sete países. A contribuição irlandesa foi de 15 milhões de euros, o que equivale à cerca de R$ 91 milhões. O anúncio foi feito em São Paulo, durante um encontro entre a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, e o ministro dos Transportes da Irlanda, Seán Canney.

Contribuição da Irlanda para o Fundo Amazônia
Segundo Marina Silva, a doação da Irlanda mostra que o Brasil está no caminho certo para reduzir o desmatamento | Foto: Reprodução/Freepik

O que é o Fundo Amazônia?

Criado em 2009, este programa de financiamento pretende principal a proteção da floresta amazônica por meio de doações internacionais. O dinheiro arrecadado é utilizado para monitorar, conservar e promover o desenvolvimento sustentável na região. As contribuições vêm de diversos países, incluindo Noruega, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Dinamarca, Suíça, Japão e, mais recentemente, Irlanda.

O programa surgiu como uma estratégia para captar recursos internacionais que apoiem projetos focados na redução do desmatamento e na preservação da biodiversidade amazônica. A iniciativa busca equilibrar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental, um desafio crucial em um cenário de mudanças climáticas globais.

Como funciona?

A gestão do programa fica a cargo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco é responsável por coordenar a captação de recursos, selecionar os projetos e acompanhar os resultados obtidos. Desde sua criação, a iniciativa já financiou 123 projetos, com um investimento total de R$ 3,1 bilhões.

Em 2024, foram aplicados R$ 200 milhões em ações que contribuíram para a redução do desmatamento e o combate a crimes ambientais. Entre essas ações, destaca-se o fortalecimento da fiscalização, o incentivo à produção sustentável e o apoio às comunidades indígenas e tradicionais.

Resultados positivos

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam que, entre agosto de 2023 e julho de 2024, a taxa de desmatamento na Amazônia caiu 30,63% em comparação ao período anterior. No período seguinte, a redução foi ainda maior, superando, 45% em relação a 2022. Esses resultados comprovam a eficácia do programa na proteção da floresta.

Para Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, essa queda no desmatamento é essencial para inaugurar um ciclo de prosperidade no Brasil, especialmente em um contexto de crise climática global. A ministra destacou que o apoio internacional, como o da Irlanda, fortalece as ações do Brasil nessa área.

O papel do BNDES

O BNDES desempenha um papel fundamental na gestão da iniciativa. Durante o governo anterior, o programa foi paralisado, mas voltou a operar entre 2023 e 2024, captando cerca de R$ 1 bilhão em doações. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou que a adesão da Irlanda demonstra o reconhecimento internacional ao esforço brasileiro em proteger a Amazônia.

“O BNDES continuará trabalhando para ampliar os impactos positivos do programa e atrair novos parceiros comprometidos com a preservação ambiental e o combate à crise climática”, afirmou Mercadante.

Como os recursos são utilizados?

A iniciativa apoia uma ampla gama de projetos, que incluem:

  • Fortalecimento da fiscalização ambiental;
  • Promoção da produção sustentável;
  • Recuperação de áreas degradadas;
  • Apoio às comunidades indígenas e tradicionais;
  • Produção de conhecimento científico sobre a Amazônia.

Esses projetos ajudam a reduzir o desmatamento e a melhorar a qualidade de vida das populações locais. Além disso, contribuem para a mitigação das mudanças climáticas, uma vez que a preservação da floresta é essencial para capturar carbono e regular o clima global.

O impacto nas comunidades locais

A iniciativa também gera um impacto social significativo. Ela apoia projetos que promovem a geração de renda e a inclusão social, como o fortalecimento da agricultura familiar e o apoio a cooperativas comunitárias. Isso garante que as comunidades locais tenham alternativas econômicas sustentáveis, sem precisar recorrer ao desmatamento ilegal.

Um exemplo de projeto apoiado é a capacitação de comunidades indígenas para monitorar a floresta e denunciar atividades ilegais, como extração de madeira e garimpo ilegal. Essas ações ajudam a proteger territórios tradicionais e a preservar a cultura dessas populações.

Desafios e perspectivas

Apesar dos avanços, o combate ao desmatamento na Amazônia ainda enfrenta desafios. A pressão do agronegócio, a exploração ilegal de recursos naturais e a falta de fiscalização em áreas remotas são problemas que precisam ser superados.

No entanto, a entrada de novos doadores, como a Irlanda, e o aumento dos investimentos são passos importantes para fortalecer a proteção da floresta. O Brasil espera continuar atraindo apoio internacional e ampliando o impacto positivo da iniciativa nos próximos anos.

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