Para o vice-presidente Geraldo Alckmin, o retorno do adiamento de 1h pode ser “uma boa alternativa para a economia de energia”
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que a volta do horário de verão pode ser “uma boa alternativa” para reduzir o consumo de energia elétrica no país.
“Eu acho que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, falou uma coisa importante. Não vai faltar energia. Mas nós precisamos, todos, ajudar. O horário de verão pode ser uma boa alternativa para economizar energia”, disse Alckmin, na última quarta-feira, 12 de setembro, em entrevista a jornalistas após a estreia Nova Indústria Brasil – Missão 4: Indústria e Revolução Digital, no Palácio do Planalto.
Alckmin declarou que, apesar do período de seca no país, não haverá falta de energia para os brasileiros, mas que todos possam colaborar. “O horário de verão pode ser uma boa alternativa para uma campanha de economia de energia. Agora, o Brasil tem uma energia extremamente limpa, com o crescimento da eólica e da energia solar”, respondeu Alckmin, quando questionado sobre os possíveis benefícios para a indústria.
No mesmo dia, pela manhã, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, afirmou que o retorno do horário de verão está sendo treinado internamente pelo governo.
Apesar de ainda não ter sido tomada uma decisão, a justificativa para o retorno desse mecanismo seria o aumento da confiabilidade do sistema elétrico.
Essa política do horário de verão foi encerrada em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro. Uma das justificativas do ex-presidente foi que a economia gerada não foi significativa.
Qual o motivo da criação do horário de verão?
O horário de verão foi criado para reduzir o consumo de energia elétrica durante o verão, pois impede o uso de eletricidade no fim da tarde e no início da noite, aproveitando melhor a luz natural com o adiamento dos relógios em uma hora.
A lógica por trás dessa medida na maioria dos estados brasileiros, além de diminuir o consumo no horário de pico, é reduzir a sobrecarga no sistema elétrico e evitar o uso de fontes de energia mais caras, como o acionamento das termelétricas movidas a diesel.
Cancelamento
Como referência, a medida foi extinta em 2019 pelo ex-presidente Bolsonaro. Em 2022, o Ministério de Minas e Energia (MME) manteve a decisão após uma avaliação sobre os efeitos do ponto de vista do setor elétrico.
“Os estudos demonstraram que a medida deixou de produzir os resultados esperados, perdendo uma razão de ser aplicada”, destacou a nota. “O MME concluiu que a aplicação do horário de verão não produz resultados na redução do consumo nem na demanda máxima de energia elétrica na mitigação de riscos de déficit de potência”, acrescentou o comunicado.
Ao abordar a possível volta do horário de verão, Silveira garantiu que, atualmente, não há risco de escassez de energia devido à estiagem. O ministro declarou que o motivo para uma possível volta seria a seca severa que vem afetando a operação do setor elétrico brasileiro.
“Estamos em fase de avaliação da necessidade ou não do horário de verão… é algo que está colocado na mesa, mas não há uma decisão, até porque depende do índice pluviométrico”, disse.
Segundo ele, essa medida poderia ajudar o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no atendimento aos consumidores no horário de pico. “Quando há qualquer possibilidade que aponte um caminho para soluções de modicidade tarifária e segurança do setor, é importante ser avaliado”, acrescentou.