A greve dos servidores do INSS aumenta e ameaça a revisão de gastos do governo, que decidiu recorrer à Justiça para suspender a paralisação. O INSS também anunciou que irá descontar do salário dos grevistas os dias não trabalhados.
O governo Lula acionou a Justiça nesta terça-feira (23) para pedir o fim da greve nacional dos servidores do INSS, iniciada em 10 de julho e que ganhou força a partir do dia 16. A paralisação afeta o atendimento e a análise de pedidos nas agências.
Impacto da greve nas agências
Mais de 400 agências do INSS em 23 estados e no Distrito Federal estão fechadas ou funcionando parcialmente. O SINSSP-BR estima que cerca de 40% das tarefas dos servidores em teletrabalho foram afetadas pela greve.
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Desconto nos salários após greve
O INSS confirmou que os dias parados serão descontados dos salários dos servidores, conforme regra geral em casos de paralisação. A instituição informou que 9,6% dos servidores aderiram à greve, com maior adesão no Nordeste (14%) e no Sul (10%).
Reivindicações dos servidores
Os servidores pedem melhorias salariais e cumprimento de acordos anteriores. “A greve é para pressionar o governo a atender nossas reivindicações o mais rápido possível”, disse Viviane Peres, diretora da Fenasps.
Ameaça ao orçamento
A greve preocupa o governo, que precisa das ações do INSS para equilibrar o orçamento de 2024 e 2025. O atraso nas revisões de benefícios pode comprometer a economia projetada de R$ 9 bilhões em 2024 e R$ 25,9 bilhões em 2025.
Negociações em andamento
O Ministério da Gestão e Inovação propôs um reajuste de 18% nos salários dos servidores, divididos em 9% para 2025 e 9% para 2026. Os representantes dos servidores têm uma reunião marcada com o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, para discutir a instalação de uma mesa de negociação.
A continuidade da greve pode resultar em novos atrasos na análise de pedidos, aumentando a fila de espera e o valor retroativo a ser pago aos segurados. O governo está empenhado em resolver a situação rapidamente para evitar maiores impactos na prestação dos serviços e nas finanças públicas.