Desistir da obra de Angra 3 custará o mesmo que terminá-la, diz BNDES

Concluir a obra de Angra 3 deverá ter o mesmo custo que abandonar a construção, que está parada há uma década

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou, na última quarta-feira, 4 de setembro, para a Eletronuclear, empresa que opera as duas usinas nucleares do Brasil, um estudo de viabilidade sobre a continuação da construção de Angra 3, que será a terceira usina nuclear do país.

Angra 2 - Angra 3
Usina nuclear de Angra 2 bate recorde de produção nos últimos 5 anos – Foto: Reprodução/Eletrobras

De acordo com o estudo feito pelo banco, a conclusão da obra custará R$ 23 bilhões. Da mesma forma, encerrar a obra terá um custo semelhante, de aproximadamente R$ 21 bilhões.

Abandono de Angra 3

A desistência definitiva da obra, que está paralisada há aproximadamente uma década, custará quase o mesmo valor necessário para finalizar a usina, devido aos custos de rescisão de contrato e as penalidades com multas previstas, que podem chegar a R$ 2,5 bilhões.

Além disso, será necessário devolver incentivos fiscais recebidos para a importação e aquisição de equipamentos, que somam cerca de R$ 1,1 bilhão, e quitar antecipadamente R$ 9,2 bilhões em financiamentos junto à Caixa e ao BNDES, contratados na primeira fase da construção.

O banco também indicou a perda dos R$ 12 bilhões já investidos no projeto, os R$ 940 milhões necessários para a desmobilização do que já foi realizado, e mais R$ 7,3 bilhões em custo de oportunidade do capital investido.

Custo da energia nuclear

Outro ponto importante identificado pelo estudo é que, com o investimento para a conclusão de Angra 3 (que só deve começar a operar comercialmente em 2031), a tarifa de comercialização da energia fornecida pela central nuclear será de R$ 653,31/MWh.

O estudo entregue à empresa que opera as usinas aponta para a viabilidade técnica, econômica e jurídica do projeto e será apresentado ao Ministério de Minas e Energia (MME) e aos acionistas, a ENBPar e a Eletrobras. No entanto, a decisão final sobre a retomada ou não da obra ficará nas mãos do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que se reunirá no final de setembro para informar o resultado.

A usina de Angra 3, segundo a Eletronuclear, deve gerar 7 mil novos postos de trabalho diretos na região sul fluminense, onde está instalada.

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