Trump retira EUA da Organização Mundial da Saúde

No primeiro dia de seu novo mandato, em 20 de janeiro, o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos estavam se retirando da Organização Mundial da Saúde (OMS), rompendo os laços com a agência de saúde pública das Nações Unidas. A retirada formal ocorreu em julho de 2020, durante a pandemia de covid-19.

Donald Trump assinando ordem executiva sobre a OMS
Donald Trump assina um decreto no Salão Oval, marcando o início de uma série de ações executivas no primeiro dia de seu mandato |Foto: Reprodução/Carlos Barria/REUTERS

A ordem executiva assinada nesta segunda-feira, 20 de janeiro, mencionou a “má gestão da pandemia de covid-19 pela organização, que surgiu em Wuhan, China, e outras crises globais de saúde”, além de citar a falha da OMS em adotar reformas urgentes e sua falta de independência diante da influência política inadequada dos seus estados-membros como justificativas para a decisão.

Trump, ao assinar a ordem, comentou com um assessor que a questão era significativa, ressaltando sua decisão de 2020 e afirmando que os Estados Unidos estavam pagando uma quantia excessiva à organização em comparação com outros países.

A ordem também mencionou que a OMS continuava a exigir dos EUA pagamentos considerados injustamente pesados.

As primeiras medidas de Trump

Imigração

O presidente dos Estados Unidos afirmou que irá declarar “emergência nacional na fronteira sul” com o México. Ele disse que toda entrada ilegal será bloqueada imediatamente e que começará o processo de devolução de milhões de imigrantes criminosos aos seus países de origem.

O presidente também mencionou que pretende enviar tropas para a região e que os cartéis de drogas seriam tratados como organizações terroristas, invocando a Lei dos Inimigos Estrangeiros de 1798 para fundamentar essa decisão.

Energia e carros

Em relação à “crise inflacionária” nos Estados Unidos, o presidente atribuiu a culpa aos gastos excessivos e ao aumento dos preços de energia, declarando uma “emergência energética nacional”. Ele criticou o que chamou de “New Deal verde” e anunciou que revogaria a “norma do veículo elétrico”. Segundo ele, isso significaria que as pessoas poderiam comprar o carro que desejassem.

Taxação de produtos estrangeiros

Trump disse que sua intenção era “tarifar e taxar países estrangeiros para enriquecer” os cidadãos americanos. O objetivo seria gerar “enormes quantias de dinheiro entrando no tesouro dos Estados Unidos, provenientes de fontes estrangeiras”. Durante essa parte de seu discurso, ele mencionou a criação do Departamento de Eficiência Governamental, que seria liderado pelo bilionário Elon Musk.

Censura e liberdade de expressão

O presidente comentou que os Estados Unidos haviam vivido anos de tentativas ilegais e inconstitucionais de limitar a liberdade de expressão. Como resposta, ele anunciou que assinaria uma “ordem executiva para interromper imediatamente toda a censura governamental” e garantir a liberdade de expressão no país.

Ele afirmou também que jamais usaria “o imenso poder do Estado como uma arma para perseguir oponentes políticos” e se comprometeu a garantir uma “Justiça justa, igualitária e imparcial sob o Estado constitucional de Direito”.

Política de raça e gênero

Trump afirmou que encerraria a “política governamental de engenharia social de raça e gênero” em todos os aspectos da vida pública e privada. Ele indicou que, a partir daquele momento, o governo dos Estados Unidos adotaria uma sociedade “daltônica e baseada no mérito”. Além disso, declarou que a política oficial do governo seria a de reconhecer apenas dois gêneros: masculino e feminino.

Militares e vacina contra a Covid

O presidente também anunciou que seu governo reintegraria funcionários públicos e membros das Forças Armadas que haviam sido expulsos por não tomarem a vacina contra a Covid. Ele destacou que seu governo se avaliaria não apenas pelas batalhas que venceria, mas também pelas guerras que terminaria e pelas que evitaria. Ele disse que seu maior orgulho seria ser lembrado como “um pacificador e unificador”.

Golfo do México e Canal do Panamá

Trump reiterou sua intenção de renomear o Golfo do México para Golfo da América, se referindo especificamente aos Estados Unidos. Além disso, mencionou seu desejo de retomar o controle do Canal do Panamá, afirmando que os “navios americanos estavam sendo severamente sobrecarregados e não estavam sendo tratados de forma justa”. Ele também criticou a presença da China no canal, dizendo que “não o demos à China, mas ao Panamá, e agora estamos tomando de volta”.

TikTok

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ação executiva que adia por 75 dias a implementação da proibição do TikTok, conforme havia prometido no domingo, 19 de janeiro. Com isso, a ação determina que o Departamento de Justiça dos EUA não aplicará a Lei de Aplicações Controladas por Adversários Estrangeiros, uma legislação assinada pelo ex-presidente Joe Biden em abril.

A referida lei exigia que o TikTok fosse proibido nos Estados Unidos a partir de 19 de janeiro, a menos que fosse vendido para um comprador norte-americano ou de um de seus aliados.

A promessa de Trump, feita em uma publicação no Truth Social, de assinar a ação executiva na segunda-feira para suspender a aplicação da lei, teve como resultado o retorno do TikTok ao ar na tarde de domingo, após ficar offline por mais de 12 horas durante a noite de sábado para domingo.

Ainda não está claro se a empresa chinesa ByteDance, proprietária do TikTok, teria interesse em vender a plataforma, mesmo que fosse por meio de um acordo mediado por Trump.

Em declarações feitas nesta segunda-feira, Trump explicou que mudou de opinião sobre o TikTok depois de conseguir usá-lo. Ele mencionou que, embora houvesse preocupações sobre o acesso da China a informações de crianças pequenas, ele acreditava que o país enfrentava problemas maiores do que esse.

O presidente também afirmou que a ação executiva que ele assinou lhe conferia o direito de decidir entre vender ou encerrar o TikTok, garantindo que essa decisão seria tomada em breve.

O posicionamento de Trump em relação ao Brasil

Durante a assinatura de uma série de decretos no Salão Oval, após sua posse, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil e os países da América Latina dependem mais dos Estados Unidos do que o contrário.

Ao ser questionado sobre sua visão da relação entre o Brasil, a América Latina e os Estados Unidos, Trump declarou que esses países necessitam mais dos Estados Unidos do que os próprios americanos precisam deles, ressaltando que, na sua opinião, todos dependem dos Estados Unidos.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez uma publicação em que cumprimentou Trump logo após sua posse. Lula destacou que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos sempre foram baseadas em uma trajetória de cooperação, com respeito mútuo e amizade histórica. Ele também afirmou que os dois países mantêm “fortes laços” em áreas como comércio, ciência, educação e cultura.

Leia também: Trump pode comprar a Groenlândia? Entenda a situação

Atualize-se.
Receba Nossa Newsletter Semanal

Sugestões para você