O comércio eletrônico, conhecido como e-commerce, sofreu um duro golpe após o apagão causado pelo temporal da sexta-feira, 11 de outubro de 2024, na Região Metropolitana de São Paulo. De acordo com uma pesquisa da Neotrust Confi, a interrupção no fornecimento de energia elétrica resultou em uma perda de R$ 29 milhões em vendas. O levantamento destacou quedas expressivas no faturamento e no número de pedidos em diversas cidades, com destaque para Cotia e Taboão da Serra, que registraram as maiores perdas proporcionais.
Impacto nas vendas e faturamento dos e-commerce
A pesquisa da Neotrust comparou o desempenho do e-commerce entre os dias 11 e 14 de outubro, período imediatamente após o apagão, com o intervalo entre 13 e 16 de setembro. No comparativo, a queda foi significativa: uma redução de 11,1% no faturamento e de 11,9% no número de pedidos na região.
A cidade de São Paulo, principal polo econômico da região, representou a maior parte das perdas em valores absolutos, totalizando quase R$ 27 milhões de prejuízo. Apesar de cidades como Cotia e Taboão da Serra apresentarem números absolutos menores — R$ 812 mil e R$ 1,4 milhão, respectivamente — os impactos proporcionais foram mais severos. Cotia registrou uma queda de 18,7% no faturamento, enquanto Taboão da Serra enfrentou uma redução ainda maior, de 33,1%.
Em relação ao número de pedidos, os dados também são alarmantes. Cotia e Taboão da Serra viram suas vendas despencarem em 32,7% e 30,3%, respectivamente. Na capital paulista, o número de pedidos caiu 11,3%, uma variação um pouco menor, mas ainda significativa para o setor de e-commerce.
Consequências do apagão
O apagão que afetou a Região Metropolitana de São Paulo foi desencadeado por uma tempestade que trouxe ventos de mais de 100 km/h, causando um apagamento generalizado. Segundo a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia, mais de 2 milhões de unidades consumidoras ficaram sem luz no auge da interrupção. Mesmo dias após o evento, na manhã da quarta-feira (16 de outubro), cerca de 100 mil clientes ainda estavam sem energia.
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O Ministério de Minas e Energia determinou que a Enel restaurasse completamente o fornecimento até quinta-feira, 17 de outubro. Enquanto isso, empresas de diversos setores sofreram prejuízos consideráveis, com o comércio eletrônico sendo uma das áreas mais atingidas.
O e-commerce, que depende essencialmente da conectividade digital para realizar vendas, foi diretamente impactado pela falta de energia, que prejudicou tanto os consumidores, que não conseguiam acessar as plataformas, quanto os operadores logísticos que enfrentaram dificuldades para processar e entregar pedidos.
Cidades mais impactadas
Embora São Paulo seja a cidade com as maiores perdas financeiras, as cidades de Cotia e Taboão da Serra foram as que mais sentiram o impacto em termos percentuais. Em Cotia, a queda de 18,7% no faturamento e de 32,7% no volume de pedidos destacou a vulnerabilidade do comércio local durante o apagão. Já em Taboão da Serra, as perdas foram ainda mais pronunciadas, com uma redução de 33,1% no faturamento e 30,3% nos pedidos, refletindo como cidades de médio porte podem ser afetadas de maneira desproporcional em eventos de crise.
Esses números ressaltam a necessidade de uma infraestrutura mais robusta e de planos de contingência eficazes para lidar com apagões, especialmente em cidades que estão se tornando cada vez mais dependentes do comércio eletrônico como fonte de receita.
Repercussão no setor de e-commerce
O setor de e-commerce, que havia experimentado um crescimento exponencial nos últimos anos, sofreu um duro golpe com essa interrupção abrupta no fornecimento de energia. Além do prejuízo financeiro direto, a paralisação temporária das operações também gerou um impacto negativo na confiança dos consumidores, que podem ter enfrentado atrasos em suas compras ou desistido de pedidos durante o apagão.
Empresas de comércio eletrônico, especialmente as pequenas e médias, precisam rever suas estratégias para lidar com interrupções no fornecimento de energia e conectividade. A adoção de geradores de energia e sistemas de backup pode se tornar uma medida essencial para garantir a continuidade das operações em eventos extremos. Além disso, parcerias com operadores logísticos que possuem soluções de emergência podem ajudar a minimizar os impactos em casos de novos apagões.
O futuro do e-commerce após o apagão
A pesquisa da Neotrust também destacou que as perdas no e-commerce, embora substanciais, são apenas uma parte de um problema mais amplo enfrentado pelo setor. Além da necessidade de fortalecer a infraestrutura de energia elétrica, especialmente em áreas mais vulneráveis, as empresas devem focar em garantir que seus sistemas estejam preparados para suportar imprevistos.
Mesmo com a normalização do fornecimento de energia previsto para os próximos dias, os impactos econômicos gerados pelo apagão devem ser sentidos por mais tempo. A confiança dos consumidores no e-commerce da região pode levar algum tempo para se recuperar, e as empresas precisarão investir em comunicação e em estratégias de marketing para reconquistar seus clientes.
O apagão em São Paulo serve como um alerta para as empresas do setor e para o governo sobre a importância de uma infraestrutura mais resiliente, capaz de enfrentar fenômenos naturais cada vez mais frequentes. A capacidade de adaptação e resposta rápida será essencial para evitar que prejuízos como esses voltem a ocorrer no futuro.