Argentina fecha janeiro com superávit de 600 bilhões de pesos

A Argentina registrou um superávit nominal de aproximadamente 599,7 bilhões de pesos em janeiro de 2025, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia do país nesta segunda-feira, 17 de fevereiro. O valor equivale a US$ 566,3 milhões (R$ 3,236 bilhões) e representa cerca de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Esse resultado dá continuidade ao desempenho fiscal positivo iniciado no ano passado, quando o país encerrou 2024 com superávit financeiro de 1,8% do PIB, o primeiro saldo positivo nas contas públicas argentinas desde 2010.

Milei fez comentários dois dias antes de viajar à Flórida para assistir a uma cúpula conservadora em Mar-a-Lago, a residência de Trump na Flórida | Foto: Reprodução/ Juan MABROMATA / AFP) argentina
O governo Milei deve continuar com sua política de ajuste fiscal em 2025, buscando consolidar o equilíbrio das contas públicas | Foto: Reprodução/ Juan MABROMATA / AFP

O que significa o superávit fiscal?

O superávit ocorre quando as receitas do governo superam suas despesas. No caso argentino, o resultado de janeiro foi composto por um saldo primário de 2,43 trilhões de pesos, que representa tudo que entrou e saiu do caixa do governo, descontado o pagamento de 1,83 trilhão de pesos em juros da dívida pública.

O ministro da Economia, Luis Caputo, destacou em nota que o superávit de 2024 foi o melhor em 16 anos, reflexo de um forte controle fiscal e medidas para reduzir gastos públicos. Segundo a pasta, o governo adotou ações como a racionalização das despesas da Administração Nacional, a consolidação das contas das empresas públicas e a dissolução de 19 fundos fiduciários, visando tornar o uso dos recursos mais eficiente.

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Como a Argentina conseguiu esse resultado?

A melhora nas contas públicas argentinas ocorreu em um contexto de ajuste fiscal severo. O governo implementou medidas para cortar gastos e melhorar a eficiência da administração pública. Entre as principais ações que levaram ao superávit estão:

  • Redução de subsídios a setores da economia, como energia e transporte;
  • Ajuste nas contas de empresas estatais, que registraram excedente operacional pela primeira vez desde 2009;
  • Corte de despesas públicas, reduzindo gastos administrativos e investimentos em áreas não prioritárias;
  • Reformas na gestão de fundos fiduciários, eliminando aqueles considerados desnecessários.

A estratégia faz parte do plano econômico do presidente Javier Milei, que assumiu o cargo no final de 2023 com a promessa de conter a crise econômica, reduzir o déficit fiscal e estabilizar a inflação, que atinge níveis elevados no país.

Qual o impacto para os argentinos?

Apesar do saldo positivo nas contas públicas, a população argentina ainda enfrenta desafios econômicos significativos. O ajuste fiscal levou a cortes em subsídios e redução de investimentos públicos, afetando setores como transporte e programas sociais. Além disso, a inflação elevada e a desvalorização do peso continuam impactando o poder de compra da população.

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Para economistas, o superávit é um avanço na credibilidade fiscal do país, podendo abrir espaço para negociações com credores internacionais e organismos financeiros, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). No entanto, alertam que a manutenção do equilíbrio fiscal dependerá de medidas estruturais para estimular o crescimento econômico sem comprometer o bem-estar da população.

O que esperar para os próximos meses?

O governo Milei deve continuar com sua política de ajuste fiscal em 2025, buscando consolidar o equilíbrio das contas públicas. No entanto, especialistas apontam que o desafio será equilibrar a austeridade com a recuperação econômica, garantindo que o país volte a crescer de forma sustentável.

A Argentina vive um momento crucial em sua economia. Se conseguir manter o superávit e, ao mesmo tempo estimular investimentos e geração de empregos, o país poderá reverter anos de crise financeira e recuperar a confiança do mercado. Entretanto, o impacto social das medidas de ajuste será um fator determinante para o futuro econômico do país.

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