Bolsas de NY fecham em alta de 3,57% após vitória de Trump

As bolsas de valores de Nova York fecharam em alta nesta quarta-feira (6), atingindo recordes após a vitória de Donald Trump na corrida presidencial dos Estados Unidos. A movimentação foi impulsionada por setores estratégicos como bancos, defesa e energia, que reagiram positivamente à expectativa de um governo que, historicamente, favorece essas áreas.

Donald Trump vence eleições. Foto: Ryan M. Kelly

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Donald Trump vence eleições e movimenta o mercado financeiro | Foto: Reprodução/ Ryan M. Kelly

Com o resultado das eleições, os investidores se mostraram otimistas, acreditando que políticas de Trump poderão beneficiar algumas das principais indústrias americanas, influenciando diretamente no desempenho dos índices financeiros do país.

Índices e altas recordes das bolsas norte-americanas

Os principais índices das bolsas norte-americanas registraram grandes avanços. O índice Dow Jones, por exemplo, subiu 3,57%, fechando em 43.729,93 pontos, o maior ganho diário desde 2022. Outros índices também tiveram desempenhos notáveis: o S&P 500 aumentou 2,53%, finalizando em 5.929,04 pontos, e o Nasdaq avançou 2,95%, alcançando 18.983,47 pontos. Esses recordes refletem a confiança do mercado de que a administração de Trump beneficiará setores-chave da economia.

A notícia teve um impacto imediato nas ações de grandes empresas, principalmente aquelas relacionadas a bancos, materiais, defesa e energia. Esse efeito é explicado, em parte, pelo histórico do ex-presidente em aplicar políticas de incentivo a esses setores, além da proximidade de Trump com empresários e executivos dessas áreas, o que aumenta a expectativa de políticas que possam favorecer os interesses econômicos das indústrias americanas.

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Setores que lideraram os ganhos

Bancos e Finanças: Um dos setores mais beneficiados foi o bancário, com subidas expressivas nas ações de empresas financeiras. No S&P 500, o índice de bancos avançou 6,16%. Entre os destaques, o Goldman Sachs teve uma alta de 13,1%, o JPMorgan subiu 11,5% e o First Horizon Bank registrou ganhos de 16,5%. A expectativa é que um governo favorável a desregulamentações e incentivos fiscais para corporações seja positivo para o setor bancário, que responde bem a cenários onde há maior liberdade de operação.

Defesa: O setor de defesa também se valorizou. A Lockheed Martin e a RTX Corp, empresas com contratos significativos com o governo dos Estados Unidos, apresentaram aumentos de 0,86% e 2,19%, respectivamente. A expectativa de uma postura mais agressiva em geopolítica e aumento de investimentos em defesa durante o governo Trump favorece diretamente essas empresas, que dependem de contratos governamentais para expandir suas operações e aumentar receitas.

Energia e Petróleo: A vitória de Trump, conhecido por apoiar combustíveis fósseis, trouxe um cenário de otimismo para o setor de petróleo e energia. Ações de gigantes do setor, como Exxon Mobil e Chevron, subiram 1,71% e 2,81%, respectivamente.

Trump tem uma postura favorável ao setor energético tradicional, sinalizando possíveis políticas que fortaleçam essas empresas. Essa postura favorece o setor, uma vez que sua administração provavelmente incentivará mais extração e produção de petróleo e gás, fatores essenciais para empresas como Exxon e Chevron.

Tecnologia e Criptomoedas: Outro destaque foi o setor de tecnologia, com grandes ganhos para empresas que desenvolvem criptomoedas. A Coinbase, uma das maiores corretoras de criptomoedas dos Estados Unidos, registrou uma alta impressionante de 31%, enquanto a MicroStrategy subiu 13,2%. Com a possibilidade de que o novo governo incentive o setor, investidores veem oportunidade em empresas de tecnologia financeira.

Tesla se destaca com proximidade entre Musk e Trump

Entre as empresas de tecnologia, a Tesla teve um dos maiores destaques. As ações da montadora subiram 14,75%, alcançando seu preço mais alto desde julho de 2023. Elon Musk, CEO da Tesla, é conhecido por sua relação de proximidade com Donald Trump, o que alimenta expectativas de que a montadora de carros elétricos possa se beneficiar no novo governo.

A perspectiva de um ambiente regulatório mais amigável impulsionou as ações da Tesla, que fechou a sessão cotada a US$ 289,59. A valorização reflete o entusiasmo do mercado com a possibilidade de incentivos fiscais e políticas que facilitem a expansão da Tesla em mercados norte-americanos e internacionais.

Expectativas com o novo governo e o impacto na bolsa de valores e outros

A vitória de Trump traz um cenário misto para o mercado. Por um lado, setores tradicionalmente alinhados com suas políticas, como energia e defesa, estão otimistas, já que as promessas de incentivo a indústrias nacionais e aumento nos gastos militares beneficiam diretamente essas áreas. Por outro lado, a expectativa de uma política monetária menos flexível do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) pode impactar o mercado no médio prazo. Muitos analistas temem que o Fed adote uma postura de cautela, especialmente se houver um aumento na inflação devido aos estímulos fiscais de Trump, o que poderia limitar o crescimento econômico a longo prazo.

Além disso, as políticas fiscais do governo Trump, que provavelmente incluirão cortes de impostos e estímulos a setores como energia e defesa, devem manter o mercado financeiro aquecido. Entretanto, isso também pode gerar pressões inflacionárias, levando o Federal Reserve a moderar os cortes de juros esperados pelos investidores.

Entenda os riscos e as oportunidades que as bolsas podem ter

O desempenho das bolsas de Nova York com a volta de Trump à presidência demonstra que o mercado financeiro dos EUA reage de forma positiva a políticas de incentivo para setores tradicionais, mas também revela a complexidade do cenário futuro.

A longo prazo, a interação entre a política fiscal do novo governo e as medidas do Federal Reserve será crucial para determinar a sustentabilidade desse crescimento. Investidores devem estar atentos ao equilíbrio entre as promessas de expansão e os potenciais desafios fiscais e inflacionários que podem surgir com o novo ciclo econômico.

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