Os Estados Unidos deram um passo significativo no combate à obesidade ao propor a inclusão de medicamentos originalmente desenvolvidos para tratar diabetes tipo 2, como o Ozempic e o Mounjaro, nos programas de saúde pública Medicare e Medicaid.
A medida promete revolucionar o acesso a tratamentos, reduzir custos e impactar positivamente o mercado financeiro, com ações de empresas farmacêuticas já reagindo ao anúncio.
EUA demonstra avanços no combate à obesidade
Segundo comunicado da Casa Branca, os avanços científicos recentes trouxeram ao mercado medicamentos altamente eficazes no controle da obesidade, contribuindo não apenas para a perda de peso, mas também para a prevenção do diabetes tipo 2. Entretanto, o custo elevado desses remédios tem sido um obstáculo para grande parte da população americana.
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Atualmente, o preço de medicamentos como o Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk, pode chegar a US$ 1.000 por mês, tornando-os inacessíveis sem cobertura de seguro. A proposta, se aprovada, prevê que o Medicare e o Medicaid possam subsidiar até 95% desses custos, ampliando significativamente o acesso para milhões de cidadãos.
Impacto nos programas de saúde pública
O Medicare e o Medicaid são os dois maiores programas de saúde pública dos EUA, atendendo juntos mais de 7 milhões de americanos. Caso a proposta se torne realidade, espera-se que:
- Cerca de 3,4 milhões de beneficiários do Medicare tenham acesso a medicamentos contra obesidade a preços muito reduzidos.
- Outros 4 milhões de inscritos no Medicaid, que atende principalmente famílias de baixa renda, também sejam contemplados.
Essa mudança não apenas transformaria a acessibilidade dos tratamentos, mas também poderia trazer benefícios de longo prazo para o sistema de saúde como um todo. Ao reduzir os casos de doenças associadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares, o país economizaria em despesas hospitalares futuras.
Reação do mercado financeiro
A proposta impulsionou as ações de gigantes farmacêuticas na bolsa. A Novo Nordisk viu suas ações subirem 1,8% ao fim do dia na Bolsa de Copenhague, após atingir uma alta de quase 3% durante o pregão. Já a fabricante do Mounjaro, a Eli Lilly, registrou uma valorização de 4,54%.
Essas movimentações refletem o otimismo do mercado diante da possibilidade de aumento na demanda por medicamentos contra a obesidade, agora potencialmente acessíveis para um público muito maior.
O que dizem especialistas e autoridades?
De acordo com a Casa Branca, a inclusão desses medicamentos nos programas públicos de saúde vai além de uma questão de acessibilidade financeira. A medida também busca empoderar médicos e pacientes na escolha do tratamento mais adequado, sem as limitações impostas pelo custo.
Além disso, especialistas em saúde pública destacam que o controle da obesidade não é apenas uma questão individual, mas um desafio coletivo que afeta diretamente os custos e a eficiência do sistema de saúde. Programas de subsídio como o proposto podem ser o início de uma abordagem mais ampla e sustentável para lidar com a questão.
Desafios e próximos passos
Apesar dos avanços, a proposta enfrenta desafios. Alguns críticos questionam o impacto econômico da medida, que pode aumentar os gastos públicos no curto prazo. Há também o risco de que a inclusão desses medicamentos incentive um consumo indiscriminado, sem o acompanhamento médico necessário.
A proposta ainda passará por um processo de aprovação que pode levar meses. Caso receba o aval do Congresso, ela marcará um momento histórico na política de saúde pública dos EUA, redefinindo o combate à obesidade como uma prioridade nacional.
A proposta dos EUA para incluir medicamentos como o Ozempic no Medicare e Medicaid representa um marco tanto para a saúde pública quanto para o mercado financeiro. Ao mesmo tempo que beneficia milhões de pessoas, a medida reforça a importância de investir em soluções de longo prazo para problemas de saúde complexos.
Se aprovada, essa iniciativa poderá se tornar referência para outros países enfrentando desafios semelhantes, consolidando a ideia de que o acesso à saúde é um investimento no bem-estar coletivo.