Disney encerra canais pagos no Brasil: veja o impacto da mudança

A Disney anunciou nesta terça-feira (3) que encerrará as operações de seus canais pagos no Brasil a partir de fevereiro do próximo ano. A decisão inclui o fechamento de canais como National Geographic, Disney Channel, Star Channel, Cinecanal, FX e Baby TV. Apenas os canais ESPN, focados em esportes, permanecerão no ar, garantindo a transmissão de grandes eventos como NBA, NFL e Libertadores.

A medida faz parte da estratégia da empresa para concentrar seus esforços na expansão e no fortalecimento do Disney+, sua plataforma de streaming. Em 2024, o Disney+ já passou por uma fusão com o Star+, integrando conteúdos para oferecer mais opções aos assinantes.

Por que a Disney tomou essa decisão?

O encerramento dos canais pagos da Disney no Brasil é um marco na transformação do setor de mídia e entretenimento | Foto: Reprodução/Divulgação
O encerramento dos canais pagos da Disney no Brasil é um marco na transformação do setor de mídia e entretenimento | Foto: Reprodução/Divulgação

O fechamento dos canais pagos reflete uma tendência global das grandes empresas de mídia: priorizar serviços de streaming. O modelo tradicional de TV por assinatura tem perdido força nos últimos anos, com consumidores migrando para plataformas digitais.

A Disney, como uma das gigantes do setor, vem acompanhando essas mudanças. Ao reduzir os custos operacionais com canais lineares, a empresa pode direcionar recursos para desenvolver produções exclusivas e ampliar seu catálogo no Disney+.

Além disso, o mercado brasileiro já mostrou forte adesão ao streaming, impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor e pela maior acessibilidade a serviços digitais.

Segundo dados recentes da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), o número de assinaturas de TV paga no Brasil caiu cerca de 30% na última década.

O impacto cultural do fim dos canais

O encerramento do Disney Channel e do National Geographic representa o fim de uma era para muitos telespectadores brasileiros.

  • National Geographic: reconhecido por seus documentários sobre o meio ambiente, vida selvagem e questões sociais, o canal tinha uma proposta educativa e informativa, sendo referência no segmento.
  • Disney Channel: focado no público infantojuvenil, o canal marcou gerações com séries como Hannah Montana, Zack & Cody: Gêmeos a Bordo e Os Feiticeiros de Waverly Place. Além disso, foi um importante ponto de entrada para artistas que ganharam destaque mundial, como Miley Cyrus e Selena Gomez.

Com o fim desses canais, o acesso ao conteúdo será restrito às plataformas digitais. Isso pode limitar a audiência de quem ainda utiliza a TV paga como principal meio de entretenimento.

A transição para o streaming

Desde o lançamento do Disney+ em 2019, a Disney tem se posicionado como uma das líderes no mercado de streaming. A plataforma, que reúne clássicos da marca e produções originais, é um dos principais pilares da companhia.

Com a fusão com o Star+, o Disney+ passou a oferecer um catálogo mais diversificado, incluindo produções voltadas para o público adulto, como séries e filmes da 20th Century Studios.

Essa unificação visa atrair novos assinantes e aumentar a competitividade em relação a outros gigantes do setor, como Netflix, Amazon Prime Video e HBO Max.

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O que esperar do futuro

Para os consumidores, a mudança exige adaptação. Muitos fãs do canal precisarão migrar para o streaming para continuar assistindo ao conteúdo de seus programas favoritos.

Especialistas indicam que o movimento pode acelerar o declínio da TV por assinatura no Brasil. Com menos opções de canais relevantes, o modelo tradicional enfrenta desafios ainda maiores para manter sua relevância em um mercado cada vez mais dominado pelo digital.

Por outro lado, o aplicativo de streaming se consolida como uma das plataformas mais completas do mercado, atraindo novos usuários e fortalecendo sua posição global.

O encerramento dos canais pagos da Disney no Brasil é um marco na transformação do setor de mídia e entretenimento. Embora traga nostalgia para os fãs, a decisão reflete uma estratégia alinhada às novas demandas do mercado.

Para a empresa, a aposta no streaming promete consolidar sua liderança e atender ao público que busca praticidade e diversidade no consumo de conteúdo. Já para os consumidores, é o momento de repensar como acessar e aproveitar o vasto universo de produções que a Disney tem a oferecer.

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