Após anúncio de reajuste nos planos de saúde, especialista explica como impactará no bolso da população
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou hoje um novo limite para o reajuste anual dos planos de saúde individuais e familiares. A partir de maio de 2024 até abril de 2025, o aumento será de 6,91%, afetando cerca de 8 milhões de beneficiários, representando 15,6% dos consumidores de planos de saúde no Brasil.
O índice supera a inflação em 3,22 pontos percentuais, considerando que o IPCA, índice usado nas metas de inflação do governo, ficou em 3,69% nos últimos 12 meses.
Segundo Paulo Rebello, diretor-presidente da ANS, essa mudança foi baseada na variação das despesas assistenciais entre 2023 e 2022. Essa variação está diretamente relacionada aos custos dos procedimentos e à frequência de utilização dos serviços de saúde.
É importante destacar que comparar o índice de reajuste com a inflação não é correto. Os índices de reajuste de planos de saúde são “índices de valor”, considerando tanto preços quanto quantidades consumidas.
A decisão foi aprovada pelo Ministério da Fazenda e as operadoras poderão aplicar o reajuste no mês de aniversário do contrato. Isso significa que a cobrança pode começar em julho ou, no máximo, em agosto para contratos que aniversariam em maio e junho, com retroatividade até o mês de aniversário do contrato.
A ANS utilizou uma metodologia que leva em conta a variação das despesas assistenciais e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para definir o percentual de reajuste de 2024, excluindo o subitem Plano de Saúde. Alexandre Fioranelli, diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, explica que essa medida será importante para o equilíbrio econômico-financeiro das operadoras.
Entenda o impacto do reajuste
De acordo com o especialista em seguro saúde, Fabiano Benjamin, esse reajuste não impactará de forma negativa na população. “Em grande parte dos aumentos, o mercado recebe de forma negativa. Porém, no mercado da saúde se faz necessário esses reajustes, para que as empresas consigam arcar com os custos”, explica o proprietário da corretora Guarde Seguros.
O aumento dos planos poderá ser o dobro da inflação medida em um ano. Nos 12 meses encerrados em abril, por exemplo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou acumulado em 3,69%.
Contudo, é importante destacar que além da inflação, é considerado diferentes fatores para o valor final do plano de saúde, como o aumento ou queda da frequência de uso do convênio e os custos dos serviços médicos e utilitários.
“Com relação aos anos anteriores, esse reajuste está abaixo da média”, finaliza o especialista.