As ações da Oi (OIBR3) registraram forte queda de 16% nesta terça-feira (19), fechando a R$ 1,40, após a operadora de telecomunicações anunciar um plano para vender cerca de 500 imóveis em 2025. A venda faz parte da estratégia de reestruturação da empresa, que ainda possui um portfólio de mais de 7 mil imóveis.
Em recuperação judicial desde 2016, a companhia busca consolidar sua transição do regime de concessão para o de autorização, aprovada recentemente, como uma forma de flexibilizar operações e atrair novos recursos financeiros.
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Plano de vendas imobiliárias
Nos últimos três anos, a Oi já vendeu cerca de 80 imóveis, incluindo a antiga sede no Leblon, no Rio de Janeiro, e a sede da antiga Brasil Telecom, em Brasília. O objetivo agora é ampliar essas vendas para melhorar a liquidez da companhia e reduzir dívidas.
“Com essa decisão, a Oi entra em uma nova fase, com maior flexibilidade para captar recursos e fortalecer sua posição financeira”, destacou a empresa em nota.
A companhia enfrenta o desafio de reestruturar suas operações em um mercado altamente competitivo, marcado por avanços tecnológicos e transformações no setor de telecomunicações.
Desempenho das ações
A reação do mercado foi imediata e negativa. Durante o pregão, as ações da Oi chegaram a cair 11,38%, sendo negociadas a R$ 1,48 às 16h20. Na máxima intradiária da véspera, os papéis atingiram R$ 2,19, mas encerraram o dia a R$ 1,67.
A forte desvalorização reflete as incertezas sobre o futuro da empresa, apesar das medidas de reestruturação em curso. Segundo analistas, a venda de ativos imobiliários é uma estratégia positiva a longo prazo, mas não resolve os desafios financeiros da operadora no curto prazo.
Transição e recuperação judicial
A recente aprovação da transição da Oi do regime de concessão para o de autorização é vista como um marco na história da empresa. Essa mudança proporciona maior autonomia para a companhia no gerenciamento de suas operações, especialmente no que diz respeito à captação de recursos.
No entanto, o cenário ainda é desafiador. A Oi segue enfrentando uma combinação de elevados passivos financeiros, redução de receitas e a necessidade de investimentos em infraestrutura para competir com gigantes do setor.
A recuperação judicial da empresa é uma das mais complexas do Brasil, envolvendo altos valores e a reestruturação de diversas áreas do negócio.
Perspectivas para o futuro
Especialistas apontam que a venda de ativos imobiliários pode aliviar parte do caixa da Oi, mas não é suficiente para garantir sua sustentabilidade. A companhia precisa ampliar sua base de receita, o que dependerá de investimentos em serviços como fibra óptica, que tem sido um dos focos estratégicos nos últimos anos.
O mercado aguarda novas iniciativas que demonstrem capacidade da empresa em se reposicionar e gerar lucros consistentes. Ao mesmo tempo, investidores mantêm cautela diante dos riscos inerentes ao processo de recuperação judicial.
O impacto no setor de telecomunicações
A situação da Oi reflete os desafios enfrentados pelo setor de telecomunicações no Brasil, que exige altos investimentos em infraestrutura para acompanhar a demanda por serviços mais modernos e eficientes.
O movimento de venda de ativos também é um sinal de como empresas do setor estão buscando alternativas para se adequar a um ambiente de negócios em constante transformação, marcado por mudanças regulatórias e maior concorrência.
Apesar da queda acentuada das ações, o anúncio da venda de 500 imóveis em 2025 é um passo estratégico da Oi para buscar maior flexibilidade financeira e avançar em sua reestruturação. No entanto, os desafios ainda são significativos, e o mercado segue atento à capacidade da companhia de superar as dificuldades e retomar o crescimento.
Investidores devem continuar monitorando o desempenho da empresa e as medidas adotadas para fortalecer sua posição no mercado. Afinal, a recuperação de uma das maiores operadoras de telecomunicações do Brasil é um processo que envolve riscos e oportunidades.