O McDonald’s, uma das maiores redes de fast food do mundo, está enfrentando um dos maiores desafios de sua história recente. Após um surto da bactéria Escherichia coli (E. coli), identificado em outubro nos Estados Unidos, a empresa viu suas visitas e vendas despencarem de forma significativa. O incidente ocorreu porque cebolas frescas servidas em seus hambúrgueres foram apontadas como a provável fonte de contaminação. Mais de 100 pessoas ficaram doentes em 14 estados.
Para tentar recuperar a confiança dos consumidores e apoiar suas franquias, a rede anunciou um investimento de US$ 100 milhões em marketing. Segundo informações obtidas pela CNN, o plano inclui uma alocação de US$ 35 milhões para campanhas publicitárias que promovam o retorno dos clientes, com foco especial em ofertas de nuggets de frango. Outros US$ 65 milhões serão destinados diretamente às franquias que sofreram prejuízos significativos nas regiões mais afetadas pelo surto.
O impacto do surto nos negócios
O impacto do surto foi imediato e devastador. As vendas caíram drasticamente em outubro, e a confiança do público ficou abalada. Além disso, as ações da empresa na bolsa de valores (MCD) caíram cerca de 7% no último mês, refletindo a preocupação dos investidores com os danos à imagem e à lucratividade da rede.
Em resposta, o McDonald’s suspendeu temporariamente a compra de cebolas frescas de uma fábrica no estado do Colorado, apontada como possível origem da contaminação. Nos estados onde os casos foram registrados, a venda de hambúrgueres com cebolas foi interrompida, mas posteriormente retomada após medidas de segurança adicionais.
Apesar do impacto negativo, o McDonald’s se esforça para demonstrar que está lidando com a situação de forma proativa. Em um memorando interno, assinado por Michael Gonda, diretor de impacto da rede para a América do Norte, e Tariq Hassan, diretor de marketing e experiência do cliente, a empresa reafirmou seu compromisso com a segurança alimentar e a satisfação dos clientes. “A relevância, a confiança e o amor pelos Golden Arches foram conquistados com muito esforço ao longo de quase 70 anos. As últimas três semanas apenas reforçaram ainda mais o nosso compromisso de fazer a coisa certa”, dizia o comunicado.
Testes e retomada do cardápio
O McDonald’s informou que os testes mais recentes não detectaram traços de E. coli em seus alimentos. Com isso, os sanduíches que levam cebolas frescas voltaram aos cardápios de todos os estados. No entanto, a empresa sabe que precisará de tempo e esforços consistentes para reconquistar a confiança de muitos consumidores.
O CEO do McDonald’s, Chris Kempczinski, destacou que a empresa está disposta a “fazer tudo o que for necessário” para trazer de volta os clientes e proteger a reputação da marca. Em uma teleconferência com investidores, ele afirmou que a rede está usando todos os seus recursos para superar essa crise e garantir a segurança alimentar em suas operações futuras.
Plano de marketing e novas ofertas
Como parte de sua estratégia para atrair os clientes de volta às lojas, o McDonald’s lançou uma nova campanha publicitária. Ela inclui anúncios de TV e promoções exclusivas no aplicativo da marca. Uma das ofertas mais atrativas é a promoção de 10 McNuggets por apenas US$ 1, disponível semanalmente até o início do próximo mês. Além disso, a rede mantém sua popular refeição completa por US$ 5, que tem sido um sucesso entre os consumidores.
O que se sabe sobre o surto de E. coli?
As autoridades de saúde dos Estados Unidos confirmaram que 104 pessoas foram infectadas pela bactéria E. coli em 14 estados. Desses casos, 34 exigiram hospitalização, e quatro desenvolveram uma condição grave conhecida como síndrome hemolítico-urêmica, que pode causar insuficiência renal.
Entre as vítimas está um homem de 88 anos, residente de Grand Junction, no Colorado, que faleceu devido à infecção. Os estados mais afetados incluem Colorado, Montana, Nebraska, Novo México, Missouri, Utah, Wyoming, Kansas, Michigan, Iowa, Carolina do Norte, Oregon, Washington e Wisconsin.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) identificou as cebolas frescas usadas nos hambúrgueres como a provável fonte de contaminação. Como medida preventiva, a fábrica de origem foi suspensa como fornecedora, e o McDonald’s implementou medidas mais rigorosas de controle de qualidade.
O que é a E. coli e como prevenir a contaminação?
A bactéria E. coli vive naturalmente no intestino humano e de animais. Embora a maioria das cepas seja inofensiva, algumas podem causar doenças graves. Os sintomas incluem cólicas abdominais, diarreia, vômitos e, em casos mais severos, insuficiência renal ou até morte.
A contaminação geralmente ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes de animais. Entre os alimentos de maior risco estão:
- Vegetais crus, como brotos e folhas verdes;
- Carnes malpassadas, especialmente de boi e aves;
- Laticínios não pasteurizados;
- Alimentos mal higienizados.
Para prevenir, é essencial lavar bem os vegetais, cozinhar carnes completamente e evitar o consumo de alimentos crus de origem animal.
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