A economia do Brasil segue em uma trajetória de crescimento, com aumento contínuo ao longo dos últimos meses. De acordo com o Banco Central, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) – considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) – mostrou uma expansão de 0,8% em setembro em comparação ao mês anterior. Esses dados foram divulgados nesta quinta-feira (14) e indicam uma boa recuperação econômica.
No terceiro trimestre de 2024, entre os meses de julho e setembro, o IBC-Br teve um aumento de 1,1% em relação ao segundo trimestre. Embora esse crescimento tenha sido ligeiramente menor do que o aumento de 1,2% registrado no segundo trimestre, o terceiro trimestre marcou o quarto período seguido de crescimento. Isso significa que a economia brasileira tem mostrado sinais de resistência e recuperação, mantendo um ritmo positivo ao longo do ano.
Nos últimos 12 meses, o IBC-Br acumulou uma alta de 3%, refletindo a melhora contínua da atividade econômica do país. Entre janeiro e setembro deste ano, o índice subiu 3,3%, indicando que, de forma geral, a economia brasileira está crescendo mais rapidamente do que em períodos anteriores. Quando comparamos os dados de setembro deste ano com os de setembro do ano passado, vemos um aumento ainda mais significativo de 5,1%.
O dado oficial do PIB do Brasil é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou um crescimento de 1,4% no segundo trimestre de 2024. O mercado financeiro também acompanha essas projeções e espera que o PIB brasileiro feche o ano com uma alta de 3,1%, conforme a pesquisa Relatório Focus do Banco Central, divulgada em outubro.
Revisão da previsão do FMI para o crescimento do PIB em 2024
O Fundo Monetário Internacional (FMI) também revisou para cima a sua previsão de crescimento do PIB do Brasil para 2024. Em junho, o FMI esperava um crescimento de 2,1%, mas, em uma nova atualização feita em 22 de outubro, elevou essa expectativa para 3%. Essa mudança na previsão foi publicada no relatório “World Economic Outlook”, que apresenta as perspectivas econômicas globais.
Apesar da projeção positiva para 2024, o FMI reduziu a previsão de crescimento do PIB do Brasil para 2025. A expectativa é de uma alta de 2,2% no próximo ano, um pouco abaixo da previsão anterior de 2,4%.
Os analistas do FMI explicaram que o aumento esperado para 2024 foi influenciado por fatores como o crescimento no consumo das famílias, o aumento dos investimentos na primeira metade do ano, um mercado de trabalho mais forte, e as transferências financeiras do governo. Além disso, o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, que ocorreram entre abril e maio, foi menor do que o esperado, o que ajudou na recuperação econômica.
O FMI também fez previsões sobre a inflação no Brasil. A expectativa é que a inflação fique em 4,3% em 2024 e caia para 3,6% em 2025, ficando mais próxima da meta de 3%.
Perspectivas para a América Latina e o crescimento global
Além do Brasil, o FMI revisou suas previsões para outras regiões. Para a América Latina e o Caribe, o FMI aumentou a projeção de crescimento para 2024, de 1,8% para 2,1%. No entanto, a previsão para 2025 foi ajustada para baixo, de 2,7% para 2,5%. A Argentina deve ser a única economia da região a apresentar uma queda significativa em 2024, com uma projeção de recuo de 3,5%. Em 2023, a economia argentina já havia sofrido uma queda de 1,6%, mas o FMI espera uma recuperação de 5% para o país em 2025.
Para o crescimento global, o FMI prevê uma taxa de 3,2% para este ano e o próximo, sinalizando uma expectativa de estabilidade. Nos Estados Unidos, a economia deve crescer 2,8% em 2024. Na zona do euro, espera-se uma expansão de 0,8% em 2024 e de 1,2% em 2025.
Já a China, uma das maiores economias do mundo, tem previsão de crescimento de 4,8% em 2024 e 4,5% em 2025. Nos mercados emergentes e países em desenvolvimento, a expectativa é de um crescimento de 4,2% para este ano e o próximo, destacando a resiliência dessas economias no cenário econômico global.
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